Entretanto, a redução no preço do grão não foi suficiente para conter o aumento da Cesta Básica
Alimento consumido diariamente, o feijão completou um ano sem aumento nos preços. Em fevereiro, o produto que compõe a Cesta Básica ficou 5,35% mais barato em Campo Grande. No período de 12 meses, a queda acumulada foi de 26,41%, beneficiando os consumidores campo-grandenses. Os dados foram levantados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que acompanha o comportamento dos alimentos em 17 capitais brasileiras.
Na Capital, o preço médio do pacote de um quilo ficou em torno de R$ 6,72 em fevereiro. “A menor demanda e o avanço da colheita dos dois tipos de grãos (carioquinha e preto) explicam os resultados no varejo”, justifica a pesquisa. Apesar do alívio proporcionado pelo feijão ao consumidor, a redução não foi suficiente para impedir que a Cesta Básica em Campo Grande figurasse entre as quatro mais caras do país no mês passado, custando R$ 773,95. O valor representa um aumento de 1,27% em comparação ao primeiro mês de 2025.
Falando em aumento, os campo-grandenses têm notado a alta no preço do quilo da batata. Segundo o Dieese, o tubérculo ficou 14,18% mais caro em fevereiro. Da mesma forma, o quilo do tomate registrou uma alta de 11,47%. A batata encareceu devido às chuvas em algumas regiões, que comprometeram a qualidade do produto, conforme apontado pelo Dieese. “A oferta aumentou com a colheita, contudo, em algumas cidades, as chuvas reduziram a qualidade do tubérculo ofertado, o que elevou os preços”.
Em fevereiro, o preço do arroz agulhinha diminuiu em 13 das 17 cidades analisadas, com variações entre -4,03%, em João Pessoa, e -0,31%, em Belém. Em Campo Grande, no entanto, não houve variação de preço. A queda no valor do arroz em outras localidades foi atribuída à proximidade da entrada da nova safra, à necessidade de liquidação de estoques e à baixa demanda de compradores.
Outros alimentos que pesam no bolso do consumidor, como café e carne bovina, também registraram aumento nos preços. O café subiu 6,76% nos supermercados, enquanto a carne teve alta de 1,11% somente no último mês. Os preços da carne seguem oscilando no varejo: por um lado, a maior oferta de vacas para abate e a pressão dos frigoríficos reduzem os valores; por outro, o volume de carne exportada tem aumentado, pressionando os preços.
55% da renda comprometida
Para garantir o conjunto de alimentos básicos na despensa de casa, o trabalhador em Campo Grande comprometeu, em fevereiro, cerca de 55,12% do salário mínimo (R$ 1.518). Esse percentual resulta da comparação entre o custo da cesta e o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% destinado à Previdência Social. Em janeiro, esse comprometimento foi de 54,43%.
A pesquisa também destaca que, em fevereiro, a jornada de trabalho necessária para adquirir uma cesta básica em Campo Grande foi de 112 horas e 10 minutos, um aumento de 1 hora e 24 minutos em relação a janeiro. Entretanto, comparado a fevereiro de 2024, quando a jornada era de 116 horas e 35 minutos, houve uma redução de 4 horas e 25 minutos de trabalho.
Uma retrospectiva do custo mensal da cesta básica em 2024 para Campo Grande revela uma tendência de aumento nos últimos meses do ano. Em janeiro, o valor era de R$ 736,79; em fevereiro, R$ 748,20; em março, R$ 730,02; em abril, R$ 732,75; em maio, R$ 748,48; em junho, R$ 748,89; em julho, R$ 736,98; em agosto, R$ 714,60; em setembro, R$ 714,63; em outubro, R$ 751,06; em novembro, R$ 772,45; e em dezembro, R$ 770,35.
Por Suzi Jarde
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