Iniciativa independente levará para empresas ações de conscientização sobre violência contra mulher

Inspirados no protocolo “Não é Não”, advogados de Campo Grande irão realizar treinamentos e palestras sobre violência doméstica no ambiente de trabalho

 

Em meio à escalada nas estatísticas de violência contra mulher em diversos ambientes e contextos, e inspirados na Lei nº 14.786, que institui o protocolo “Não é Não”, os advogados e professores universitários, Rafael Sampaio e Ewerton Bellinati lançarão, em agosto – aproveitando a temática do Agosto Lilás, uma iniciativa independente para implantar em empresas, estabelecimentos comerciais e clínicas médicas um protocolo de conscientização e combate às mais diversas formas de violência contra mulheres.

Rafael Sampaio explica que a ação foi planejada para inserir dentro do mundo corporativo ações para promover a conscientização e ainda irá preparar os locais e funcionários para serem acolhedores e assertivos quando precisarem agir em casos de violência contra a mulher.

“A ação começa com uma conversa com o gestor e depois fazemos um treinamento com os funcionários para eles saberem como identificar situações de violência e como precisam agir em casos específicos. Por exemplo, se uma mulher chega em um restaurante e vê o ex-companheiro e ela tem uma medida de restrição contra ele, essa cliente pode informar isso ao garçom ou na recepção para que as medidas de segurança sejam tomadas, sempre tomando cuidado de não chamar a atenção para ela ou torná-la vítima outra vez”, detalha.

O advogado ainda explica que, assim como o Protocolo “Não é Não”, muito usado em bares e casas noturnas para evitar situações de assédio e importunação sexual contra as mulheres, o projeto de Campo Grande também terá uma comunicação visual com adesivos para informar aos frequentadores dos locais que aderirem à proposta que aquele é um estabelecimento parceiro no combate à violência contra mulher.

“Nós temos toda uma comunicação visual para ser implantada dentro da empresa, inclusive com a facilitação para, caso for preciso, acessar o número de comunicação que são destinados às mulheres, que já são incluídos dentro do banheiro feminino e em outros espaços de fácil visualização”, explicou.

Além da conscientização e cuidados primários, haverá treinamentos para prevenção secundária, a fim de que as funcionárias das empresas parceiras também possam denunciar casos de violência, que podem acontecer dentro e fora do trabalho.

“A nossa intenção é, também, levar orientações sobre como as pessoas da empresa, especialmente as que trabalham no Recursos Humanos, devem agir para prevenir a violência contra mulheres no ambiente corporativo e agir ao identificar colaboradoras que podem estar passando por agressões em casa”, pontua o advogado.

De acordo com o cartilha que será seguida pelos advogados, as palestras e treinamentos, além de abordar a violência física, também irá explicar sobre outros tipos de agressões que podem existir como stalking, importunação sexual, violência psicológica, violência moral e assédio sexual.
“É essa informação que queremos levar. A violência física todo mundo sabe que existe, mas também há outras formas de um homem agredir uma mulher e as pessoas muitas vezes não sabem ou não conhecem, então, queremos fazer esse trabalho de conscientização”, disse.

 

Por Ana Clara Santos

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