Assistência social realizou mais de 10,5 mil atendimentos a pessoas em situação de rua

Fotos: Marcos Maluf
Fotos: Marcos Maluf

Cabe destacar que a população tem o direito, garantido por lei, de recusar as ofertas de ajuda 

Pessoas em situação de rua, pedindo algumas moedas e vivendo em barracos insalubres são vistas nas sete regiões de Campo Grande. Com a crescente reclamação dos moradores das áreas com mais fluxo de andarilhos, a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) afirmou, para o jornal O Estado MS, que já realizou 10.690 atendimentos a pessoas em situação de rua em Campo Grande e frisa que é proibida a remoção forçada dessas pessoas do local onde estão fixadas. 

De janeiro até setembro deste ano, as quatro unidades de acolhimento realizaram atendimentos, mas não é possível afirmar quantas pessoas foram alcançadas, pois um mesmo indivíduo pode ser atendido diversas vezes. As abordagens ocorrem diariamente nas sete regiões da Capital, sendo intensificadas na região central, viadutos, pontes, entroncamentos, praças e na região da avenida Ernesto Geisel, onde há concentração maior dessa população.  

Realizadas 24 horas por dia, a ação tenta estabelecer vínculos com os usuários e encaminhá-los ao acolhimento, sensibilizando-os sobre o risco social e situação de vulnerabilidade em que se encontram. “Cabe ressaltar que as equipes  de abordagem da Política de Assistência Social fazem a oferta à pessoa em situação de rua, que tem por opção aceitar ou não os serviços da Rede. As recusas de atendimento são um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, Inciso XV”, destaca a pasta.

Outro ponto importante é que, desde julho deste ano, existe uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, baseada no decreto federal 7.053/2009, proibindo remoções forçadas de pessoas em situação de rua.

Para intensificar e alcançar mais pessoas em situação de rua com transtornos mentais, também foi criado o “Projeto Atenda”, que tem parceria com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e visa dar mais qualidade no atendimento e atenção integral à saúde dessas pessoas, garantindo mais proteção social de quem está em situação grave. “O objetivo é construir o processo de saída da rua, proporcionando atendimento intensivo e qualificado, além de possibilitar condições de aproximação à rede de serviços, benefícios assistenciais e promover ações para a reinserção familiar e comunitária”, destaca a SAS.

Fotos: Marcos Maluf

Acolhimento

Ainda segundo a nota, o atendimento técnico é realizado por assistentes sociais, psicólogos e  advogados, que contribuem para a construção de novos projetos de vida para essa população, com a realização dos documentos pessoais, encaminhamentos para o mercado de trabalho, para Comunidades Terapêuticas, para CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), dentre outros serviços que se fizerem necessários.

Em Campo Grande, existem cinco locais que atendem a população em situação de rua. São duas Unidades de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias, as Uaifa 1 e 2, localizadas na rua Jornalista Marcos Fernandes, na entrada do Parque dos Poderes, e na rua Romeu Alves Camargo, bairro Tiradentes. Tem a Casa de Passagem e Resgate, na travessa Pepe Simioli, 96, Centro. Também tem a Casa de Apoio aos Moradores de Rua São Francisco de Assis, na rua Monte das Oliveiras, 113, bairro Center Park. 

Além disso, existe o Centro POP, que fica na rua Joel Dibo, 255, Centro. Neste local, as pessoas podem fazer sua higiene pessoal, três refeições por dia, recebem atendimento psicossocial e jurídico e encaminhamentos para demais serviços da rede pública, como saúde e trabalho. O espaço não funciona como unidade de acolhimento. Os técnicos fazem uma triagem e, quando a pessoa aceita o acolhimento, é encaminhada a uma unidade.

 

Por – Kamila Alcântara.

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