Obra bilíngue conta a história da instituição e na restauração do Pantanal
O Instituto Socioambiental da Bacia do Alto Paraguai (SOS Pantanal) comemora 15 anos de atuação dedicada à preservação do Pantanal. Desde sua fundação, em 2009, a organização tem trabalhado na promoção de políticas públicas ambientais, no desenvolvimento de projetos de uso sustentável e na disseminação de conhecimento. Para celebrar essa importante data, no dia 19 de março, será lançado um livro que reúne relatos e imagens da jornada de conservação e da luta pela proteção das águas, terras e fauna do bioma.
O livro, que é bilíngue (português e inglês), foi escrito sob a visão dos criadores, conselheiros e parceiros do SOS Pantanal. Com a jornalista Teté Martinho como autora, a obra retrata a evolução das estratégias, da visão e da rede de proteção que possibilitaram ao Instituto oferecer diversas perspectivas para a conservação e o desenvolvimento sustentável do Pantanal, a maior área úmida do planeta. O lançamento ocorreu no dia 10 de março em São Paulo, e no dia 19 será realizado em Campo Grande, na sede do SOS Pantanal, às 18h.
O livro, com mais de 300 páginas e registros de mais de 20 fotógrafos, proporciona uma imersão no Pantanal, destacando sua exuberância e as pressões enfrentadas pelo bioma. Nas primeiras páginas, fotos icônicas marcam a publicação: o peão pantaneiro na lida com o gado, por André Bittar; a onça-pintada, retratada por Gustavo Figueirôa; as águas pantaneiras, através do olhar de Marina Klink; e a estrada coberta por fumaça dos incêndios, por Lalo de Almeida.

Foto: divulgação
Entre escritas e preservação
O livro, composto por diversos personagens reais, destaca a colaboração entre o Instituto SOS Pantanal e os pantaneiros. O processo de construção dessa parceria com as comunidades locais, fazendeiros e representantes políticos foi fundamentado em um intenso diálogo, apoiado por dados técnicos e, principalmente, por uma escuta atenta. Em entrevista ao jornal “O Estado”, o diretor de comunicação do SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, afirmou que, embora tenham sido identificados pontos de interseção, também surgiram muitas divergências.
“Nossa estratégia foi focar nos pontos de interesse comum, buscando sempre um terreno para diálogo. O trabalho é um processo contínuo de ganhar confiança, mostrar seriedade e, aos poucos, conquistar avanços. Acredito que esse é um trabalho persistente, que exige paciência e, sobretudo, confiança”, explicou Gustavo sobre o processo de construção das entrevistas para o livro.
O SOS Pantanal tem se dedicado a envolver a sociedade por meio da comunicação, com o intuito de esclarecer questões complexas de maneira acessível e engajar a população na causa. A organização busca mostrar que todos podem contribuir para a preservação do bioma e que, unidos, é possível reverter situações que parecem irreversíveis. De acordo com a equipe do Instituto, o objetivo é sensibilizar as pessoas ao destacar a beleza e a importância do Pantanal, não apenas como um santuário para a vida selvagem, mas também como um berço de cultura e fonte de sustento para milhões de brasileiros.
“A missão é colocar o Pantanal no mapa, desafiando a visão limitada que muitos têm sobre a região e ressaltando seu enorme valor ecológico e social”.
Um dos momentos mais marcantes na construção do livro foram os incêndios de 2020. Para Gustavo, esse evento representou uma grande virada de chave, tanto para a instituição quanto para a percepção sobre as ameaças que o bioma enfrenta.
“Foi uma experiência muito triste e emocionante ao mesmo tempo, ver a destruição em grande escala. Representou um momento de reorientação, onde encaramos o desafio com mais coragem e determinação, sabendo da magnitude do trabalho necessário. Foi um marco, tanto pessoal quanto profissional, pois nos impulsionou a seguir em frente com mais força”, detalha.
O SOS Pantanal destaca que a sociedade civil tem um papel crucial na preservação do meio ambiente e não pode esperar apenas pelo poder público. O livro reforça a importância de documentar a história e como a união e o esforço coletivo podem influenciar políticas públicas e legislações. A mensagem é clara: a preservação do Pantanal é possível e a publicação busca inspirar mais pessoas a se engajarem na causa.
Próximos passos
Nos próximos anos, o SOS Pantanal continuará focado na preservação e no desenvolvimento sustentável do bioma. A organização seguirá influenciando políticas públicas, monitorando a infraestrutura da região e atuando na regulamentação do uso do solo.
“Nossa atenção estará especialmente voltada para a bacia do Alto Paraguai e o entorno do Pantanal, essencial para a saúde do bioma. Também trabalharemos para restaurar áreas devastadas e criar novas legislações para proteger o Pantanal. Continuaremos lutando para garantir um Pantanal vivo e intacto para as futuras gerações”, alegam a equipe da SOS Pantanal.

livro bilíngue (português Com a jornalista Teté Martinho como autora, a obra retrata diversas perspectivas para a conservação e desenvolvimento sustentável do Pantanal O livro bilíngue (português e inglês), e foi escrito sob a visão dos criadores, conselheiros e parceiros do SOS Pantanal – Foto: divulgação
O SOS Pantanal depende de apoio em diversas formas para continuar seu trabalho. Gustavo explica que o engajamento nas redes sociais ajuda a mobilizar e ampliar campanhas, e que o apoio financeiro também é essencial. Como uma instituição da sociedade civil sem recursos públicos, o Instituto depende de doações.
“Empresas e pessoas físicas podem contribuir e ter certeza de que estão ajudando diretamente, seja na proteção do meio ambiente, na melhoria das políticas públicas ou apoiando as comunidades mais vulneráveis. O mais importante é apoiar a causa. Estamos comprometidos com a defesa do Pantanal de forma equilibrada, pautada em ciência, para garantir um futuro mais sustentável para o bioma”, finaliza.
Em meio à tragédia, o SOS Pantanal esteve no campo, documentando, comunicando e oferecendo apoio logístico às operações de combate ao fogo. A união de proprietários de terras, comunidade pantaneira, bombeiros e exército foi crucial para o enfrentamento da crise, e foi nesse contexto que surgiu a necessidade de criar brigadas pantaneiras.
Além disso, o ano de 2020 foi importante para articulações políticas, como o apoio à criação da Lei do Pantanal Sul e à aprovação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. Com 15 anos de atuação, o SOS Pantanal segue inovando e trabalhando em soluções locais, em parceria com comunidades e produtores rurais, para garantir um futuro mais sustentável e seguro para o bioma.
Serviço: O lançamento do livro “SOS Pantanal 15 anos”, será no dia 19 de março (próxima quarta-feira), às 18h, na sede do SOS Pantanal, localizada na R. Estefânia, 88 – Carandá Bosque em Campo Grande.
Por Amanda Ferreira
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