“Planejamento familiar seguro”, especialista destaca importância do Implanon

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

O implante está disponível pelo SUS e começou a ser ofertado pelos planos de saúde

Mulheres entre 18 e 49 anos agora têm direito à cobertura do implante contraceptivo Implanon pelos planos de saúde, conforme decisão da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). A ginecologista e obstetra Maria Auxiliadora Budib, vice-presidente da Febrasco (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia),enfatiza que a medida garante às mulheres mais autonomia no planejamento familiar.

Segundo a especialista, 55% das gestações no Brasil não são planejadas, o que corresponde a cerca de 1,47 milhão de gestações por ano. “O Implanon é um método reversível de longa ação que oportuniza à mulher um planejamento familiar seguro. Esse impacto não pode ser desconsiderado, pois reflete indicadores importantes na saúde da mulher e da sociedade”, afirma Budib.

Comercializado pela primeira vez na Europa em 1999 e disponível no Brasil desde 2001, o Implanon é uma pequena haste inserida sob a pele do braço, que libera continuamente o hormônio etonogestrel, prevenindo a gravidez por até três anos. O método tem taxa de falha inferior a 0,1% ao ano, comparável à laqueadura, mas é reversível, com retorno rápido da fertilidade após a retirada.

O implante pode ser indicado para pacientes com contraindicação ao estrogênio, já que contém apenas progestagênio. No entanto, não é recomendado para mulheres com histórico de câncer de mama, doenças hepáticas graves, sangramento vaginal sem diagnóstico ou alergia ao hormônio utilizado. A inserção é feita em consultório médico com anestesia local, e a remoção requer apenas uma pequena incisão. Entre os efeitos adversos mais comuns estão dor, hematomas ou inchaço no local; infecções são raras e geralmente relacionadas a falhas técnicas.

Para Budib, a ampliação do acesso ao Implanon representa uma conquista para a saúde reprodutiva. “Ter acesso ao método na saúde pública e na saúde suplementar proporciona a democratização da escolha da mulher. Antes, alguns serviços públicos disponibilizavam o implante apenas para um público específico, mediante regulação. Agora, a mulher poderá optar pelo método que melhor atenda às suas necessidades individuais, desde que esteja dentro dos critérios de elegibilidade médica”, explica a médica.

O dispositivo custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, valor que passa a ser integralmente coberto pelo SUS e pelos planos de saúde, ampliando o acesso ao método contraceptivo de longa duração.

Planos de saúde passam a custear o implante

Recentemente, o Implanon foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e deve estar disponível ainda este ano em unidades públicas. Além disso, os planos de saúde foram obrigados a oferecer cobertura para mulheres de 18 a 49 anos, sem custo adicional, respeitando as condições contratuais. Em casos de atendimento fora da rede credenciada, haverá reembolso conforme o contrato.

A Unimed Campo Grande informou que segue os protocolos da ANS para garantir o acesso. “Seguimos as orientações e protocolos, garantindo a cobertura do rol de procedimentos para oferecer assistência de alta qualidade e segurança aos beneficiários”, destacou a operadora.

A Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) reforçou que o benefício já estava disponível às suas beneficiárias antes mesmo da decisão da ANS. “Sobre a cobertura do implante contraceptivo Implanon, de longa ação, a Cassems informa que já assegurava o direito às suas beneficiárias, mediante solicitação médica e justificativa. A Cassems reafirma seu compromisso com a saúde e o bem-estar de seus beneficiários, garantindo atendimento de qualidade e acesso a procedimentos essenciais”, destacou a instituição.

Em caso de negativa de cobertura, a ANS orienta que a beneficiária registre reclamação junto à operadora e, caso o problema não seja resolvido, abra uma solicitação nos canais oficiais da agência.

Por Inez Nazira

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