Tempo seco afeta a saúde dos animais de estimação

Tutores devem ficar atentos aos sinais de tosse, secreção nasal, ocular e dificuldade respiratória.

O tempo seco, típico clima desta época do ano, exige cuidados especiais. Sem previsão de chuva para os próximos dias, a baixa umidade do ar deve prevalecer, afetando não só a saúde das pessoas, como também a dos cães e gatos.

De acordo com a médica-veterinária Kamylla Fernanda Ignácio, assim como as pessoas, os pets apresentam sintomas como coceiras nos olhos, boca seca, cansaço, dificuldade para respirar e desidratação. “Os níveis baixos de umidade, por exemplo, abaixo de 30%, podem fazer com que os animais apresentem sinais de desconforto, como cansaço, dificuldade respiratória, ressecamento de mucosas, sangramentos nasais, feridas na pele, desidratação, fraqueza, dificuldade de descanso, falta de vontade em se exercitar, entre outros”, revela.

O tempo seco dificulta ainda mais a respiração. As situações mais comuns são de animais que apresentam problemas respiratórios. Neste período, os tutores dever tomar cuidado redobrado. “Além de aumentar a incidência de doenças virais e oculares, principalmente em cães braquicefálicos, que possuem focinho curto e achatado. As raças específicas já possuem dificuldade parar respirar, mas com o tempo seco esse problema se agrava. As infestações de carrapatos também podem aumentar de forma significativa, pois, com a queda de temperatura, a diminuição das chuvas e pastagens e gramados mais secos, as populações de carrapatos tendem a aumentar.

Para evitar que o animal sofra problemas graves em razão da baixa umidade, é importante ter sempre disponível água potável fresca. “Trocar a água do animal durante todo o dia, deixando-a sempre fresquinha para o consumo. Panos molhados no ambiente em que ele fica também são recomendados, banhos também são indicados, pois ajudam a refrescar. Optar por fazer caminhadas no início da manhã ou no fim da tarde, quando o sol está mais ameno. Ao perceber ressecamento no joelho, cotovelo e nos calos de apoio, é bom usar um hidratante apropriado. O uso de umidificadores de ar também pode ajudar: a inalação umidifica as vias aéreas e facilita a respiração, sendo feita somente com soro fisiológico”, orienta a médica-veterinária.

Tutores, fiquem atentos a qualquer sinal de tosse, secreção nasal ou ocular e dificuldade respiratória; em casos graves é importante encaminhar o animal a uma clínica veterinária para avaliação de um profissional capacitado.

Doenças virais

Fique atento! O período seco também favorece o aumento dos casos de doenças virais, que são aquelas disseminadas por inalação e, mesmo com a vacinação em dia, em períodos como este em que estamos vivendo os animais podem contrair algumas doenças.

“Uma dessas doenças é a cinomose, que pode atingir todo o organismo do animal e possui 90% de taxa de mortalidade, sendo uma doença que traz muito sofrimento, já que na maioria das vezes o animal não responde ao tratamento como se espera. Essa doença é extremamente contagiosa e pode ser transmitida até mesmo pelo próprio dono do animal, ao fazer carinho em um animal de rua que está doente e dessa forma acabar levando o vírus para casa. Apesar de poder ser contraída em qualquer época do ano, a incidência da cinomose aumenta durante o clima seco, por conta do aumento das secreções.”

Outra doença viral que requer cuidados durante o tempo seco é a parvovirose, doença muito comum em épocas quentes. “Essa doença causa vômito e diarreia intensa, deixando os animais severamente desidratados, pois perdem muito líquido. Apresenta infecção com o aumento da carga viral no organismo do cachorro, e às vezes o animal acaba morrendo por conta da desidratação severa. A única forma de prevenção é a vacinação”, finaliza Kamylla.

É importante prestar atenção ao comportamento dos cães, pois quanto mais rápido for o diagnóstico, maiores as chances de recuperação. Animais adultos que já possuem a imunidade formada têm menos chances de contrair essas doenças. Entretanto, após um animal desenvolver essas doenças, é preciso tomar cuidado com a adoção de outros animais.

(Texto: Bruna Marques)

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