Ministério Público vai investigar qualidade de exames do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul

Segundo o hospital, raio-x é um dos procedimentos mais básicos realizados na unidade - Foto: Arquivo/ Marcos Maluf
Segundo o hospital, raio-x é um dos procedimentos mais básicos realizados na unidade - Foto: Arquivo/ Marcos Maluf

A investigação teve início após denúncias feitas à Ouvidoria relatando problemas estruturais e sucateamento

 

A 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública de Campo Grande instaurou um inquérito civil para apurar a insuficiência e as condições de funcionamento dos aparelhos de raio-X no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS). O objetivo é verificar quais medidas vêm sendo adotadas pela Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul (Funsau) e pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) para garantir a continuidade e a qualidade dos exames de imagem prestados à população.

A investigação teve início após denúncias feitas à Ouvidoria do Ministério Público, que relataram problemas estruturais, sucateamento dos equipamentos e falta de manutenção adequada. Os relatos também apontam riscos à saúde de servidores e pacientes, especialmente na área vermelha do pronto-socorro e durante exames realizados à beira do leito.

Segundo o Ministério Público Estadual (MPMS), diligências preliminares constataram que o hospital conta atualmente com apenas uma sala de raio-X fixo em funcionamento. Já os aparelhos móveis, apesar de ainda operacionais, são antigos e exigem manutenção constante. Foi observada também a precariedade dos alojamentos para servidores e a ausência de previsão para aquisição de novos equipamentos ou regularização das manutenções.

Diante da situação, a Promotoria determinou o envio de ofícios à Funsau e à SES, com prazo de 20 dias úteis para responderem sobre a quantidade de equipamentos em operação, o histórico de manutenções, medidas já tomadas para modernização dos serviços e ações destinadas à segurança dos usuários.

O MPMS também requisitou um plano de investimentos para a modernização do parque tecnológico de exames de imagem, além de informações sobre a supervisão técnica e financeira da assistência hospitalar no HRMS.

Em nota, o hospital esclareceu que, por se tratar de uma unidade terciária, referência em média e alta complexidade, o exame de raio-x é um dos procedimentos mais básicos realizados na instituição. O documento ainda frisou que o hospital conta com um parque tecnológico moderno, capaz de suprir integralmente a demanda interna. Além do raio-x, o HRMS oferece uma ampla gama de exames de imagem, fundamentais para o diagnóstico e tratamento de diversas patologias.

Privatização do Hospital

Em abril, o Governo do Estado, aprovou a abertura de consulta pública ao projeto de PPP (Parceria Público-Privada) do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). O leilão, da empresa privada que responderá pela administração por 30 anos, está previsto para dezembro de 2025, para que empresa privada ganhadora responda pela administração do hospital por 30 anos.

O hospital possui área de 37.000 m², com estrutura de 10 pavimentos, capacidade de 362 leitos e atendimento de 46 especialidades médicas. Com o projeto, serão construídos dois novos blocos para aumentar a capacidade para 577 leitos, ampliando em 59%. O Pronto Socorro passará dos atuais 22 leitos para 77 leitos. E ainda terá a ampliação do estacionamento, que passará a oferecer 753 vagas. Um investimento previsto de R$ 951 milhões iniciais.

Durante uma reunião na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) com os parlamentares, governador, Eduardo Riedel, e a equipe responsável pelo projeto, o presidente da casa, Gerson Claro (PP), garantiu que o local permanecerá como hospital público, com atendimento SUS, 100% gratuito e gestão assistencial estadual. O Estado ainda vai fazer o aporte, ou seja, dobrar a capacidade de atendimento e melhorar a eficiência.

Após esse encontro, começou a tramitar na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 140/2025 do Poder Executivo, para reforçar a segurança jurídica nas PPPs no setor de Saúde em Mato Grosso do Sul.

 

Por Taynara Menezes

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