Complexo do Parque dos Poderes, em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, é um dos últimos remanescentes de Cerrado e Mata Atlântica na região. Localizado na área urbana, abriga mais de 230 espécies de aves, inclusive algumas endêmicas do Cerrado e ameaçadas de extinção. Muitas pessoas frequentam o local para praticar esportes, confraternizar em família ou simplesmente contemplar a natureza e descansar. É o maior atrativo turístico da capital e está sofrendo sérias ameaças pelas tentativas de desmatamento para ampliação da sede administrativa do governo do estado, ali localizada, e, mais recentemente, pela verticalização do seu entorno.
Complexo do Parque dos Poderes, em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, é um dos últimos remanescentes de Cerrado e Mata Atlântica na região. Localizado na área urbana, abriga mais de 230 espécies de aves, inclusive algumas endêmicas do Cerrado e ameaçadas de extinção. Muitas pessoas frequentam o local para praticar esportes, confraternizar em família ou simplesmente contemplar a natureza e descansar. É o maior atrativo turístico da capital e está sofrendo sérias ameaças pelas tentativas de desmatamento para ampliação da sede administrativa do governo do estado, ali localizada, e, mais recentemente, pela verticalização do seu entorno.
Historicamente, a ausência de planejamento urbano, do envolvimento e de contribuições de cientistas, pesquisadores e da população resultou no passado no crescimento desordenado das cidades, na falta de infraestrutura adequada e na deterioração da qualidade de vida dos habitantes urbanos. Hoje, a importância das áreas verdes urbanas, como parques e praças, é amplamente reconhecida para a qualidade de vida e ambiental. De acordo com a bióloga Isabelle Blengini, essas áreas desempenham funções decisivas na redução da poluição, dos ruídos e da temperatura. Elas também abrigam animais silvestres, combatendo as “ilhas de calor” e ajudando na adaptação às mudanças climáticas.
O adensamento populacional em áreas de amortecimento ambiental pode gerar diversos impactos psicológicos negativos, como estresse, ansiedade, sensação de confinamento, redução da qualidade de vida, isolamento social, aumento da agressividade, dificuldade de concentração e afastamento da natureza. Por isso, é fundamental que as políticas urbanas levem em conta esses aspectos para promover ambientes que favoreçam o bem-estar mental e emocional da população. A participação de cientistas e pesquisadores das humanidades é essencial nesse processo, pois oferecem uma visão integrada que considera tanto a saúde humana quanto a sustentabilidade ambiental. Para que o desenvolvimento urbano seja realmente equilibrado e benéfico, é indispensável que seja conduzido de forma justa, sustentável e com a participação das comunidades locais, valorizando a proteção do meio ambiente e os aspectos ligados à saúde mental.
Preservar essas áreas representa mais do que a conservação ambiental, trata-se de garantir espaços que promovem uma vida mais equilibrada, saudável e profundamente conectada à natureza, aspectos fundamentais para o bem-estar físico e, sobretudo, para a saúde mental das populações, especialmente em ambientes urbanos cada vez mais densos e estressantes. No caso do Estado de Mato Grosso do Sul, essa preservação também carrega um valor simbólico e histórico inestimável. O Parque dos Poderes não apenas resguarda a biodiversidade local com suas trilhas, áreas verdes e uma rica fauna composta por espécies como quatis, araras, capivaras e antas, mas também preserva a memória coletiva do povo sul-mato–grossense. Ele simboliza a união dos três poderes do Estado — Executivo, Legislativo e Judiciário –, sendo um marco arquitetônico, político e cultural da capital, Campo Grande. Assim, o Parque dos Poderes se torna um exemplo inspirador de como a preservação ambiental, o lazer, a identidade histórica e a convivência democrática podem coexistir em harmonia, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a qualidade de vida da população.
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