Produção está em expansão e já alcança 8 mil litros mensais
Após vários testes e muitas madrugadas em claro, os empreendedores de Chapadão do Sul, Luiza Leite e Gabriel Dresch, finalmente encontraram a receita ideal para um dos melhores chopes de Mato Grosso do Sul. Com apenas malte, água, lúpulo e fermento, a fábrica atualmente produz três tipos de chope, totalizando 500 litros por dia e 8 mil litros por mês, comercializados em 17 cidades do Estado.
E, se depender do casal, essa capacidade de produção deve crescer nos próximos anos. “Estamos no mercado há quase dois anos e, por mais de um ano, antes de iniciarmos a produção comercial, ficamos focados em testes até chegarmos a uma receita que tivesse a nossa identidade. Foi um período difícil e cansativo, mas muito recompensador”, recorda Luiza, em entrevista ao O Estado.
A mestre cervejeira explica que a projeção é triplicar a produção, atingindo 30 mil litros por mês. Na fábrica instalada no interior do Estado, são produzidos três tipos de chope: o Pilsen, considerado o carro-chefe das vendas; o Session, favorito entre os apreciadores de cervejas artesanais; e o chope de vinho. “Nosso objetivo é sermos reconhecidos como uma cervejaria de alta qualidade, oferecendo produtos a preços justos para que todos possam desfrutar de uma experiência única. Acreditamos que o chope é mais do que uma simples bebida refrescante; é uma celebração de sabor e tradição.”
Entre os municípios onde a cerveja artesanal já chegou estão Campo Grande, Camapuã, Ponta Porã, Bonito, Ladário, Corumbá, Cassilândia, Paranaíba e, até fora do Estado, em Chapadão do Céu, Goiás. Durante essa trajetória, os empreendedores encontraram um parceiro fundamental para o crescimento do negócio, tornando a Cervejaria Normandia a única agroindústria de Chapadão do Sul.
“O Senar é um grande parceiro para nós. Eles nos ajudaram muito com documentação, boas práticas, mapeamento da região e até com visitas técnicas a outras agroindústrias brasileiras. Nos fizeram enxergar o potencial que temos, sem falar na qualificação e no suporte que nos dão. Sem o Senar, nossa cervejaria seria muito mais amadora”, avalia Luiza.
“Primeiro você começa”
Como todo início, nada foi fácil. Luiza e Gabriel enfrentaram grandes desafios, principalmente no fornecimento de chope para o bar que administravam. Luiza conta que lidavam com atrasos, entregas não realizadas e, muitas vezes, precisavam se deslocar até Campo Grande para buscar o produto. Todas essas dificuldades levaram os empresários a pensar em produzir o próprio chope.
A jornada do casal foi marcada não apenas por desafios empresariais, mas também por uma difícil perda pessoal. Durante a pandemia, Luiza e Gabriel perderam um filho, que nasceu com um problema cardíaco e faleceu com apenas sete dias de vida. A dedicação à cervejaria tornou-se um refúgio, ajudando a superar a dor e motivando-os a seguir em frente.
Por meio da assistência técnica do Senar/MS, o casal recebeu suporte para formalizar e profissionalizar a cervejaria. Adequando-se às exigências legais, iniciaram o processo de registro junto ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e estruturaram toda a produção. “O chope foi minha cura. Tínhamos nossa receita base, e eu acordava de madrugada para testar novas combinações. Era minha saída, meu refúgio. Esse processo me ajudou a superar um dos momentos mais difíceis da nossa vida. Talvez, se não fosse por isso, não teríamos chegado até aqui, a essa receita de excelência”, afirma Luiza.
Por Suzi Jarde
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