Projeto de saúde mental, oferecido pelo MJSP para profissionais da segurança pública, já promoveu quase 14 mil consultas. Atendimentos são on-line e sigilosos
A partir desta terça-feira (15), o Escuta Susp passa a oferecer atendimentos nas áreas de psiquiatria e de farmacologia. Com a inclusão das novas especialidades, os profissionais do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) poderão contar com consulta psiquiátrica e gerenciamento de terapia medicamentosa de forma articulada com os atendimentos psicológicos já em curso.
Até antes da expansão, o projeto já oferecia três níveis de atenção à saúde mental: acolhimento, psicoterapia e promoção à vida (para onde são encaminhadas as situações mais delicadas, como comportamento suicida). Agora, com a inclusão de novos serviços, o projeto de apoio à saúde mental garante um cuidado mais completo e integrado.
A consulta em psiquiatria e em gerenciamento de terapia medicamentosa ocorrerá a partir de encaminhamento feito pelos atendimentos de psicologia.
O serviço psiquiátrico será feito por médicos residentes em psiquiatria. O serviço de gerenciamento de terapia medicamentosa contará com bolsistas do último ano de graduação, mestrado ou doutorado na área de farmácia. Ambos terão a coordenação e supervisão de professores doutores das respectivas áreas.
Criada em maio de 2024 pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a iniciativa já contabiliza quase 14 mil atendimentos psicológicos, em 24 unidades da Federação. “A ampliação do projeto é reflexo do sucesso alcançado até aqui e da necessidade de um olhar multidisciplinar sobre a saúde mental dos profissionais de segurança”, destaca a diretora do Sistema Único de Segurança Pública (Dsusp), Isabel Figueiredo.
Escuta Susp
O projeto é conduzido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As consultas são on-line, sigilosas e ocorrem por meio da plataforma do projeto.
O Escuta Susp é base para a elaboração de protocolos em saúde mental específicos para profissionais de segurança pública, com acolhimento para demandas pontuais, psicoterapia contínua e intervenções preventivas contra o suicídio.
Entre as principais queixas psicológicas apresentadas pelos pacientes atendidos pelo projeto, estão ansiedade e depressão, seguidas por problemas no trabalho, com a família, de relacionamento com os pares, com as chefias e financeiros, respectivamente.
Em operação desde 28 de maio de 2024, o projeto tem 2.660 pacientes cadastrados das seguintes unidades federativas: Acre (AC), Alagoas (AL), Amapá (AP), Bahia (BA), Ceará (CE), Distrito Federal (DF), Espírito Santo (ES), Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS), Maranhão (MA), Minas Gerais (MG), Pará (PA), Paraíba (PB), Paraná (PR), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN), Rio Grande do Sul (RS), Rondônia (RO), Roraima (RR), Santa Catarina (SC), Sergipe (SE) e Tocantins (TO).
Acesso ao tratamento
Para solicitar o serviço psicológico, basta acessar o site, preencher o cadastro e anexar a carteira funcional para comprovar vínculo institucional.
Após a inscrição, o servidor recebe, por e-mail, o link para agendamento, podendo escolher o terapeuta e o horário mais conveniente. As sessões ocorrem exclusivamente pela plataforma do projeto.
O atendimento inicial é conduzido por psicólogos bolsistas no último ano da graduação, com experiência clínica, capacitados em segurança pública, aptos a acolher demandas pontuais e avaliar as necessidades do paciente. Se for necessário um acompanhamento mais aprofundado, o paciente é direcionado para a psicoterapia e atendido por psicólogos em nível de mestrado e doutorado.
Para casos mais graves, como risco de suicídio, o atendimento é feito por especialistas em saúde mental e prevenção ao suicídio, também em nível de mestrado ou doutorado. Cada situação é analisada individualmente.
O Escuta Susp oferece cinco modalidades de atendimento:
1. Avaliação e aconselhamento psicológico inicial: é porta de entrada do projeto, com o acolhimento do profissional. Neste momento, também é definida a intervenção mais adequada. Esta etapa dura, em média, de oito a dez sessões.
2. Psicoterapia: após a avaliação, se necessário, o profissional é encaminhado para sessões de psicoterapia. Trata-se de um processo terapêutico que se baseia na relação entre terapeuta e paciente. Essa etapa tem duração média de 25 sessões.
3. Promoção à Vida: para situações mais delicadas, o projeto oferece apoio especializado, com foco na prevenção do suicídio. O serviço tem duração média de 12 sessões e conta também com a intervenção dos setores de saúde e qualidade de vida da instituição à qual o profissional está vinculado.
4. Psiquiatria: para essa modalidade é necessário encaminhamento dos atendimentos de psicologia, feito diante de quadros mais graves.
5. Gerenciamento medicamentoso: esse serviço visa a melhoria da eficiência do uso de remédios, tanto para saúde mental quanto física, por meio de análise da interação medicamentosa. Para acessá-lo, é necessário ter o encaminhamento dos profissionais das outras modalidades oferecidas.
Com informações da Agência Gov.