Segundo dia de apresentações em Sharm El-Sheik, no Egito, contou com a presença de convidados estrangeiros e com três ministros brasileiros
A programação desta quarta-feira (9) no estande do Brasil na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 27, realizada em Sharm El-Sheik, no Egito, contou com apresentações de diversos temas fundamentais para a agenda verde do país.
O executivo Fernando Gonçalves e o secretário de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcus Paranaguá, participam de painel na COP 27 sobre agricultura sustentável.
A transição energética e a relação entre agricultura, meio ambiente e clima foram assuntos debatidos nos painéis, que trataram, ainda, da descarbonização na indústria, do papel das startups e da tecnologia e inovação no futuro desta agenda verde, e do Programa Alimenta Brasil.
Participaram das discussões, diretamente do Brasil, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes; e o ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento.
Agro sustentável
A força da agricultura brasileira foi um dos pontos altos dos painéis no estande do Brasil, nesta quarta-feira, na COP 27. Um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o Brasil caminha para mais um recorde na produção de grãos e deverá atingir 312,4 milhões de toneladas, de acordo com o 1º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023, divulgado em outubro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“O Brasil é parte da solução (no combate às mudanças climáticas). E o que queremos mostrar nesta COP é o Brasil real, um dos países na vanguarda nessa agricultura de baixo carbono”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
“É um país que tem a responsabilidade de produzir alimentos. É um país que sai, em 40 anos, de importador de alimentos para um dos maiores exportadores do mundo, preservando ambientalmente e com a legislação mais rigorosa que o mundo tem em relação à questão de preservação ambiental”, reforçou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes.
Presidente de uma empresa que trabalha com produtos de alta tecnologia e desenvolve soluções inovadoras para a agricultura, presente em mais de 100 países, com fábricas no Brasil, na Argentina e na Tailândia e escritório comercial no México, Fernando Gonçalves Neto destacou em sua palestra o papel da sustentabilidade dentro do agronegócio brasileiro. E, para isso, ele citou o exemplo da soja.
“Não existe país no mundo com uma agricultura tão sustentável quanto a nossa e nós podemos triplicar a produção brasileira usando tecnologia e pastagens degradadas”, afirmou Fernando Neto.
O Brasil é o maior produtor mundial de soja, com uma produção de 135,409 milhões de toneladas na safra 2020/2021, segundo dados da Embrapa. A média nacional na produção de soja é de 50 sacas do grão por hectare. Fernando Neto explica que sua empresa ajudou a promover o Desafio Nacional realizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil, com 5.400 produtores, e monitorou a produção de cada um deles.
O vencedor, com uso de tecnologias de ponta e técnicas sustentáveis, colheu 126 sacas por hectare.
O fato de a agricultura brasileira usar, há vários anos, bactérias orgânicas (bradyhizobiun) como inoculante na semente ou no sulco reduz a necessidade do uso de nitrogênio para a preparação do solo. Com isso, a agricultura de soja brasileira já evita a cada safra a emissão de 188 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Transição energética
Referindo-se ao papel do Brasil no processo de transição energética em curso no mundo para o combate às mudanças climáticas, Morten Dyrholm, dinamarquês vice-presidente da maior empresa do mundo no campo da energia eólica, foi categórico: “Não há limites para o potencial brasileiro”.
Segundo Morten Dyrholm, cuja empresa já atua no Brasil, empregando cerca de 1.200 funcionários, o país, por toda sua potencialidade, se apresenta como o local central para investimentos globais da indústria de energia eólica.
“Nós continuamos a contratar centenas de pessoas no Brasil, que tem um processo de continuidade importante na geração de energia eólica. O Brasil é o grande lugar para se investir hoje. No resto do mundo não é tanto assim”, afirma o dinamarquês, cujo país é o pioneiro no desenvolvimento da indústria da energia eólica.
O argentino Juan Ignacio Rubiolo, vice-presidente executivo e presidente de negócios internacionais de uma conceituada empresa de energia global que opera em quatro continentes e tem sede nos Estados Unidos, foi outro palestrante estrangeiro a destacar o potencial brasileiro no mercado de geração de energia limpa.
“Historicamente, o Brasil tem sido muito eficiente no planejamento de suas ações neste sentido. O Brasil deveria liderar essas discussões. Temos muita confiança e estamos muito animados com o futuro do Brasil”, ressaltou Juan Ignacio Rubiolo.
Desde que abriu suas portas no primeiro dia da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima no Egito, o estande brasileiro tem recebido visitantes de diversos países. Já passaram pela casa do Brasil em Sharm El-Sheik representantes de diversas delegações estrangeiras, como: Estados Unidos, México, Egito, Suécia, Coreia do Sul, Colômbia, Alemanha, Escócia, Omã, Japão, Canadá, Marrocos, Uganda, República Democrática do Congo, Paraguai, Reino Unido, China, Portugal, Noruega, Moçambique, Gana, Costa Rica, Holanda, Suíça e Índia.
Com informações da Assecom do MMA.