Nesta segunda, foram ouvidos um servidor aposentado e chefe do departamento de Auditorias da Agetran
Os vereadores que fazem parte da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Coletivo ouviram, nesta segunda-feira (12), dois servidores da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Foram ouvidos Luiz de Carlos Alencar Filho, funcionário aposentado, e Henrique de Matos Moraes, auditor chefe do setor de Auditoria da Agetran.
A primeira oitiva do dia foi de Luiz Carlos, que respondeu os questionamentos focados na falta de ônibus aos fins de semana e também nos feriados. Quando estava na ativa, o servidor atuava como fiscal de transporte e trânsito, função esta que está diretamente ligada em vistoriar as rotas e horários dos veículos.
De acordo com o vereador Jr Coringa, membro da comissão, as reclamações mais frequentes recebidas pelo portal de queixas aberto pela Casa de Leis são em relação ao atraso ou, até mesmo, a ausência completa de ônibus, especialmente quando não há um volume grande de passageiros.
“O que dá para entender é que o Consórcio Guaicurus retira as linhas que não tem retorno financeiro para eles. A Agetran determina uma escala e o Consórcio só coloca veículos na linha que dá retorno, mas, mesmo naqueles bairros que dizem que não tem ninguém, o ônibus precisa passar”, afirmou o parlamentar.
No entanto, o servidor garantiu, em condição de testemunha, que a Agetran nunca recebeu ordens do Consórcio Guaicurus para retirar veículos de determinadas linhas. Luiz Carlos afirma que a diminuição da frota é em decorrência da demanda, que vem diminuindo nos últimos anos.
“Até 2016 a quantidade de usuários vinha se mantendo até o fim de semana, mas, de uns anos pra cá, a quantidade cai muito e precisamos fazer uma escala para atender o número de pessoas que dependem daquela linha, por isso que alguns bairros tem mais e outros tem menos. Tudo depende da demanda”, afirmou.
Questionado sobre o Remid (Relatório de Monitoramento dos Índices de Desempenhos) – documento elaborado pela Agetran como parte do TAG (Termo de Ajuste de Gestão) emitido pelo TCE/MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), o servidor apontou que discorda da forma como ele foi feito, uma vez que não condiz com a realidade do transporte coletivo da Capital.
“Não podemos dizer que está tudo bem com o transporte coletivo. Eu acho um absurdo, por exemplo, os veículos não serem automáticos. A pessoa trabalha 7 horas por dia e não tem um ônibus automático. Hoje ninguém quer ser motorista, está faltando gente para dirigir ônibus na cidade”, disse.
O segundo depoimento do dia foi do chefe do setor de Auditorias da Agência, Henrique de Matos Moraes, que respondeu questões equivalentes aos trabalhos de fiscalização e relatórios de auditoria feitos pelo órgão.
“Posso afirmar que a Agetran cumpriu todas as cláusulas do TAG. A cada três meses havia um relatório que era mandado para o Tribunal de Contas, tudo nosso foi monitorado e não é a primeira vez que somos investigados”, disse Henrique, após ler um extenso estudo técnico que resume a situação da Agetran em relação aos atos de fiscalização junto ao Consórcio Guaicurus.
Diretor e ex-diretor da Agetran irão depor na CPI
Na próxima quarta-feira (14), será a vez do diretor-presidente, Paulo da Silva, e do ex-diretor-presidente da Agetran prestarem seus depoimentos. Como chefes do órgão fiscalizador, ambos poderão esclarecer as dúvidas que ainda restam e colaborar com a investigação da CPI.
Audiência debate situação grave da Santa Casa
A Santa Casa de Campo Grande anunciou, na sexta-feira (9), a suspensão temporária dos atendimentos no Pronto Atendimento Adulto e Infantil. A medida restringe o recebimento de novos pacientes, salvo em casos específicos. A decisão foi motivada por um desabastecimento grave de insumos no centro cirúrgico, que inviabiliza a realização de procedimentos e compromete a segurança dos atendimentos. Enquanto o hospital alega o risco iminente de desassistência grave aos pacientes e até óbitos, o cenário atual será debatido nesta terça-feira (13), na Câmara de Vereadores.
Todos os pacientes que derem entrada na unidade estão sendo analisados previamente pelo Núcleo Interno de Regulação, em conjunto com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). No Pronto Atendimento adulto, estão sendo recebidos os casos de infarto agudo do miocárdio com supra de ST e emergências de neurocirurgia. No caso das crianças, o atendimento se restringe à emergências neurocirúrgicas e casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em função do atual surto respiratório na cidade.
Ao jornal O Estado, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), informou que foi comunicada pela direção da Santa Casa sobre a restrição temporária no atendimento. “A Sesau reforça que nenhum paciente ficará desassistido. Os casos que necessitam de atendimento estão sendo redirecionados para outras unidades hospitalares, garantindo a continuidade e a segurança no cuidado à população”, disse a secretária.
Por Ana Clara Santos
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