Stagecraft: a nova tecnologia que abre uma janela para outras realidades

A tecnologia que temos para o entretenimento é muito inventiva e dificilmente será mais elaborada que isso,é claro que podemos chegar em um ponto onde será possível alterar narrativas em tempo real e até mesmo acrescentarmos planos de câmera em uma produção. O que vemos hoje é um misto da modernidade e tudo que podemos fazer com render de computadores super rápidos, a tecnologia sempre a frente com a qualidade tanto de exibição quanto de captação. Em “Mandaloriano – 2019” série da Disney que veio para expandir mais o universo de Star Wars inseriu um novo conceito de inserção de ambiente.

Os famosos fundos verdes também conhecidos como Chroma Key podem estar com os dias contados a ILM (Industrial Light & Magic) introduziu o stagecraft que nada mais é que uma sequência de telas de LED alta definição em um espaço de 20 metros de largura por 7 de altura que simulam os cenários da série eliminando locações caríssimas e aumentando a imersão dos atores quando estão em cena tornando o processo mais real. O conceito não é novo a retroprojeção já era feita nos anos 1960 principalmente em cenas com carros onde só o fundo se mexia dando a falsa impressão de movimento, e quando digo fala é falsa mesmo, se uma série ou filme bem construído usasse esse recurso em uma único take já o suficiente para acabar com a experiência. A nova tecnologia não utiliza projeções, as animações são rodadas direto nos painéis o que permite modificações instantâneas na construção dos ambientes e uma facilidade para edição já que as telas verdes não precisam ser recortadas. Tudo pode ser feito em algumas horas e transmitido nessas telas, e ainda permitem serem iluminadas com spots superiores para auxiliar na composição da cena sem que percam qualidade ou fique com aquela aparência fosca que vemos em TVs de LED quando possuem tecnologias anti reflexo.

O Stagecraft tem uma aparência de câmara e permite que uma infinidade de cenas sejam gravadas nele, o criador de O Mandaloriano Jon Favreau revelou em entrevista que 50 % da série foi rodada usando esse recurso o que diminui bastante os custos com produção. O Mandaloriano é uma das séries mais caras da história com um orçamento de 100 milhões de dólares com cada episódio custando uma bagatela de 15 milhões. A realidade aumentada e os cenários em 3D são o futuro cada vez mais perto, pode ser que os cinemas 4D com todas pantomimas não tenham vingado assim como era esperado mas algumas modificações sutis como essa na hora de construir o universo de um filme ou série tornam as produções muito mais rápidas para produzir e palpáveis para os atores que podem interagir com o que está a sua volta. Com o set inteiramente construído ao redor dos atores a movimentação ficaria prejudicada já que não se movimenta junto com o ambiente – no Chroma key esse movimento é inserido na montagem final – , mas com a realidade de aumentar as câmeras possuem sensores que estão conectados com os transmissores dos painéis fazendo o fundo se movimentar junto como uma espécie de tracking motion em tempo real, dando planos suaves e mantendo o movimento de câmera fluído orientando o espectador geograficamente.

Uma das desvantagens de toda essa parafernalha é o padrão moiré que são conflitos de texturas do obturador das câmeras com as telas LED gerando um entrelaçamento que pode ser observado se houver planos de detalhe no horizonte. É claro que nenhum roteirista envolvido nessa produção seria capaz de sugerir tal ideia ainda mais em uma tecnologia ainda em desenvolvimento. Nesse caso são sobrepostas imagens produzidas por algum software de renderização de 3D para criar o visual dos planetas e dar um aspecto mais realista, as cenas em campo são usadas lentes que desfocam o fundo quase que totalmente eliminando a textura dos painéis. O Mandaloriano chega no novo Disney Plus no dia 17 de novembro e está em sua segunda temporada.

(Filipe Gonçalves)

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