Depois de dois anos sem ser realizado, o FASP (Festival América do Sul Pantanal) volta com força total nesta semana, em mais uma edição que está enchendo os participantes de expectativas, não apenas pela atmosfera cultural do evento, como também por se tratar de uma volta aos palcos, aos grandes eventos em MS e das possibilidades de interação e intercâmbio cultural entre os artistas e o povo.
A programação será aberta oficialmente nessa quinta-feira (26) com abertura do cantor Michel Teló, e vai até domingo (29), com Mart’nália, Hermanos Irmãos e Monobloco. Os shows contarão com artistas regionais, nacionais e internacionais.
A reportagem do jornal O Estado conversou com algumas dessas atrações; confira.
Realizado desde 2004, o festival foi suspenso por causa da pandemia de COVID-19 nos anos de 2020 e 2021, e somente agora será retomado, o que é visto de forma muito positiva pelos artistas que vão participar desta edição, visto que, além da retomada econômica para muitos deles, isso traz também a sensação de normalidade, de “vida”.
Lulu Mello
Lulu Mello cantor de samba-rock, uma das atrações, é de Campo Grande, morou por dez anos em São Paulo por causa da música, tem quatro álbuns gravados e um DVD, tendo trabalhado com artistas como Bruninho & Davi; San Da Mi, ex-vocalista do Sambô, e Pedrinho Pimenta, vocalista do Atitude 67 – grupo que também é uma das atrações –, entre outros, e voltou à Capital recentemente.
Quando perguntado sobre as expectativas em relação ao FASP, Lulu responde que as expectativas são as melhores. “É tudo feito de forma muito correta. Então ser selecionado em segundo lugar é uma grande vitória, e eu adoro fazer coisas que envolvam a população e o governo, porque eu acho que aproxima muito o artista do público. Por exemplo, o meu público é um pouco mais novo, e quando você faz um evento desse, você canta para um povo mais novo e também para uma galera mais velha, que não conhece o seu trabalho, e eu dou muito valor a isso, mais pessoas vão conhecer meu trabalho e poder ver meu show, minha apresentação”, dispara.
Begèt de Lucena
Begèt de Lucena é um nome que tem ganho muito destaque na cena musical nos últimos anos, tendo, inclusive, gravado com o ícone – também sul-mato-grossense – Ney Matogrosso, e é uma das atrações desta edição do FASP. “As minhas expectativas para o FASP são as melhores possíveis. É um festival tradicional daqui e reúne muitos sentimentos diversos, de diversidade mesmo. A gente vai se encontrar com pessoas e artistas da Sudamérica, e que vivenciaram também esses últimos dois anos de pandemia no mundo, em que tiraram da gente muitos prazeres. Estar nesse palco do Rio Paraguai vai ser um prazer imenso, justamente por estar vivo, e por fazer o que eu mais gosto de fazer na vida, que é cantar, estar sobre o palco”, diz o artista, visivelmente empolgado.
Sobre o show preparado, Lucena deixa transparecer que tudo foi feito com muito amor, para transparecer sentimentos. “É o que eu tenho dito: um espetáculo é o que o público pode esperar. ‘Pau, Pedra e Corda’ é o nome desse show, eu prospectei para fazer um show com cordas e percussão. No palco é uma banda diferente, porque é com uma disposição diferente, muita poesia, muito visual, é um espetáculo para ser visto, é um show pensado no interior do Brasil, de onde eu vim. A gente veio permeando desde o meu sertão até os últimos acontecimentos, e é um show em que eu celebro meu primeiro disco de estúdio, que é o ‘Cigano’, mas com uma sonoridade diferente, ‘Pau, Pedra e Corda’. Estou muito feliz, com fome de fazer isso… O público pode esperar um espetáculo de sentimento.”
SoulRa
Atuante na música há apenas três anos, Raíssa Carvalho, a rapper SoulRa, vê no FASP uma oportunidade não apenas de conhecer a Cidade Branca, mas também de – inscrita no Circuito Comunidades do festival – performar seu primeiro show internacional. “A gente preferiu agora me inscrever num palco menos visado, que vai me dar outras experiências, e a surpresa boa disso é que o nosso show vai ser na Bolívia, em Puerto Quijarro, então também é a minha primeira apresentação fora do país, para outras pessoas que não falam o nosso idioma, então vai ser com certeza uma experiência nova, muito interessante, e eu acredito que muito bonita, porque a gente tá levando um show muito bonito, muito trabalhado, dedicado, a gente faz sempre com muito carinho.”
A cantora também fala da importância da visibilidade à diversidade que o festival proporciona. “Eu fiquei extremamente feliz por poder fazer parte e poder conhecer Corumbá ao mesmo tempo, que eu sempre quis conhecer, que eu sei que é uma cidade riquíssima, uma potência cultural aqui do nosso Estado, e diversa também, e isso para mim é muito importante, já que eu faço rap e black num estado onde constantemente a monocultura é afirmada. Então – para quem é de fora – é como se a gente só tivesse uma cultura vigente, quando na verdade, o MS é extremamente rico, diverso e cheio de bandas de vários gêneros, até porque foi um Estado povoado por vários povos de vários estados do Brasil. Meus pais são maranhenses, nordestinos, então eu sou bem fruto dessa realidade”, assevera.
Atitude 67
Uma das atrações mais esperadas do evento é a banda Atitude 67, “nascida” em MS, e que volta ao Estado com certa nostalgia. “As expectativas são as mais lindas possíveis, Corumbá é uma cidade que todos vamos desde criança, seja pra pescar ou até mesmo pra passeio. Uma das cidades mais lindas e abençoadas pelo nosso Pantanal. Então, as expectativas de tocar no Festival América do Sul é de mais uma realização de um sonho dentro do nosso estado, pois sabemos do tamanho e da importância desse festival.”
O grupo adianta que fará seu debut em Corumbá, já que nunca se apresentaram por lá. “Nossa galera sul-mato-grossense pode esperar muito samba rock pantaneiro! Pela primeira vez tocaremos na cidade, então estamos indo com muita vontade de colocar essa galera toda pra pular, dançar e cantar com a gente. Acabamos de finalizar a gravação do nosso mais novo projeto que lançaremos em junho o ‘Sempre Foi Pagode’ então a preparação está acontecendo. Mas como vamos ‘jogar em casa’, no nosso Estado, estamos preparando um repertório bem legal para esse dia”, afirma Karan, um dos integrantes da banda.
Atrações
Entre as atrações estão artistas da terra, como os Hermanos Irmãos; Dovalle; Urben; Grupo Acaba e outros. Atrações nacionais também estão previstas, como Marcelo D2; Michel Teló; Mart’nália e outros, além de atrações internacionais, como Ruben Rada, do Uruguai, e Sofía Viola, da Argentina.
Programação
Na quinta-feira (26) se apresenta, na abertura, Michel Teló. Na sexta-feira (27), é a vez de Atitude 67 e Ruben Rada. Já no sábado (28), sobem ao palco Marcelo D2, Margareth Menezes e Sofía Viola. Por fim, no domingo (29), Mart’nália, Hermanos Irmãos e Monobloco encerram o FASP.,
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Texto: Méri Oliveira