De burraco a alagamentos, chuva de 24,4 milímetros deixou estragos na Capital. Na tarde da terça-feira (11), Campo Grande recebeu um forte temporal que ocasionou um transtorno aos moradores. O jornal O Estado visitou na manhã de ontem (12), alguns bairros onde a população amargou prejuízos.
No Jardim Los Angeles, na rua Augusta Rossini Guidi, Manoel Neto jogando entulhos estava tentando tampar um buraco causado pela enxurrada. No mesmo local foi possível encontrar placas de carros, que de acordo com o morador ficam espalhadas por conta dos acidentes envolvendo os buracos. Manoel revela também estar acostumado com o rio que se forma em frente a sua casa após chuva. De acordo com ele, não importa se chove pouco ou muito, mas se chover é certo que a rua inteira irá alagar.
“Eu mesmo jogo coisas para tapar aquela cratera. Não vem aqui ninguém aqui ver o problema, muito menos tentar solucionar. Ontem (11) na hora da chuva, passou um carro aqui, o cara entrou no burraco, quase quebrou todo o carro, isso não é um caso isolado”, relata.
Outra moradora da região, Aline Verusca, contou à reportagem que no dia da última chuva (terça-feira) sua rua virou uma piscina que a sua filha não conseguia chegar em casa depois da escola.
“Sempre que chove assim a gente não consegue entrar com o carro. Fica todo mundo ilhado aqui. Ontem a chuva a gente teve que pegar minha filha aqui na rua de trás, não conseguia passar de jeito nenhum. Essa rua sempre foi assim, desce muito água de cima pra cá e vai lá pra baixo. E é assim, sempre foi assim. Então toda vez que chove também tem um buraco”, explica.
Os problemas não param por aí, no Centro da Capital também foram confirmadas ocorrências devido ao temporal. Uma árvore caiu na Rua Pedro Celestino, na altura da 15 de Novembro, um carro que estava estacionado foi atingido, mas não ficou danificado. Apesar de não obstruir a pista, o trânsito ficou prejudicado no final da tarde.
A Avenida Primeiro de Maio, no Bairro Jardim São Bento, próximo a uma praça, ficou interditada após uma queda de árvore. O Corpo de Bombeiros foi até o local para retirar os troncos e os galhos da via. Ninguém ficou ferido. Ainda na região central, na rua 13 de Julho, em frente a Santa Casa, abriu um buraco. Causando um tumulto e preocupando os motoristas que passam na região.
A forte chuva com ventos e começou por volta das 17h, atingiu diversos bairros de Campo Grande como os já citados Centro e Jardim São Bento. Além desses, a forte chuva chegou ao Amambaí, Universitário, Pioneiros, Jardim Morenão, Jardim Parati, Guanandi, Jardim Nhanha, Vila Taquarussu, Jardim Joquei Club e região.
Previsão do tempo
A previsão para esta quinta-feira (13), de acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul) indica sol e variação de nebulosidade. Devido a disponibilidade de umidade, aliado ao aquecimento diurno podem ocorrer chuvas típicas de verão, onde chove em uma cidade ou bairro e na cidade/bairro vizinho não passa de um aumento de nebulosidade. De maneira pontual, podem ocorrer chuvas mais intensas e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento.
Os maiores acumulados de chuva são esperados, principalmente, para as regiões central, leste, norte e nordeste do estado. Essa situação meteorológica ocorre devido a atuação de uma frente fria, que atua na altura do Sul do Brasil. Este sistema não impacta diretamente o estado do Mato Grosso do Sul, porém contribui para aumentar e organizar o transporte de umidade favorecendo a formação de instabilidades no estado de Mato Grosso do Sul.
Em relação às temperaturas, são previstas mínimas entre 21-24°C e máximas entre 0-35°C para as regiões sul, leste e sudeste do estado. Nas regiões sudoeste e pantaneira esperam-se mínimas entre 23-26°C e máximas entre 31-34°C. Já nas regiões do bolsão e norte são esperadas mínimas entre 21-24°C e máximas entre 30-34°C. Em Campo Grande, mínimas entre 21-23°C e máximas entre 30-33°C. Os ventos atuam do quadrante norte com valores entre 40-60 km/h e, pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.
Pesquisa da PUC indica sensação térmica de até 70ºC
Projeção do Núcleo de Climatologia Aplicada da USP (Universidade de São Paulo) indica que a sensação térmica de algumas áreas do país deve chegar a 70°C em fevereiro. O estudo indica que a extrema onda de calor, deverá ser sentida especialmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, e em parte do Centro-Oeste e Nordeste.
Os pesquisadores do CliMA-USP desenvolveram uma tabela que relaciona diferentes níveis de temperatura e umidade para fazer estimativas reais. Por exemplo, em uma cidade onde a temperatura registrada é de 38°C e a umidade relativa do ar atinge 60%, a sensação térmica pode chegar a 55°C. Já em outra localidade com 41°C e umidade de 40%, a percepção pode disparar para os 53°C.
Por Inez Nazira
Acesse as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram