Registros das queimadas e recuperação ambiental integram exposição, no MIS

queimadas pantanal
Foto: Divulgação/Santiago- Ilustrração

Registros das queimadas do Pantanal e recuperação ambiental, produzidos pelo Corpo de Bombeiros e a iniciativa do coletivo de instituições, integram exposição

O registro das queimadas que assolaram o Pantanal, principalmente em 2020, é tema da exposição “Mato Grosso do Sul da Imagem e do Som”, com linguagem audiovisual, no MIS (Museu da Imagem e do Som), em Campo Grande, até o dia 31. Estão sendo expostas fotografias de alta sensibilidade e registros em vídeo do Centro de Proteção Ambiental, material dos bombeiros e brigadistas que combateram os incêndios e imagens do trabalho de recuperação ambiental desenvolvido pela AquaREla Pantanal, coordenado pelas organizações Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal) e Wetlands International Brasil. 

A exposição integra a programação da 21ª Semana Nacional de Museus, realizada anualmente, em todo o Brasil, na semana em que se comemora o Dia Internacional dos Museus, dia 18 de maio, com o tema “Museus, Sustentabilidade e Bem-Estar”. A iniciativa AquaREla Pantanal está integrando, pela primeira vez uma mostra como essa, no MIS. O gestor da iniciativa, Rosan Fernandes, ressalta a importância da presença na mostra. “A participação em uma exposição desta magnitude, junto ao MIS e ao Corpo de Bombeiros, até então inédita para a iniciativa AquaREla Pantanal, é uma imensa vitrine, para que a sociedade reconheça a forma de trabalho empolgante e os resultados admiráveis da participação de comunidades tradicionais pantaneiras, na recuperação de parte do que foi perdido do bioma, uma aliança entre a força humana e a natureza.” 

“Que possamos interagir, que os visitantes entendam e conheçam iniciativas, alternativas e problemáticas em relação ao fogo e, também, os cuidados e esforços de instituições públicas e não governamentais, na proteção desse importante bioma, o Pantanal”, acrescenta a diretora-geral da Mupan e coordenadora de políticas da Wetlands International Brasil, Áurea Garcia. 

Ela ainda reforça que o Brasil está enfrentando um período propenso aos incêndios. “Sabemos que, a partir desse mês, de maio, até outubro, são períodos mais críticos, propensos às queimadas. Então, trazer isso para os visitantes é importante, para chamar a atenção, pois nos anos de 2019 e principalmente 2020, os incêndios foram muito intensos, mas o cuidado deve ser e em ter o envolvimento de diferentes organizações.” 

Uma das curadoras da mostra e colaboradora da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Susana Barbosa, destaca a importância dos registros fotográficos sobre as queimadas que atingiram o bioma pantaneiro. “Enquanto criávamos a exposição, ficou evidente para nós que não poderíamos falar do Pantanal sem falar dos problemas recentes de queimadas e das ações de recuperação deste incrível bioma.” 

Sobre o projeto de restauração ecológica do bioma, cujos registros também compõem a exposição, a diretora-geral da Mupan define como desafiadora. “Pela logística, pela questão de não termos bancos de sementes, vírus de mudas, de espécies do Pantanal, das áreas úmidas. Devido a tudo isso, foi necessário promover uma mobilização de recursos, de conhecimento e o envolvimento de instituições e de comunidades”, explica. 

Iniciativa

Construída no coletivo que envolve a Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal), Wetlands International Brasil, o Polo Socioambiental Sesc Pantanal, o CPP (Centro de Pesquisa do Pantanal) e o Inau/ UFMT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Áreas Úmidas), a AquaREla Pantanal conta com esforços de diferentes organizações. 

“São instituições que têm, na sua gênese, a conservação, projetos socioambientais, a manutenção dos modos de vida e a geração de conhecimento. Então, são esforços de diferentes instituições e que muito mobiliza diferentes conhecimentos e também a participação das comunidades, a inserção de famílias, de pessoas que vivem no Pantanal, na produção de mudas, na coleta de sementes, plantio, manutenção de áreas em restauração e o monitoramento”, revela Áurea. 

A AquaREla Pantanal desenvolveu diversas ações pelo projeto “Recuperação de Florestas Ribeirinhas Pantaneiras”, beneficiando água, solo, peixes e populações do entorno da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Sesc Pantanal e pelo programa Corredor Azul, que conta com a participação decisiva das comunidades da região para a produção de mudas nativas e de plantios, nas áreas de restauração do Pantanal. 

É financiada pelo GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente) por meio do GEF Terrestre (Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal), coordenado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente), com as agências BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) como implementador e o Funbio (Fundo Brasileiro de Biodiversidade) como executor; DoB Ecology, via programa Corredor Azul, da Wetlands International. 

Recentemente, a Iniciativa foi vencedora do 12º Prêmio Hugo Werneck de Meio Ambiente e Sustentabilidade, na categoria “Melhor Exemplo de Mobilização Social”, realizado pela revista “Sou Ecológico”, concorrendo com projetos de todas as regiões do Brasil. Para a equipe, a conquista foi importante, principalmente para fortalecer as comunidades envolvidas na restauração ecológica, conforme a diretora-geral da Mupan e coordenadora de políticas da Wetlands International Brasil. 

“Foi muito importante, principalmente para o fortalecimento das próprias comunidades envolvidas na restauração. Então, isso é um reconhecimento de uma atividade que envolve famílias chefiadas por mulheres, que trabalham na produção de mudas envolvendo outros comunitários no preparo e no plantio das mudas, bem como no monitoramento dessas áreas, em restauração”, justifica.

Serviço

A mostra está no Museu da Imagem e do Som, localizado na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, 3º andar, até o dia 31 de maio. A visitação é gratuita, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30 e sábado, das 8h às 17h. Para ter mais informações e realizar agendamentos de grupos organizados, o telefone para contato é: (67) 3316-9178.

Por Livia Bezerra – Jornal O Estado do MS.

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