Vencedor do Prêmio Ipê das Artes Visuais realiza exposição na Galeria de Vidro

Foto: Divulgação
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Nesta terça-feira (26) será realizada a segunda exposição dos ganhadores do 1º Prêmio Ipê das Artes Visuais, na Galeria de Vidro. Desta vez o artista responsável pelas obras é Anderson Bosh, que apresentará a série “ExerSexies”, da coleção “Demiurgia”. A abertura será as 19 horas.

De acordo com Anderson, o prêmio representou uma oportunidade de expor novamente a coleção criada em 1995, que havia sido denominada como “Sexualidade Humana”. Para a exposição de hoje as obras receberam tratamentos de cor, textura e palavras de ordem para representar sua história.

Anderson explica que suas obras foram impedidas de serem apresentadas devido a seu conteúdo e época. “Essa coleção investiga, sobretudo, a procura pela identidade que eu vivia em meados dos anos 1990, quando a exposição ‘Sexualidade Humana’ foi interditada e cancelada por conta de alegações de cunho social, tradicional e moral. Eu deixei de participar de atividades relacionadas às artes visuais, mas não interrompi o trabalho”.

As obras devem conduzir o olhar mais observador pelos grafismos e dinâmicas provocadas e proporcionam uma experiência de contemplação, interação, informação, debate e posicionamento. Devido ao conteúdo explícito de algumas pinturas e da temática geral, a visitação para menores de 18 anos só será permitida mediante a presença dos pais ou responsáveis.

O artista também ministrará duas oficinas previstas em edital. Ele tem o prazo de um ano para organizar os eventos e lecionar sobre suas técnicas. Outros 19 artistas foram habilitados nesta primeira edição do Prêmio Ipê, espalhados entre dez categorias diferentes: pintura, gravura, escultura, fotografia, instalação, performance, projeção mapeada, grafite, artes visuais e tecnologias. Cada um dos deles foi contemplado com R$ 5 mil.

O artista 

Anderson Bosh é filho e neto de costureiras e ainda adolescente costurava as próprias roupas e peças para familiares com ajuda inicial da mãe, com quem aprendeu a costurar. Na escola, encontrou no teatro e no balé formas de ser respeitado e trado com tolerância por colegas e professores.

Conforme se desenvolvia como artista e como pessoa, Anderson passou a manifestar cada vez mais sua condição biológica de intersexualidade e transexualidade nas práticas criativas e artísticas. “Essa ânsia por falar sobre minha condição, me auto perceber e entender, me levou para o caminho da expressão, da criação, da arte, e nela encontrei janelas e portas abertas para experimentar, propor, falar, dialogar, debater e existir enquanto sujeito e artista”, diz o artista.

Serviço

A Galeria de Vidro fica na Avenida Calógeras, n.º 3.105, esquina com a Avenida Mato Grosso, no Centro. A exposição “ExerSexies” ficará aberta ao público por 15 dias.

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