Campo Grande terá novo modelo de pavimentação: “diferente do que foi feito até hoje”, afirma Miglioli

Foto: Divulgação
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Miglioli anuncia mudança estrutural nas contratações, reforça operação tapa-buracos e projeta mais de R$ 230 milhões em obras para 2025

A Prefeitura de Campo Grande vai implementar um novo modelo de contratação para a recuperação funcional do pavimento. Em entrevista exclusiva ao O Estado, o secretário da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura), Marcelo Miglioli, explicou que a Capital passará a licitar lotes por região, formato semelhante ao já usado no tapa-buraco e na manutenção de vias não pavimentadas.

“Diferente do que foi feito até hoje, nós vamos licitar um lote por região. Vamos contratar a empresa para transportar e aplicar a massa, e faremos um contrato direto com a usina do consórcio, o que barateia o custo para a Prefeitura”, afirmou.

A nova modelagem permite executar obras conforme a disponibilidade financeira, sem engessamento. “Se eu tiver R$ 1 milhão, eu faço. Se eu tiver R$ 10 milhões, eu faço. Se eu tiver R$ 20 milhões, eu faço. Vamos fazendo de acordo com as prioridades de cada região.”O projeto está estruturado e em processo de licitação. A expectativa é deixar tudo pronto ainda neste ano para iniciar 2026 com o novo programa em operação.

Intervenções sob medida: de ruas vicinais a trechos que exigem estrutura

Miglioli destacou que Campo Grande exige soluções diferentes para realidades muito distintas. Ele cita a Rua Clark, na Estrela do Sul, como exemplo de via vicinal em que um reperfilamento simples resolveria o problema por até uma década.
“Em outros pontos preciso de uma espessura mais estruturada. É por isso que estamos modelando tudo com base em critérios técnicos e prioridades reais”, disse.

Mais de 1,7 mil buracos no primeiro dia

A nova etapa da operação tapa-buracos foi intensificada após a Capital resolver pendências financeiras com as empresas contratadas. Segundo Miglioli, o ritmo impressionou já no início.
“Ontem tivemos 1.775 buracos tampados, muitos deles grandes remendos. Foi um primeiro dia muito positivo.”
As equipes trabalham em ritmo contínuo, inclusive no feriado, com prioridade para vias principais e de maior fluxo.
Atualmente, sete empresas atuam simultaneamente – cada uma responsável por um lote regional – e o secretário afirma que todas aumentaram estrutura e equipes para acelerar o atendimento.

Nesta quarta-feira (19), máquinas e trabalhadores atuaram desde cedo na recomposição do asfalto levado pela enxurrada na rotatória da Avenida Rachid Neder com a Avenida Ernesto Geisel. A previsão é concluir o serviço até o meio da tarde. Ao todo, mais de 100 toneladas de capa asfáltica estão sendo utilizadas na pavimentação do trecho danificado, incluindo também partes das avenidas Ernesto Geisel e Rachid Neder, próximas à rotatória.

Meta é chegar ao Natal com situação resolvida

A evolução do serviço depende diretamente das condições climáticas, mas Miglioli está confiante.
“Com tempo colaborando, chegamos às festas natalinas com uma situação bem razoável, se não totalmente resolvida”, avaliou.
A previsão de gasto para manutenção é de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões em novembro e o mesmo valor em dezembro.
Segundo ele, Campo Grande possui cerca de 73 pontos de inundação sazonal, que dependem do volume e intensidade da chuva. Apesar disso, o secretário destaca um ponto positivo:

“Com todas as chuvas intensas dos últimos anos, não tivemos vítimas. Os danos foram apenas materiais, e isso traz certo conforto.”

Pacote de obras para 2026 deve ultrapassar R$ 230 milhões

A Sisep entra em 2026 com um dos maiores pacotes de obras de pavimentação e drenagem da década. Miglioli explica que todo o processo foi estruturado com base no tripé planejamento, projeto e execução. “Fizemos R$ 9 milhões em projetos com recurso próprio e agora temos o recurso para executar.”

A Prefeitura já garantiu R$ 130 milhões a R$ 140 milhões para este ano. A bancada federal cadastrou uma emenda de R$ 100 milhões, permitindo licitar até R$ 240 milhões no início do próximo ano.

O Governo do Estado também vai investir na Capital. “O Estado deve colocar entre R$ 150 milhões e R$ 180 milhões em obras licitadas por eles, como dois lotes no Itamaracá, dois lotes no Itatiaia, o acesso às Moreninhas e outros trechos estratégicos.”
Somando Prefeitura, bancada federal e governo estadual, Campo Grande pode ultrapassar R$ 400 milhões em investimentos estruturantes nos próximos meses.

Por Suelen Morales 

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