Vémo’um – Nossa Voz: Filme sobre Aldeia Marçal de Souza estreia sexta-feira

Foto: : Reprodução
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Documentário retrata cotidiano, histórias e memórias no contexto da Aldeia Urbana Marçal de Souza

‘Vémo’Um’, em Terena, quer dizer ‘nossa voz’, expressão que dá título ao documentário dirigido por Breno Moroni e Thaís Umar, que chega as telas para amplificar histórias, memórias e expressões dos indígenas do contexto urbano a partir da Aldeia Urbana Marçal de Souza. O lançamento oficial está marcado para a sexta-feira (15) às 18h30, no Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, como parte das comemorações de aniversário de Campo Grande.

Financiado pela Lei Paulo Gustavo, do MinC (Ministério da Cultura), Governo Federal, com apoio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) e Governo do Estado, o documentário nasce da parceria com jovens da comunidade, revelando talentos e narrativas com o olhar de quem vive a cidade sendo povo originário.

O projeto é idealizado pela gestora cultural e liderança indígena Maria Auxiliadora Bezerra e pela atriz e diretora Thaís Umar. “Auxiliadora me convidou para produzir e dirigir uma série de entrevistas, que resultou neste documentário. Aceitei o convide e propus o projeto, convidei o Breno Moroni [diretor] e o Antônio Lopes [cinegrafista e editor de vídeo] e formamos uma equipe para as gravações”, disse Umar para o jornal O Estado.

As filmagens começaram no ano passado, com depoimentos de moradores da comunidade que representaram diferentes fases da vida e idades, com relatos sobre identidade e os desafios do ser indígena em contexto urbano. “Fiquei animada em ver a riqueza e diversidade das experiências e perspectivas que pudemos captar. Cada entrevista aborda um aspecto diferente sobre os desafios enfrentados pela comunidade e registras importantes ensinamentos”, destaca a diretora.

“A ideia surgiu de uma conversa com a Thaís por conta de uma preocupação minha enquanto mãe e mulher, especialmente com a juventude. Vivemos em uma realidade onde o mundo virtual é muito presente para eles. Queremos ressaltar a importância da ocupação desse espaço digital pelos jovens, que têm aptidão e precisam ocupar esse lugar. O projeto é também uma forma de dar voz à comunidade, com cerca de 80 jovens vivendo na aldeia”, contou Maria Auxiliadora.

Luz, câmera, representatividade

Identidade, línguas nativas, inclusão no mercado de trabalho artístico e o papel das mulheres artesãs são temas abordados nas entrevistas, que também renderam uma oficina com jovens do local, que participaram do set de gravações e conheceram as práticas de filmagens.

“A formação audiovisual é importante para que a comunidade possa contar suas próprias histórias e trazer à tona suas narrativas. Oficinas de cinema e fotografia como essas, contribuem para a experimentação e permitem que os participantes desenvolvam habilidades importantes para dar continuidade a seus projetos e criar outros mais”, opinou Umar.

O ator Breno Moroni, diretor, roteirista e preparador de elenco do curta, ressalta o impacto do projeto na formação de novos artistas e no fortalecimento da cultura indígena. “O puramente artístico é colocar o indígena como músico, ator, cinegrafista. A ideia é fomentar artistas e não apenas consumidores de arte. Além disso, o audiovisual é uma poderosa ferramenta de denúncia e documentação. Ensinamos o básico das funções no cinema – direção, captação de som – para que cada um descubra sua melhor função”.

Vozes da aldeia: A utilização do audiovisual proporcionou que a comunidade indígena contasse suas histórias – Foto: : Reprodução

Reflexões

Para Thaís Umar, ao utilizar o audiovisual como ferramenta de expressão, o projeto permite que a comunidade indígena se aproprie da tecnologia digital e utilize para contar suas próprias histórias.

“Esperamos que o documentário possa promover a reflexão e a conscientização. Ele tem 15 minutos de duração e após a exibição terá uma roda de conversa; o documentário é um pretexto ao diálogo sobre os temas levantados e um convite para assistir às entrevistas na íntegra. Queremos que o Vémo’um seja uma ferramenta para valorizar a diversidade cultural e promover a cidadania. O projeto pretende ser um instrumento didático, um recurso educativo. Eu gostei de estar em um projeto liderado por mulheres. Foi uma experiência enriquecedora trabalhar com a comunidade e valorizar a perspectiva feminina nesse contexto”, finaliza.

O projeto conta com Thaís Umar, diretora e produtora; Breno Moroni, roteirista e preparador de elenco; Antônio Lopes, diretor de fotografia e editor de vídeo; Marcelo D’Ávila, pós-produção de áudio; Rodrigo Bezerra, Bruno Henrique de Oliveira e Kauhê Escobar, assistentes de filmagem; Sâmara Figueiredo, entrevistadora; Ana Malheiro, maquiadora. Além de convidados: Ana Carla Malheiro, Gerson Jacobina, Giulia Gabriela Rodrigues, Itamar Xunati, Josias Ramires, Jucimara Pereira, Lisio Lili, Maria Auxiliadora Bezerra, Silvana de Albuquerque.

Serviço: O lançamento oficial do documentário Vémo’Um será na sexta-feira (15), às 18h30, no Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, com classificação livre e entrada gratuita. Após o lançamento, as entrevistas estarão disponíveis em plataforma gratuita de vídeos.

 

Por Carolina Rampi

 

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