Surto de vírus respiratórios já provocou 66 mortes na Capital

UPA do Universitário estava lotada de pacientes aguardando atendimento - Foto: Roberta Martins
UPA do Universitário estava lotada de pacientes aguardando atendimento - Foto: Roberta Martins

Prefeitura disponibiliza atendimento gratuito via telemedicina para reduzir superlotação

 

Com 66 mortes registradas por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) desde o início do ano, a SESAU (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande emitiu novo alerta à população diante do avanço de doenças respiratórias na Capital. As crianças, especialmente as menores de um ano, estão entre as mais afetadas, e o VSR (Vírus Sincicial respiratório) tem se mostrado um dos principais responsáveis pelos casos graves.

Em todo o Estado, conforme o boletim divulgado ontem (24), pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) foram confirmados 1.940 casos e 135 óbitos. Campo Grande lidera o número de notificações, seguida por Corumbá, Ponta Porã e Dourados.

Segundo a SESAU, dos 971 casos de SRAG notificados até agora, 486 foram confirmados laboratorialmente, e enquanto isso, os óbitos continuam crescendo. O cenário se agrava com a circulação simultânea de vírus como o Influenza A — que já soma 154 casos confirmados —, além de Rinovírus e o próprio VSR.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, afirma que o aumento de internações preocupa. “O VSR e a Influenza A estão se mostrando mais agressivos, com quadros que exigem internação prolongada e, infelizmente, em alguns casos, evoluem para óbito”, destaca.

Conforme já noticiado anteriormente pelo O Estado, na rede pública de Campo Grande a testagem imediata para detecção de Influenza não é um protocolo padrão. Pacientes com sintomas gripais leves não são testados rotineiramente, mas está sendo realizada uma vigilância sentinela, na qual amostras de pacientes são colhidas para monitoramento. Já nos casos graves, os testes são obrigatórios, começando pelo exame de Covid-19. Se o resultado for negativo, procede-se à testagem para Influenza e outros vírus respiratórios.

Na rede particular, a Unimed Campo Grande confirma que o atendimento a pacientes com quadros respiratórios segue um protocolo que considera a gravidade dos sintomas de cada paciente. A conduta adotada, inclusive prescrição de testes e exames diagnósticos específicos, são de responsabilidade do médico plantonista.

Em nota ao O Estado, a SESAU esclarece que os casos de Influenza B, por ora, somam apenas três registros. Ainda segundo o órgão, a vacinação contra a gripe segue restrita aos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, sem a aplicação da chamada “xepa”. Cabe destacar que na rede particular a vacina contra Influenza custa em média R$ 100 e qualquer pessoa pode vacinar.

Campanha antecipada e Dia D

Para conter o avanço dos casos, a Prefeitura antecipou a campanha de vacinação contra a Influenza. A imunização está sendo feita em 74 unidades de saúde da família. Com reforço de equipes itinerantes em shoppings nos fins de semana e ações domiciliares para acamados e moradores de instituições de longa permanência, mais de 56.787 doses já foram aplicadas até o momento.

O próximo grande passo será o “Dia D” da vacinação, agendado para 10 de maio, quando toda a rede municipal estará mobilizada para aumentar a cobertura vacinal e atingir a meta de 90% do público-alvo.

Superlotação

A crescente demanda por atendimentos já pressiona a rede de saúde. “Estamos enfrentando escassez de leitos crônicos e a ausência de terapia intensiva pediátrica em algumas unidades. Nossas UPAs funcionam hoje como verdadeiros mini-hospitais”, afirma a secretária. Para aliviar a situação, a SESAU anunciou a contratação emergencial de novos médicos.

A população também pode contar com atendimento via telemedicina, pelo número 2020-2170, canal que ajuda a reduzir as filas presenciais, oferecendo orientação médica especialmente para sintomas gripais.

Quem pode se vacinar?

Neste momento, a vacina contra a Influenza está disponível apenas para os seguintes grupos:
– Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
– Gestantes e puérperas;
– Idosos com 60 anos ou mais;
– Pessoas com comorbidades;
– Trabalhadores da saúde e da educação;
– Povos indígenas, comunidades quilombolas, forças de segurança e armadas;
– Caminhoneiros, motoristas do transporte coletivo, portuários;
– Pessoas em situação de rua e população carcerária.

Prevenção começa em casa

Além da vacina, a SESAU reforça medidas simples e eficazes para conter a disseminação dos vírus:
– Lavar as mãos com frequência;
– Usar máscara ao apresentar sintomas gripais;
– Evitar ambientes fechados e aglomerações;
– Estar atento a sinais de alerta como febre persistente e dificuldade para respirar.

 

Por Suelen Morales

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

 

Leia mais

Sesau realiza plantão de vacinação no domingo (27), na Avenida Mato Grasso

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *