Santo Antônio é conhecido como protetor das coisas perdidas, dos pobres e ainda como santo dos milagres

Reprodução - Museu do Santo António de Lisboa
Reprodução - Museu do Santo António de Lisboa

Hoje é o dia do padroeiro de Campo Grande! Santo Antônio é conhecido como o santo casamenteiro, protetor das coisas perdidas, dos pobres e dos milagres. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes eram curados. A Paróquia Santo Antônio é a primeira da cidade, pois ela existe antes mesmo da cidade de Campo Grande ser o município, o resultado de gratidão e devoção da família de Antônio Pereira, fundador da cidade. Desde a sua construção, já no final do século 19, o povo de Campo Grande tem gratidão a Santo Antônio pelas bênçãos e proteções. “O que é mais bonito em tudo isso é reconhecer que Santo Antônio tem operado grandes graças e milagres na vida das pessoas. Se assim não fosse, essa devoção não iria para frente. O que nós realmente temos em mente é a gratidão por tudo que já foi realizado, pelos testemunhos que são dados e, sobretudo, pelas graças que continuam acontecendo na vida das pessoas”, explica o padre da Catedral Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio de Pádua, Wagner Divino.

 

Devoção ao santo

 A advogada Fernanda Matos é católica desde sempre, participante de missas, estudante de colégio católico, inclusive criou os filhos da mesma maneira, mas explica que não tinha uma devoção específica. “Sempre me convidavam para participar na festa de Santo Antônio e eu pouco conhecia a história dele. Em 2018, quando participei do acampamento na Paróquia Santo Antônio, eu não imaginava a transformação que seria a minha vida. Por isso, sempre falo que eu não escolhi ser devota de Santo Antônio, ele me escolheu”. Ela acredita na transformação que o santo opera em sua vida, no dia a dia. “Desde que comecei a conhecer sua história, muito além da tradição do santo casamenteiro, começou a minha devoção e recorro à intercessão dele em tudo no meu dia a dia, até às causas mais impossíveis”, complementa.

Ela conta que há cinco anos se dedica em trabalhos voluntários na paróquia, pastorais e em todos os movimentos que precisarem. “Servindo é a forma que encontro de agradecer às graças que recebo, todos os dias. Foi graças a Santo Antônio que tive minha fé transformada e eu nem sabia o quão rasa ela era, hoje, não me abalo diante das dificuldades porque tenho uma fé transformada. Graças a Santo Antônio me tornei uma mulher de muita oração, caridade, de esperança e isso mudou completamente minha vida.” 

Em Campo Grande, no dia 13, já é tradição a realização do famoso bolo de Santo Antônio. Muitos devotos auxiliam na preparação e outros fazem fila para comprar um pedaço da iguaria. Tem gente, inclusive, que já saiu com oito potes de bolo da paróquia, em 2022. A assistente de atendimento Maria Goudad, 21, que está com casamento marcado para o próximo ano, encontrou uma aliança em 2020 e outras duas em 2021. “Foram dois anos seguidos encontrando aliança de Santo Antônio e solteira. No ano passado, a corrente foi quebrada e eu não encontrei a bendita aliança, mesmo que eu tenha comprado oito potes… Porém, fiquei noiva!”, relata ela, à reportagem.

Como tudo acontece no tempo de Deus para quem não perde a fé, Maria conta como conheceu o noivo e como a benção de Santo Antônio foi atendida.“Eu conheci o Felipe (noivo dela) dia 30 de março do ano passado, em uma festa e dia 8 de abril, exatamente 8 dias após conhecê-lo, eu o pedi em namoro, foi quando tudo começou. No dia 13 de junho, mesmo com os oito potes, eu não achei nenhuma aliança. Fiquei arrasada! Achei que tudo ia desandar, mas era apenas um sinal de Santo Antônio para eu acalmar o coração, que tudo aconteceria no tempo de Deus! E, pela benção e intercessão de Santo Antônio e sua trezena, eu fiquei noiva em 22 de dezembro de 2022”, comemora.

 

O bolo

Há 21 anos, em homenagem ao padroeiro da cidade, a paróquia produz bolos do santo casamenteiro, com algumas alianças dentro que, segundo as crenças, quem a encontra, irá casar. Segundo o pároco, os que têm fé na intercessão de Santo Antônio buscam, ano após ano, não só a benção e intercessão do santo, mas também as alianças, que são abençoadas e colocadas no bolo de Santo Antônio. Muitos são os testemunhos daquelas e daqueles que fizeram seu matrimônio a partir desse momento. “Recentemente e mais próximo de nós, surgiu esse costume de a comunidade fazer o bolo e abençoá-lo, colocando as alianças. Esse é mais um modo que a nossa paróquia tem de acolher as pessoas e fazer uma festa inclusiva. Hoje, o bolo de Santo Antônio recebe essa denominação, de fato, para lembrar que Santo Antônio tem acesso a todas as pessoas”.

Quem ainda não garantiu um pedaço do bolo de Santo Antônio pode aproveitar o arraial, onde serão vendidos 10 mil potes com mil alianças. 

A programação do 21º Arraial de Santo Antônio termina nesta terça-feira (13). O último dia da festa começa a partir das 16h, na praça do Rádio, onde estão montadas mais de 20 barracas de alimentos, bebidas e artesanato. Hoje, além da apresentação de quadrilhas, também haverá uma celebração religiosa.

 

Por Lívia Bezerra – Jornal O Estado do MS.

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