Som da Concha retorna com shows de artistas regionais

Jerry Espíndola e Rodrigo
Teixeira apresentaram
uma performance
envolvente na festa ( Foto: Thamires Mulatinho)
Jerry Espíndola e Rodrigo Teixeira apresentaram uma performance envolvente na festa ( Foto: Thamires Mulatinho)

Após hiato em 2023 festival realiza primeiro show no dia 16 de junho

Na noite da última terça-feira, 4 de junho, o céu sem nuvens do terraço do Memorial da Cultura e da Cidadania foi palco de uma abertura espetacular. O lançamento do projeto Som da Concha 2024 foi marcado por performances envolventes, com os músicos Jerry Espíndola, Rodrigo Teixeira e Iara Rennó cativando os presentes. O primeiro show acontece no dia 16 de junho, na Concha Acústica Helena Meirelles, que fica no Parque das Nações Indígenas, sempre com entrada franca.

Após um hiato em 2023, o projeto ressurge em todo o seu potencial artístico neste ano, com renovações na estrutura do evento e uma seleção criteriosa de talentos. Um total de 148 inscrições foi recebido, resultando na escolha de 28 atrações musicais, divididas igualmente entre os shows de abertura e encerramento. Os selecionados terão a oportunidade de brilhar nos palcos, recebendo um incentivo financeiro de R$ 5.000,00 para os shows de abertura e R$ 8.000,00 para os de encerramento.

A fonografia do Som da Concha se espalhará não apenas na Capital nesta edição, mas também em quatro municípios de Mato Grosso do Sul, reafirmando seu compromisso em valorizar e promover a rica produção musical da região. Desde sua criação em 2008 pela Fundação de Cultura, o projeto tem sido um farol de cultura aos domingos na Concha Acústica Helena Meirelles, no Parque das Nações Indígenas.

Organização

Vitor Maia, gerente de Difusão Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, expressou sua alegria pela retomada do projeto, ressaltando a ansiedade da classe artística em participar deste evento tão aguardado. “Ele é um projeto muito esperado pela classe artística. O Som da Concha costuma ter uma concorrência bem acirrada, os selecionados geralmente são selecionados com notas bem altas. Foi muito bom retomar”, destacou o gerente para a imprensa.

Para Wanda Brito, coordenadora da Concha Acústica Helena Meirelles, o retorno do projeto é motivo de grande emoção, especialmente neste ano especial em que se celebra o centenário da Concha. Sua equipe recebe o projeto com entusiasmo, ansiosa para acolher os artistas selecionados e testemunhar mais uma vez o brilho dos espetáculos “Você não imagina a emoção que está sendo para toda a equipe lá da Concha Acústica Helena Meireles, ainda mais este ano em que ela faria cem anos, vai ser o centenário dela, e vai coincidir, então vai ser um espetáculo.”, relatou a coordenadora.

Eduardo Mendes, diretor-presidente da Fundação de Cultura, agradeceu o empenho de todos os envolvidos na realização do projeto, destacando a importância de expandir a cultura para além da capital, levando-a a todas as regiões de MS “O projeto Som da Concha foi retomado agora em 2024, nós não tivemos a edição de 2023, tivemos muitos problemas para a execução dele na pandemia. É muito importante nós, como Governo do Estado, termos também a visão de que as coisas não acontecem só em Campo Grande. E mesmo que algumas cidades não tenham uma Concha, como na capital, a gente improvisa, faz na praça, onde for preciso, para que este projeto aconteça”, afirmou o diretor.

Artistas participantes

O show de abertura do Show da Concha contou com a presença de diversos artistas selecionados, incluindo a cantora Gio Resquin, nascida e criada na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, em uma família com forte inclinação musical. Sua proposta artística é destacar a relevância cultural da fronteira em suas músicas, evidenciando o trilinguismo, a diversidade musical e as danças características da região. Esses elementos serão representados em seu show no Som da Concha. Em entrevista ao Jornal O Estado, a cantora falou sobre o projeto do show “Brasiguaia”, cujo objetivo é exaltar a fronteira e destacar a influência do Paraguai na cultura do Estado.

“Com muito carinho, eu estou preparando uma performance que mistura tanto elementos visuais quanto musicais com referências da música paraguaia de uma maneira moderna, misturada com as batidas eletrônicas do reggaeton. Todas as músicas são minhas, com exceção de uma, que farei uma homenagem a minha fronteira., explicou a cantora.

Para o Duo Vozmecê composto por Ana Maria Schneider e Pedro Fattori que também se apresentaram no show de abertura na última terça-feira, contou para a reportagem sobre a conquista de conseguir se apresentar no Som da Concha desta vez. Eles tentaram participar nos anos de 2020, 2021 e 2022, sem sucesso. Apenas em 2024 dupla conseguiu participar com um show preparado especialmente para ser o destaque do evento.

“É um espetáculo conceitualmente trabalhado, e estamos nos dedicando aos ensaios para oferecer o melhor dessa nova fase no Som da Concha, um palco dedicado à música autoral sul-mato-grossense. É uma honra fazer parte desse grupo de artistas que representam a música autoral contemporânea do Estado. Estamos muito felizes e realizados por participar desta edição do Som da Concha após tantas tentativas”, detalhou Fattori, para o Jornal O Estado.

Ana Maria detalhou em entrevista que Festival Isso alimenta a cena artística regional pelo seu diferencial em destacar apenas artistas do Estado, permitindo que a sociedade tenha a oportunidade de conhecer mais os artistas locais.

“O diferencial do Som da Concha é sua ênfase nos artistas locais. Diferentemente de outros eventos, não há a presença de nomes nacionais como atração principal, permitindo que o público prestigie os talentos regionais. Isso cria uma oportunidade única para os artistas do estado se destacarem, seja abrindo para outros músicos da região ou encerrando a noite com apresentações exclusivamente locais. Essa abordagem valoriza a cena cultural de Mato Grosso do Sul e fortalece a comunidade artística local”, destacou a Artista.

O repertório que o duo está preparando para apresentar no evento é totalmente autoral e focado em seu novo projeto, desenvolvido desde o início do ano: o álbum “Tropicapoca” “Este será o nosso primeiro álbum, composto por músicas que mesclam as regionalidades brasileiras com as características do Mato Grosso do Sul, especialmente a Polca Paraguaia. Ressignificamos essas influências ao acrescentar elementos do rock alternativo ao nosso som. Assim, criamos uma nova abordagem em nossas composições, que misturam ritmos brasileiros como samba, reggae e até mesmo funk, com uma pitada de vanguarda e maracatu.”, finalizou Fattori. O Vozmecê, começou em Campo Grande há cinco anos e desde então, tem estado intimamente ligado aos artistas locais participando de festivais como o Campão Cultural e o Festival de Bonito e também já abriram shows de artistas nacionais como Francisco El Hombre e a dupla Anavitória.

A programação completa ainda não foi divulgada pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

 

Por Amanda Ferreira

 

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