Teatro Glauce Rocha: um palco manifesto

glauce rocha
Foto: divulgação

Palco de grandes apresentações culturais e artísticas de Mato Grosso do Sul, o teatro Glauce Rocha foi inagurado em 1971, ainda como parte da UEMT (Universidade Estadual de Mato Grosso). O nome escolhido foi uma homenagem póstuma à grande atriz campo-grandense, Glauce Rocha, que faleceu no mesmo ano. A reportagem foi em busca de histórias peculiares e conversou com o secretário da Proece (Projetos e Eventos Culturais), Eduardo Escrivano, o produtor cultural há mais de 40 anos na Capital, Pedro Silva e a diretora, atriz e produtora de cultura, Andréa Freire. 

Nomes como Dercy Gonçalves, Paulo Autran, Joana Fomm, Chico Anysio e Marília Pêra são algumas das personalidades que subiram ao palco do Glauce Rocha e integram a coleção de memórias do espaço. “Momentos fundamentais da nossa história foram realizados dentro do teatro, como a assinatura da criação do Estado de Mato Grosso do Sul, em 1977. Foi o primeiro espaço a reunir e encantar a juventude campo-grandense com espetáculos de teatro e shows de outras regiões brasileiras”, pontua Andréa Freire. 

Já quem comenta com propriedade e intimidade sobre as vindas dos artistas nacionais e suas apresentações é o produtor cultural Pedro Silva. “Já vai completar 40 anos, de quando trouxe a primeira peça teatral a Campo Grande. Somos, eu e minha equipe, especialistas em trazer as grandes peças teatrais. Até 2006, trazíamos mais peças de teatro com artistas renomados nacionalmente”, rememora senhor Pedro. Sobre as apresentações que produziu no teatro Glauce Rocha, Pedro Silva relembra, com carinho, as personalidades que trouxe ao espaço. “São vários, mas Paulo Autran, Antônio Fagundes, Stênio Garcia, Fernanda Montenegro e Laura Cardoso foram incríveis”, enumera e completa: “Por serem grandes atores, pela competência e pela humildade”.

Meio século de história

Reviver a história do teatro Glauce Rocha se faz necessária e é também uma froma de celebrar a cultura da Cidade Morena. Idealizado antes da divisão do Estado, o palco foi projetado para integrar parte da UEMT (Universidade Estadual de Mato Grosso), atual UFMS. “O teatro foi projetado para ser construído aqui e antes de ser inaugurado, estava previsto que o seu nome seria ‘Teatro Popular Universitário’. No entanto, foi na época de inauguração dele que a atriz Glauce Rocha faleceu. Então, antes de inaugurar, eles resolveram realizar essa homenagem à atriz”, afirma Eduardo Escrivano, secretário de Projetos e Eventos Culturais da UFMS. 

Desde a inauguração, o espaço transformou-se em Cine Teatro, foi palco para música, da clássica à regional, além de realizar cerimônias e outros eventos acadêmicos. Eduardo comenta que a agenda de apresentações costuma lotar o teatro, que possui capacidade para 750 pessoas. “Quase todos os eventos são lotados. Esse ano, mesmo, já tivemos algumas apresentações, principalmente de concertos, que atingiram a lotação máxima. Por exemplo, o coral e a participação da Orquestra Municipal de Campo Grande sempre lotam. Outra apresentação que superou a capacidade máxima de pessoas foi a ópera ‘O Homem Amarelo’, uma produção regional que aborda sobre a semana de Arte Moderna e a Independência do Brasil. Os eventos regionais ou as produções daqui costumam chamar mais a atenção da população e tem público grantido.” 

Eduardo ainda ressalta as qualidades do espaço e o que os turistas destacam, que ficam impressionados com a estrutura do Glauce Rocha. “Nós não temos, no Estado, outro teatro com características iguais. Um palco italiano com essa inclinação de plateia e do jeito que ele foi projetado, com essas características arquitetônicas e projeção acústica. Ele é singular e posso afirmar que é a caixa cênica mais estruturada de Campo Grande”, conclui.  

 

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