“Como meta, tenho a busca da excelência, é a melhor e a maior meta para o serviço de transporte público”
Após cinco anos presidindo a Águas Guarirobas, Themis Oliveira passou ontem (7) a assumir novo posto, agora como diretor-presidente do Consórcio Guaicurus. Themis reconhece que o setor de transporte público de Campo Grande vem enfrentando alguns problemas, mas alega que irá unir esforços para transformar a concessionária em uma potência, tendo como uma de suas metas principais para 2025 a de atingir a excelência. Entre os pontos a serem revisados logo no início de sua gestão, está a tarifa. O novo diretor adianta que o tema será discutido com a prefeitura municipal.
Para o presidente do Consórcio, Paulo Constantino de Carvalho, a chegada de Themis no Consórcio irá contribuir para atender às metas, por conta de sua experiência e nova perspectiva para a empresa. Ainda, pontua que a expectativa para este ano é a de melhorar os serviços que estão disponíveis à população.
“O consórcio continua buscando incessantemente a melhoria dos serviços. A gente sabe que é um ramo complexo, nós estamos falando de mais de 2 milhões de quilômetros ao mês, mais de mil funcionários, então a busca de um novo gestor para o consórcio é a de trazer credibilidade, mais experiência e fazer com que o serviço de transporte melhore a cada dia em Campo Grande, essa é a nossa expectativa. E o principal desafio hoje é o de cumprir o contrato conforme ele é. A ideia é tratar os clientes, o serviço da melhor forma”, explica.
A respeito dos desafios, Themis reconhece que existem alguns, mas afirma que está pronto para dialogar com a sociedade e tentar achar soluções. Além disso, para este ano, o diretor-presidente revela que há algumas metas a serem traçadas, uma delas para ser cumprida a longo prazo, é a de alcançar a excelência do transporte público da Capital.
“A primeira coisa é nos aproximarmos da população, quer dizer, estar próximo do que tiver de organizado na sociedade civil. Nós vamos estar perto, com uma escuta ativa, discutindo e tratando cada reclamação ou cada sugestão como extremamente importante. Eu acho que ouvir a sociedade está no cerne de resolver os problemas das reclamações. Como meta, tenho a busca da excelência, eu acho que é uma utopia, mas que para mim é a melhor e a maior meta no serviço de transporte público em Campo Grande. Vamos conquistar isso através de trabalho, conversa, ação, investimentos que vão chegar, já chegam todo ano, e vamos ver o que a sociedade precisa e o que o nosso contratante, que é o município, sugere ou necessita”, disse Themis.
Apesar dos diversos questionamentos e queixas, o diretor pontua que há muitos pontos positivos, como a segurança nos ônibus. Themis relembra que há anos não são registrados assaltos dentro do transporte coletivo de Campo Grande, bem como a instalação de câmeras de segurança no interior dos veículos.
“São milhares de trabalhadores para atender uma cidade de um milhão de habitantes e, se a gente levar em conta o número de problemas, são estatisticamente muito poucos. A gente sempre quer melhorar, a busca da excelência é o que nos move. Mas, por exemplo, Campo Grande é uma das poucas cidades onde não entra mais dinheiro dentro dos ônibus, 100% das passagens são nos cartões, isso trouxe segurança para o transporte. Campo Grande passou um passo à frente. A gente precisa também falar dos pontos positivos. Vamos procurar o tempo inteiro nos modernizar, nos adaptar e buscar melhorias para que a população seja melhor atendida e que, se for possível, baixemos os custos”, garante.
Atualmente, a concessionária conta com mais de mil funcionários e com 460 ônibus, alguns em manutenção, mas o novo diretor enfatiza que diariamente existem pessoas trabalhando para melhorar o setor. Ainda, conforme anunciado por Themis, dados mostram que, por mês, cerca de 2 milhões de pessoas entram no ônibus de Campo Grande. Vale lembrar que o número é levantado de acordo com a quantidade de vezes que a catraca é destravada, ou seja, como uma pessoa pode andar mais de uma vez por dia, ela pode ser contabilizada mais de uma vez.
O presidente do Consórcio afirma que ainda está em andamento a discussão sobre o novo valor da tarifa, e que no momento estão aguardando um posicionamento da prefeitura, lembrando que a relação entre as partes sempre foi positiva.
“A relação com a prefeitura sempre foi muito positiva, sempre foi muito cordial. A gente é praticamente um prestador de serviço, é um cumpredor de ordem de serviço, as ordens de serviço são determinadas pela Agetran e o nosso trabalho é tentar fazer com que esse serviço seja cada vez melhor e mais bem feito”, explicou Paulo Constantino.
Ao ser questionado sobre o aumento da tarifa, Themis esclareceu que ainda não há nada definido, reforçando o comentário do presidente, que ainda haverá uma conversa com a prefeitura para alinhar os posicionamentos. O novo diretor-presidente do Consórcio também relembra que cerca de 14 capitais brasileiras já alteraram os valores da tarifa e espera que Campo Grande possa tomar esse passo em breve.
“Tem que cumprir o contrato. Nós ajustamos o salário dos trabalhadores. O diesel, só no último mês, subiu 10%, ele não é o preço total da tarifa, mas ele compõe o preço. A única coisa que a gente discute com a prefeitura é que o contrato seja cumprido. A fórmula que foi contratada muitos anos atrás seja executada, simplesmente isso. E se vocês olharem o Brasil inteiro, agora em janeiro, a maioria das capitais já reajustou o seu transporte coletivo”.
Em relação à possibilidade de tarifa zero, o diretor-presidente explica que esse é um tema que a Prefeitura tem o total poder de decisão, já que o valor é pago pelo poder público. “A tarifa zero é uma definição que não nos cabe, cabe ao poder público. Não é que a concessionária vai dar uma tarifa zero e arcar. Onde existe tarifa zero no Brasil, a prefeitura decidiu que ela vai assumir esse encargo e ela vai pagar com seus recursos públicos a tarifa de todo cidadão. Se a prefeitura de Campo Grande decidir por isso [assim será], ela é a dona do contrato, nós somos os prestadores de serviço da prefeitura municipal de Campo Grande”, ressalta.
Por Inez Nazira
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