Investimentos garantem construção de dois viadutos que prometem “desafogar” o trânsito

FOTO: MARCOS MALUF
FOTO: MARCOS MALUF

Emendas de R$ 110 milhões devem servir para destravar projetos da região da Coca-Cola e na Via Park

Investimentos de R$ 110 milhões em obras de infraestrutura na Capital foram anunciados durante reunião na Câmara Municipal na manhã de ontem (10). Durante a coletiva, parte da bancada federal confirmou que o repasse será destinado à construção de dois viadutos na cidade. As obras, no entanto, dividem a opinião da população.

Com esse montante, parte dos recursos será aplicada na construção do chamado popularmente como “viaduto da Coca-Cola”, localizado entre a Gury Marques e a Avenida Senador Mendes Canale. A outra obra será nos preços da Avenida Mato Grosso com a Nely Martins, conhecida como Via Park.

Parlamentares que estavam na reunião, como o presidente da Casa de Leis, o vereador Epaminondas Neto (Papy), os senadores Nelsinho Trad (PSDB) e Soraya Thronicke (Podemos), em conjunto com deputados federais, afirmaram que o intuito é desenvolver uma comissão que possa acompanhar as emendas anunciadas.

“Nós tratamos da criação de uma comissão da Câmara de Vereadores, inclusive sugestão do senador Nelsinho, para acompanhamento dessas emendas que já estão destacadas e fiscalizá-las para os próximos anos. Hoje nós conversamos basicamente desse alinhamento, do que vamos fazer, qual vai ser a forma do trabalho”, explica o vereador Papy.

Ao todo, para o Estado será repassado o valor de R$ 560 milhões com o intuito de atender demandas urgentes de outros municípios. Conforme a senadora Soraya Thronicke, dentre as emendas há projetos de habitação.

“Com os R$ 110 milhões, além do viaduto da Coca-Cola e do viaduto da Via Park com a Mato Grosso, nós também temos alguns recursos que nós disponibilizamos também, cerca de R$ 30, R$ 40 milhões para habitação. Nós ainda vamos analisar qual é a cidade que tem o maior déficit habitacional no momento”, afirma.

Principais pontos de tráfego da cidade

Conforme noticiado em O Estado em novembro do ano passado, situada entre as avenidas Interlagos e Gury Marques, a rotatória da Coca-Cola, como é conhecida popularmente, é afamada por seus congestionamentos, dificuldade para travessia de pedestres e outros problemas.

Um dos principais pontos de tráfego da cidade, a rotatória da Coca-Cola conecta Campo Grande à saída para São Paulo e interliga diversos bairros como Pioneiros, Iracy Coelho Netto e, inclusive, o populoso Moreninhas. Contudo, outros termos que podem ajudar a descrever a região são o fluxo intenso do trânsito, acidentes e o famigerado congestionamento em horário de pico. Como medida paliativa, em 2018, a prefeita Adriane Lopes, na época vice do ex-prefeito Marquinhos Trad, implementou na rotatória um reordenamento e semaforização.

Em reportagem no local, O Jornal O Estado entrevistou motoristas e moradores na região. Para o médico Rubens Garcia, o viaduto é a solução perfeita contra o trânsito lento. “A rotatória dificulta o trânsito porque aqui é um ponto de encontro. Aqui vale um viaduto! No fluxo do trânsito, sobretudo às 18 horas da tarde. Nesse horário, você tem um grande congestionamento aqui. Às 18 horas da manhã também. Um viaduto resolveria isso!”, enfatiza.

Para o motorista Edinaldo Silva, 53, o reordenamento e semaforização foram uma “excelente” medida paliativa. Os acidentes de trânsito, constantes na rotatória, diminuíram muito, segundo ele. O trânsito lento, no entanto, ainda é um obstáculo que existe há mais de uma década. “Prometeram um viaduto para a gente e estamos aguardando. Acabaria com esse congestionamento todo. Mas estamos há mais de 10 anos assim. O semáforo melhorou muito, reduziu muito os acidentes. Mas a rotatória não atende mais à demanda da tarde, no horário de pico”, critica.

O mesmo acontece com a rotatória da Via Park, situada entre a avenida Mato Grosso e a Nely Martins. Neste trecho, contudo, a construção de um viaduto divide a opinião de motoristas e trabalhadores da região.

Para a supervisora de farmácia, Sarah Scott, que trabalha há quase dois anos em uma farmácia próxima ao cruzamento, a construção de um viaduto solucionará os acidentes e a imprudência de motoristas na rotatória. “Será ótimo se essa obra acontecer. Porque ninguém respeita a ordem das faixas. Quando eu vou subir para Mato Grosso aqui, o pessoal que está à direita quer dobrar à esquerda. Ou cometem outras infrações e sempre acaba acontecendo algum acidente”, afirma.

No entanto, para a professora Suzana Sakamoto, a região da Via Park não demanda a construção de um viaduto. Segundo ela, há outros pontos da Capital onde o fluxo de trânsito é mais intenso e com maior risco de acidentes. A professora ainda teme pelo congestionamento que a obra de um viaduto pode causar à região.

“Eu acho que nós não precisamos de um viaduto aqui. E se essa obra de fato contribuir para isso, levará um bom tempo para mexer com essa estrutura toda. Acho que nós iremos ficar com a rua bem congestionada. E eu dirijo a cidade toda, e acho mesmo que essa parte da cidade ainda nem é tão ruim quanto outros pontos. Agora, na Cônsul Assaf Trad, precisa muito”, argumenta.

Por Ana Cavalcante

 

Acesse as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *