Com 70 km interligados, corredores de transporte reduzem em 20% tempo de deslocamento

Foto: Roberta Martins
Foto: Roberta Martins

Durante a audiência pública realizada ontem (30), na Câmara de Vereadores de Campo Grande para discutir os polêmicos corredores exclusivos de transporte público, Andreia Luiza da Silva, Diretora Adjunta da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) reforçou que embora muitas pessoas critiquem a proposta, os corredores já instalados estão surtindo efeito na redução dos tempos de trajeto.

“O nosso trabalho tem sido em prol da melhoria do transporte coletivo, como já foi feito em outras cidades do Brasil. Algumas capitais, como Curitiba, implantaram seus corredores de transporte nas décadas passadas, e nós, em Campo Grande, também estamos avançando nesse sentido. Temos hoje 70 quilômetros de corredores de transporte em implementação na cidade, o que já trouxe um ganho de cerca de 20% no tempo de deslocamento para o usuário do transporte coletivo”, explicou.

Ela reforçou ainda que o sistema de transporte é criticado, mas as pessoas precisam olhar para os benefícios da coletividade. “Muitas vezes, as críticas ao sistema de transporte coletivo são direcionadas à infraestrutura, mas é fundamental entender que a cidade precisa evoluir com as demandas da população. Por exemplo, na Bahia, temos sete linhas de transporte passando por aqui, com horários que permitem a passagem de até 70 ou 90 pessoas por veículo, o que é um grande avanço. Isso se traduz em mais eficiência e menos trânsito”, pontua.

Por sua vez, Éric Moisés Martins, administrador da Página “Ligados no Transporte” citou que embora o serviço prestado pelas empresas de transporte coletivo nem sempre seja perfeito, a infraestrutura da cidade e as decisões sobre como priorizar o transporte coletivo fazem toda a diferença.

“O corredor na pista da esquerda foi uma escolha técnica, que atendeu a uma demanda dos comerciantes na época da implantação, há mais de 15 anos. A ideia era não bloquear as fachadas dos comércios, permitindo que as estruturas ficassem do lado esquerdo da via. Isso foi feito para conciliar a necessidade de corredores de transporte com o funcionamento do comércio local”.

Quem questionou os contras do projeto foi o vereador André Salineiro. Segundo ele, desde a sua implementação, têm gerado grandes transtornos. “A proposta era melhorar a mobilidade urbana, mas, desde o início, já foram apontadas diversas situações onde essa melhoria poderia ser alcançada sem a necessidade de corredores em determinadas vias, como na Bandeirantes, Brilhante, Rua Bahia e Rua Barbosa. Nessas ruas, onde o fluxo de ônibus não é tão grande, os corredores acabaram atrapalhando o tráfego de outros veículos e, o pior, prejudicaram o comércio local”, opinou.

Outro participante do evento foi Paulo Silva, Diretor-Presidente da Agetran. Ele reforçou que a criação dos corredores de ônibus faz parte do calendário de mobilidade urbana e está em andamento há algum tempo.

“Recentemente, retomamos obras como a da Gunter Hans, e está sendo licitada a obra na Bandeirantes, enquanto a obra na Bahia está em fase de finalização, faltando apenas as estações. Não há muitas mudanças previstas. Vamos dar continuidade às obras que já foram iniciadas, pois há um grande investimento público, especialmente com recursos do governo federal, que não podemos desperdiçar”.

Por sua vez, Marcos Pinheiro, empresário e diretor da Sociedade Comerciária Industrial de Campo Grande destacou que o impacto na região tem sido grande. “Não houve um estudo de impacto na região antes de se implementar o projeto. O modelo adotado foi copiado de Curitiba, mas sem a devida adaptação à realidade de Campo Grande, o que resultou em impactos negativos, como a queda no comércio e a piora no fluxo de trânsito. Mesmo com as mobilizações dos empresários, o poder público não ouviu as preocupações e seguiu com o projeto”, lamentou.

Por Inez Nazira

 

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