Projeto desenvolvido em no município usa arte como ferramenta de expressão e reintegração social
Internos da Penitenciária Estadual de Dourados (PED) estão participando de um projeto de oficinas de pintura em tela que resultou na produção de dezenas de quadros, agora expostos em espaços públicos fora da unidade prisional. A atividade, batizada de “Arte para a Liberdade”, é realizada com um grupo de dez detentos e busca promover expressão emocional, aprendizado artístico e novas perspectivas dentro do sistema penal.
As oficinas duraram 12 semanas e foram conduzidas pela professora Mariley Martinez de Almeida, com apoio do policial penal Breno Souza Lima Ferreira, que coordena o projeto. Os materiais e custos do curso foram financiados pelo Fundo Social do Sicredi, parceiro da iniciativa. A policial penal Evelym Ellem Pereira Tiburcio também atuou na elaboração do projeto.
Nesta semana, a primeira exposição pública dos quadros acontece em uma agência do Sicredi, em Dourados. Outras mostras estão previstas, incluindo uma parceria com o Sebrae. As obras devem ser doadas a instituições sociais e espaços públicos.
Segundo os responsáveis, o projeto busca valorizar habilidades individuais e criar alternativas de reinserção social por meio da arte. Para o policial penal Breno Ferreira, “a arte é um poderoso instrumento de ressocialização, capaz de resgatar a dignidade e abrir novos caminhos para quem busca recomeçar”.
Para os internos envolvidos, o impacto vai além da técnica. Um dos participantes afirma que nunca havia pintado antes do curso. “Ao longo das aulas fui descobrindo um artista dentro de mim. A arte de pintar me trouxe calma, paciência, concentração e a vontade de expressar meus sentimentos. A arte me libertou e transformou. Espero que possa transformar outros também”, disse.
Outro detento relatou que a experiência ajudou no controle emocional. “As aulas me ajudaram a relaxar e reduzir o estresse. Desenvolvi minha criatividade, melhorei minha autoestima e aprendi técnicas que levarei para a vida”, afirmou.
O diretor da unidade, Elias Costa Gomes, informou que o projeto continuará em andamento, com produção de novas obras e ampliação das atividades. Segundo ele, o Sicredi já renovou o apoio para as próximas etapas.
A ação está alinhada às diretrizes da Resolução nº 391/2021 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que incentiva práticas culturais e educativas no sistema prisional. O projeto também integra o Programa Pena Justa, coordenado pela Agepen por meio da Diretoria de Assistência Penitenciária e da Divisão de Assistência Educacional.
*Com informações da Agepen
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