Após a invasão de um homem em fuga dentro de uma escola municipal, a prefeitura da Capital reforçou em nota oficial enviada ao O Estado que investe em segurança nas unidades de ensino. Contudo, seis horas depois do ocorrido, a equipe de reportagem esteve na unidade e se deparou com o portão escolar aberto e sem vigia. O incidente ocorreu na Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, no bairro Universitário, e gerou alerta entre pais, alunos e funcionários.
Na manhã de ontem (27), dois homens estavam em fuga após um furto na Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), próximo a Avenida Guaicurus. Durante a tentativa de escapar da polícia, um dos suspeitos entrou na escola para se esconder. A Polícia Militar de Campo Grande foi acionada e prendeu o indivíduo rapidamente, sem que houvesse contato com alunos ou servidores.
A Semed (Secretaria Municipal de Educação) afirmou que a segurança das escolas é prioridade e que mantém parceria com as forças de segurança para garantir um ambiente protegido. Apesar do susto, as aulas seguiram normalmente, e a situação foi resolvida sem maiores consequências. “Estamos sempre trabalhando em conjunto com as forças de segurança para garantir um ambiente seguro para todos”, declarou a pasta.
Avaliação para reforço no muro escolar
A diretora da escola solicitou avaliação de uma construtora para analisar possíveis melhorias na estrutura do muro da instituição. Representantes da empresa, Estruturas Metálicas, compareceram ao local na tarde de ontem (27), para discutir a obra já realizada e verificar novas medidas, segundo um dos profissionais presentes para a equipe de reportagem no local.
Escola já foi noticiada por racismo
Não é a primeira vez que a escola vira notícia nos jornais. Em março de 2024, uma aluna de 4 anos foi vítima de racismo por um homem, de 32 anos. O ato ocorreu enquanto a menina abraçava o filho dele, um coleguinha da mesma idade da garota, dentro do ambiente escolar. As agressões foram flagradas por câmeras de segurança.
Conforme noticiado em O Estado, na publicação de 13 de março de 2024, o caso se tornou mais grave quando a Polícia Civil começou a investigar postagens racistas do pai nas redes sociais. Uma das falas diz “Morte da Negrada”. Contudo, a investigação apontou que a situação ocorrida no interior da unidade escolar não teria sido configurada como crime de racismo.
Pais pedem mais segurança
A unidade já conta com câmeras de segurança, mas o episódio reforça a necessidade de avaliar e fortalecer a segurança nas escolas da Capital. Atualmente, a presença da Guarda Municipal dentro das unidades é limitada, o que gera preocupação entre a comunidade escolar. A prefeitura ainda não detalhou quais medidas podem ser adotadas para reforçar a proteção nesses espaços. Mas, de acordo com moradores da região, é necessário o reforço na segurança nas áreas internas e externas das escolas, especialmente nos horários de entrada e saída dos alunos.
Segundo Cristiano Carvalho dos Anjos, pedreiro de 49 anos, que tem três enteados estudando na unidade, de 9 a 15 anos, a presença de guardas municipais poderia ajudar a coibir possíveis problemas. “Tinha que ter mais controle. Pelo menos mais guarnição aqui, passando sempre perto do horário das crianças que entram e saem da escola. Isso é muito importante”, afirmou.
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Gustavo Henrique
Para outro pai, o tatuador Gustavo Henrique, que mora há mais de 20 anos no bairro e tem duas filhas matriculadas na escola, de 8 e 10 anos, o episódio foi um caso isolado, mas trouxe preocupações. “Eu acho que foi um caso isolado, porque nunca vi isso acontecendo aqui ou em outra escola. Pelo que eu vi, os caras estavam fugindo da polícia e entraram na escola para tentar se esconder”, afirmou o morador.
Apesar do ocorrido, Gustavo acredita que a escola tem medidas de segurança, como câmeras e coberturas fechadas. No entanto, aponta que, em determinadas situações, a falta de segurança pode ser um problema. “Se alguém entrar com má intenção, consegue. Só tem mulher aí dentro. Acho que um homem, de estatura mediana, tem só um professor de educação física agora”, destaca.
Por Ana Cavalcante
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