Sucesso dos anos 2000 volta repaginado sem deixar de lado a nostalgia, marcando retorno de Lindsay Lohan
‘Don’t wanna grow up, i wanna get out’. Quem foi uma criança ou adolescente ‘Disney’ se lembra dessa icônica letra., retirada da música ‘Take Me Away’, trilha sonora do filme ‘Sexta-feira Muito Louca’. O longa, protagonizado por Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis em 2003, é considerado um clássico dos filmes adolescentes e após 22 anos ganha uma continuação, com estreia nesta quinta-feira (7).
No novo filme, Jamie Lee Curtis e Lohan repetem a dupla de mãe e filha Tess e Anna, que mais uma vez passam por uma troca de corpos, assim como no primeiro filme. Anna agora é mãe da adolescente Harper, e se prepara para se tornar madrasta de Lily, ao se casar com Eric; já Tess, agora é avó e também está passando por um momento de grandes mudanças. Quando suas vidas se cruzam novamente, enfrentando os desafios de duas famílias se unindo, Tess e Anna descobrem que, de algum modo, o raio pode cair duas vezes. Uma nova crise de identidade se aproxima, e as duas terão que aprender mais uma vez a lidar com a transformação de suas vidas de maneira inesperada e cheia de surpresas. As quatro mulheres da família trocam de corpos e as adolescentes assumem a identidade das adultas – e se aproveitam do fenômeno sobrenatural para tentar acabar com o noivado de seus pais.
‘Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda’ é dirigido por Nisha Ganatra, cineasta responsável pelo drama musical, A Batida Perfeita. O elenco conta ainda com outros atores conhecidos, como Julia Butters (Era uma vem em… Hollywood e Os Febelmans), Manny Jacinto (The Good Place), Sophia Hammons (Amor nas Alturas) e Mark Harmon (NCIS), além do retorno de nomes conhecidos do primeiro filme como Chad Michael Murray, Haley Hudson e Christina Vidal.

Foto: Reprodução
De lá pra cá
Para retornar ao filme, a diretora Nisha Ganatra buscou deixar o set de gravações mais descontraído, para que os atores se soltassem mais nas interpretações. O gancho para essa atitude foi a preparação que as atrizes tiveram que passar, onde estudaram gestos e expressões para que pudessem ‘trocar’ de corpos de uma forma mais convincente.
O longa também traz de volta a banda fictícia Pink Slip, que causava transtorno entre a família da personagem Anna. Inclusive, o novo filme achou um jeito de preservar o amor de Anna pela música na vida adulta, onde a personagem fez do hobby da adolescência a sua profissão.
A trama do filme traz novamente um conflito entre gerações, desde o clássico embate entre mães e filhas, uso de tecnologia e debates sobre referências da cultura pop, que rendem ótimos momentos (e risadas!).

Tess e Anna Após 22 anos Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan contracenam como mãe e filha que trocam de corpo – Foto: Reprodução
Críticas
Em 2003, ‘Sexta-feira Muito Louca’ teve um orçamento de U$ 26 milhões, e obteve um sucesso estrondoso, arrecadando U$ 160 milhões ao redor do mundo e conquistando fãs, que, são fiéis até hoje. Agora, mais de 20 anos depois, a crítica especializada está com avaliações positivas sobre a nova história, tendo iniciado com quase 86% de aprovação no Rotten Tomatoes. Até o momento de fechamento desta matéria, foram contabilizadas 68 avaliações, com 78% de aprovação no portal.
Isabella Soares, do Collider, avisa o público da presença – bem colocado – de easter eggs no filme, e ressalta que a narrativa e química do elenco floresce nas telas. “Esse toque mágico do clássico da Disney parecia impossível de replicar, mas nas mãos de Nisha Ganatra, ‘Uma sexta-feira mais louca ainda’consegue fazer o raio cair duas vezes. Todos que você esperava ver estão aqui, a química entre Lohan e Curtis continua impecável e as novas adições ao elenco não prejudicam a narrativa que nos conquistou há mais de duas décadas”.
Maureen Lee Lenker, da Entertainment Weekly, destaca o enredo da família presente no longa. “É uma ode sincera ao fortalecimento e à construção de laços, ao poder do amor profundo e incondicional, e ao calor e à segurança da família escolhida, principalmente quando ela está em seu momento mais assustador”.
Já no Brasil, Montez, do portal Estação Nerd, destaca o trabalho da diretora ao criar um filme “divertido e bem-humorado”, que conversa com a nova juventude.
“Ganatra é muito eficaz na forma que emula certas decisões estéticas e de imagem que não reproduzem exatamente a mesma coisa, mas faz lembrar pelo trabalho com o humor. Se a linguagem dos clipes e da televisão a cabo moldou o ritmo e a estética do remake de 2003, aqui o que se nota é a influência direta do conteúdo digital e da lógica algorítmica que define o que é popular — e por quanto tempo”.
“‘Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda’ cumpre seu papel duplo: satisfaz a memória afetiva de quem cresceu com o filme de 2003 e, ao mesmo tempo, oferece um espelho atualizado para o público jovem de hoje, equilibrando o peso da nostalgia com a leveza de uma comédia pop feita para um tempo em que tudo — até mesmo um dia trocando de corpo — parece passar mais rápido”, completa.
“O filme é um prato cheio para os fãs do original. São quase duas horas de referências, piadas bem construídas e aquele clima Disney que conquistou o público nos anos 2000, meio ‘Sessão da Tarde’. Também há menções diretas ao primeiro longa e até os clássicos erros de gravação durante os créditos”, pontuou Letícia Perdigão, do Metrópoles.
Beatriz Izumino, da Folha de S.Paulo, teceu elogias a volta de Lohan as telas.
“Quem testemunhou a ascensão e queda da americana, iluminada pelos holofotes de uma mídia ainda mais cruel com jovens mulheres do que a atual, sabe o alívio que é vê-la aparentemente bem neste que é seu primeiro papel substancial em um filme lançado amplamente nos cinemas desde “Vale do Pecado”, de Paul Schrader, em 2013”, finaliza.
Por Carolina Rampi