Quatro biografias para celebrar a semana do rock e conhecer melhor esse estilo de vida

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No dia 13 de julho é celebrado o Dia Mundial do Rock. A data foi adotada por rádios do Brasil em 1987, em alusão ao Festival Live Aid, realizado em Londres e na Filadélfia (apesar de contar com alguns shows na Austrália, na Rússia e no Japão também), ocorrido no dia 13 de julho de 1985. 

A produção contou com uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e televisão de todos os tempos e teve uma lista estelar de artistas como Sting, U2, Phil Collins, Dire Straits, David Bowie, The Who, Elton John, Paul McCartney, Eric Clapton, Mick Jagger e Bob Dylan. Para fechar a semana do rock com estilo, elenquei quatro biografias que considero essenciais para curtir ouvindo música. Abra o livro, dê o play no som, e aumenta que isso aí é rock’n’roll.

Minha Fama de Mau – Erasmo Carlos

Na aba do livro o “Tremendão” já manda: “Com cabeça de homem e coração de menino!”. O cantor e compositor Erasmo Carlos conta em “Minha Fama de Mau” suas divertidas memórias, da infância humilde à consagração como ídolo do rock. 

Considerado por Rita Lee como “o pai do rock brasileiro”, Erasmo reuniu por dois anos e meio passagens que costuram os detalhes de sua vida e sua carreira para narrar como o menino criado pela mãe numa casa de cômodos superou todas as limitações e o preconceito da zona sul carioca, consagrando-se, junto ao amigo Roberto Carlos, como o porta-voz sentimental de milhões de pessoas. 

Na obra é bonito de ler detalhes da amizade com Roberto Carlos, como o garoto que imitava cantores americanos se tornou o gigante gentil do rock brazuca e o advento da Jovem Guarda no Brasil. Indispensável!

Rita Lee uma autobiografia

E, já que citamos Rita Lee, que tal ler essa excelente autobiografia. Ela conta sua trajetória na música, mas também traz relatos da vida, desde sua infância até os dias atuais. Seu casamento, seus filhos, todo mundo aparece no livro.

Desde que ganhou uma bateria aos 15 anos de idade (ela preferiu o instrumento, a uma festa de debutante), passando pelo surgimento dos Mutantes, em minha opinião uma das maiores bandas de rock brasileiro, assim como as tretas com os companheiros de banda. 

Vale destaque para um trecho corajoso da “rainha do rock”, onde fala de seu relacionamento com as drogas, chamado “A Lôka”. “Não faço a Madalena arrependida com o discursinho antidrogas, não me culpo por ter entrado em muitas, eu meu orgulho de ter saído de todas. Reconheço que minhas melhores músicas foram compostas em estado alterado, as piores também.” Vale a pena conferir.

The Rolling Stones – A biografia definitiva

Escrita pelo jornalista e biógrafo Christopheer Sandford, merece o título de biografia definitiva. O autor não só conta a gigantesca história dos Stones de forma nua e crua, como vai fundo no drama humano dessas figuras ímpares. O livro narra como esta provável gangue de delinquentes tornou-se a maior banda de rock do mundo. Sandford entrevistou, além dos membros da banda, pessoas próximas, familiares, fãs e verificou até mesmo a ficha dos Rolling Stones do FBI. 

Além de ser essencial para os fãs, quem ainda não conhece a banda, pode descobrir como essa história de talento, oportunismo, autodestruição e outros excessos pôde durar tanto tempo e como os vovôs do rock continuam botando pra quebrar. Christopher Sandford também escreveu, entre outras, as biografias de Kurt Cobain, Eric Clapton e Bruce Springsteen.

Vida – Keith Richards

Keith Richards é um verdadeiro mito do rock e o que ele revela em “Vida” surpreende até quem conviveu com ele. São verdades até então não ditas, que chocam, e até para um fã dos Rolling Stones como eu, foi surpreendente. 

Keith Richards rasga o verbo, de maneira crua e feroz, sua história, vivida de forma intensa no meio do fogo cruzado, desde a primeira infância, quando cresceu num bairro pobre ouvindo obsessivamente os discos de rock e blues, até como uniu forças a Mick Jagger para formar os Rolling Stones.

Keith revela altos e baixos do rock’n’roll, a subida meteórica para a fama, as notórias prisões, as mulheres que teve, o vício em álcool e heroína e a superação. A lenda viva reconta como criou os solos envenenados que definiram “Gimme Shelter” e “Honky Tonk Woman” e fala até da morte trágica de Brian Jones, membro dos Rolling Stones até 1969.

“Vida” foi escrito em parceria com o jornalista James Fox, que escrevia para o jornal “Sunday Times”, de Londres, e que conhece Richards desde a década de 1970.

(Marcelo Rezende)

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