Desmatamento da Mata Atlântica em MS entra na mira do Ministério Público

Foto: Divulgação/CBMMS
Foto: Divulgação/CBMMS

Expectativa é de punir e reduzir uma das principais causas das mudanças climáticas

Com o aumento de 138% nos focos de incêndios na Mata Atlântica, em comparação ao ano passado, autoridades do Mato Grosso do Sul se unem em uma força-tarefa nacional para combater a degradação do bioma, que cobre o sudeste do Estado. Inclusive, um dos focos de trabalho do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) atua desde a semana passada para controlar as chamas do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, em Naviraí.

Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), começou ontem (16), a maior operação de combate ao desmatamento, com fiscalizações simultâneas em 17 estados. O trabalho é coordenado pelo Ministério Público de Minas Gerais e pela Abrampa (Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente).

“As vistorias prosseguem até 27 de setembro, quando serão contabilizadas as áreas desmatadas e as infrações identificadas. Os alvos foram refinados e validados pelo Núcleo de Geotecnologias do MPMS, no âmbito do Programa DNA Ambiental, que realiza análise multitemporal, via sensoriamento remoto, para identificação dos desmatamentos possivelmente ilegais no Estado”, divulgou o órgão por nota.

Com apoio do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), as equipes de fiscalização visitam áreas identificadas com possível ocorrência de degradação, ou realizam fiscalização remota. Quando detectados os ilícitos ambientais, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente nas esferas cível e criminal, além de estarem sujeitos às sanções administrativas relacionadas aos registros das propriedades rurais.

Mato Grosso do Sul está entre os quatro que abrigam mais de um bioma brasileiro, sendo eles Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. Os três sofreram aumento nos focos de incêndios do ano passado para cá, conforme monitoramento do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Contando toda a cobertura nacional, o Cerrado teve aumento nas queimadas de 98%, Pantanal de 1.931% e Mata Atlântica de 138%. Já na tabela anual comparativa de regiões, o Centro-Oeste é o com maiores índices, na casa dos 257%. Por fim, em terras sul-mato-grossenses, o crescimento global foi de 706%.

Combate ao fogo – Segundo a última atualização da Operação Pantanal 2024, os militares e brigadistas atuam também nas regiões do Paraguai Mirim, Nabileque, Porto do índio, São Gabriel do Oeste e Coxim. Rescaldo está sendo em Porto Murtinho, Costa Rica e Albuquerque. O monitoramento por satélite fica em Paiaguás, Nioaque e Estrada Parque.

Clima volta a esquentar e final de semana poderá ter chuva

A presença de chuva no Estado, no último final de semana, fez com que os termômetros registrassem uma queda e a umidade relativa do ar aumentasse, trazendo alívio à população sul-mato-grossense. O maior acúmulo de chuva foi registrado em Bonito e o menor em Ribas do Rio Pardo. A Capital também recebeu um pouco de chuva no domingo (15), ajudando a melhorar as condições climáticas, bem como nas cidades pantaneiras.

A previsão indicava o acúmulo de chuva por volta de 20-30 mm, além disso, poderia não chegar em alguns lugares, de acordo com a Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), contudo a precipitação chegou em várias regiões do Estado, além de alcançar o registro de 67,2 mm em Bonito, no monitoramento realizado de sexta-feira (13) a domingo (15). Cidades, como Dourados e Ponta Porã, também tiveram bastante chuva acumulada, marcando 54,0 mm e 49,0 mm, respectivamente.

Na região pantaneira e em Campo Grande, não era esperado a chuva, por conta da alta densidade do ar quente. Mas, felizmente, neste final de semana foram registradas quedas na temperatura e aumento na umidade relativa do ar, por conta da chuva. Na Capital, o registro de acúmulo foi de 7mm; já em Miranda, Aquidauana e Corumbá, cidades que têm o Pantanal em seu território, registram 29,0 mm, 14,4 mm e 10,6 mm, respectivamente.

“A chuva lava a atmosfera, ajudando a limpar o céu. O vento sul associado à frente fria também ajudou a empurrar fumaça para as regiões mais ao norte, por exemplo, para o Mato Grosso e o estado de Goiás. Além disso, a chuva chegou no Pantanal, foi pouca, mas já é uma ajuda momentânea, principalmente em relação ao combate aos incêndios, porque abaixa um pouco a temperatura e aumenta a umidade”, relata o meteorologista, Vinicius  Sperling.

A previsão para essa semana é do retorno do calor. O meteorologista explica que entre segunda-feira (16) e quinta-feira (19) a máxima terá uma variação de 10ºC. “A tendência é voltar a esquentar. Vamos ter as temperaturas subindo até quinta-feira (19). Então, a máxima em Campo Grande, que está em 26ºC, na quinta deve ficar em uns 36ºC, vai subindo um pouquinho a cada dia até voltar a ficar bem quente de novo”.

Em todo o Estado, é esperado a temperatura próxima aos 40ºC, nesta semana. Cenário comum no período de estiagem, como setembro e outubro. Vinicius alerta para novas chances de chuva a partir de sexta-feira (20).

“A gente vai sofrer com calor em setembro e outubro, isso é fato, vai ter essas melhoras de quando vêm as chuvas, mas podemos passar alguns dias sem chuva e a gente vai sentir o calorão e o tempo seco. Em relação à chuva, talvez, na sexta-feira (20), tenha de novo”.

Por Kamila Alcântara e Inez Nazira

 

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