Projeto “KombCast” promove conversas sobre a cena circense em MS

Nilce e Júnior serão
os apresentadores
e anfitriões e usam
a Kombi como sala
de visitas ( Fotos: Reprodução/ redes sociais)
Nilce e Júnior serão os apresentadores e anfitriões e usam a Kombi como sala de visitas ( Fotos: Reprodução/ redes sociais)

Oito artistas são convidados para participarem de podcast sobre gestão cultural, projetos de rua, companhias e artistas solo em Campo Grande

 

Muito além da diversão e das risadas, o circo é uma arte que utiliza as mais diversas linguagens artísticas para transmitir vários sentimentos, cultura e até mesmo questões sociais. Com objetivo de mostrar o cenário do circo em Mato Grosso do Sul, os artistas Nilce Maciel e Júnior De Oliveira lançam o projeto ‘KombCast – conversas sobre o circo em Campão’, com participação de oito artistas do meio, com conversas sobre gestão cultural, projetos de rua, companhias e artistas solo.

Os artistas Nilce e Júnior serão os apresentadores e anfitriões da empreitada, que utiliza a Kombi do casal como sala de visitas, estúdio e ponto de encontro para cada conversa com os artistas e amigos locais. O projeto deverá ser lançado na última semana de junho, e foi financiado pela Lei Paulo Gustavo.

Natural de Camapuã, Nilce mora há 13 anos em Campo Grande. De início, a mudança era apenas para completar os estudos com o ensino superior, mas a paixão pelo teatro falou mais alto.

“Eu tinha o sonho de fazer teatro, que uma coisa que não tinha na minha cidade. Logo que cheguei em Campo Grande, fui procurando alguns cursos de teatro, e no meio disso encontrei o circo também, onde comecei de forma despretensiosa, mas depois me descobri como artista de circo”, relembrou a artista ao jornal O Estado.

Ambos apaixonados por motor home, [tipo de veículo equipado com espaço de convivência semelhante à residência], o casal se ‘apaixonou’ pela atual Kombi em 2022, quando o veículo ainda era morador de Ribas do Rio Pardo. Com a Kombi já se tornando parte da família, o casal passou a receber amigos no veículo, o foi uma luz para a criação do ‘KombCast’, como conta Nilce.

“Essa ideia do KombCast surgiu durante uma conversa com um amigo nosso. A gente entrou na Kombi, começamos uma conversa, encontramos a Tati Varela e o Fabrício, que hoje trabalham conosco no projeto, e apareceu a ideia de fazer uma série de bate-papos”, disse. “Já tínhamos mandado um projeto semelhante para o Itaú Rumos e Funarte, mas não entramos. Quando veio a Lei Paulo Gustavo e o recurso mais voltado para o audiovisual, pensamos em insistir novamente no projeto”.

Entretanto, a artista destaca a falta de investimentos para projetos de circo. ‘Por um lado a gente ficou muito feliz por ser contemplado, e é um projeto que temos super carinho, mas por outro ficamos um pouco tristes, porque foi o único projeto de circo contemplado, e não necessariamente o produto é um produto de circo”, apontou Nilce.

Desafios

Conforme a idealizadora, a parte da produção durou em torno de três meses, e a captação das imagens e áudios foram feitas nos meses de abril e maio.

“A Tati e o Fabrício, que são dois grandes amigos nossos e profissionais excelentes do audiovisual, eles deram um super apoio, a Carol Carvalho também, que é nossa assistente de produção e ‘manja’ um pouco ali também da operação das câmeras. Devido aos ruídos da própria kombi e do trânsito, não conseguimos realizar as conversas necessariamente dentro do veículo, mesmo com os equipamentos de áudio. Nos deslocamos até onde estão os nossos entrevistados ou marcamos um ponto de encontro que seja melhor para todo mundo. Também pensamos nas questões de acessibilidade, tem esse cuidado do começo de todos os episódios fazer áudio, descrição para que esse conteúdo chegue a todas as pessoas”, explicou.

Convidados

Foram oito artistas representantes da arte circense em Mato Grosso do Sul que participaram do projeto: Fran Corona, que representou a Companhia Pisando Alto; Natália Maluf, da Companhia Apoema; Laila Pulchério, com um papo sobre produção de festivais, como a Mostra Pantalhaços e sobre a trupe Circo do Mato; Everton Machado, artista solo; Pepa Quadrine, sobre artistas de rua; José Roberto Pimenta, representando os projetos sociais ligados ao circo; Roger Rodrigues, que fala sobre Circo Itinerante e Anderson Lima, com conversa a cerca de gestão cultural na Capital.

Ao jornal O Estado, o artista Anderson Lima, que faz parte do coletivo teatral Flor e Espinho, comentou sobre a importância do projeto.

“Eu acho que toda a iniciativa que me ajuda a preservar a memória, ela é válida, ela é importante e precisa ser executada. Então, acredito que é um projeto bastante importante para gente ter como registro, como memória. Durante a pandemia, o Flor e Espinho fez um projeto parecido, que está no YouTube. Entrevistamos muitas pessoas e também gravamos vídeos de números, tanto gente do circo, da literatura, do cinema. Então, criamos um acervo muito grande lá no YouTube, que ajuda a contar um pouco de parte da história dos artistas do estado. E esse arquivo já serviu para professores, já usou em sala de aula, vieram me falar. Então, a gente fica bastante feliz de ver iniciativas assim também, que está contribuindo para a gente preservar a memória, que é muito importante manter a memória ativa”.

Nilce reforça a ideia de criar um acervo sobre a cultura do circo em Campo Grande. “A KombCast surgiu desse desejo nosso de falar sobre o circo. Quando você procura na internet, uma pesquisa básica assim sobre o circo no Mato Grosso do Sul, você encontra pouquíssimos materiais, então surge como um intento de registrar mesmo o que está sendo feito atualmente, claro que é importante falar do que já foi feito, de como chegou o circo aqui no Mato Grosso do Sul, como que essa ideia do circo novo, do circo teatro, do circo de escola, como que chega aqui no Mato Grosso do Sul foi importante, mas falar do que se está produzindo agora também para a gente é muito importante, necessário e escasso, porque é uma pesquisa que a gente quase não encontra”, enfatizou. “O streaming, as plataformas, os podcasts são uma linguagem que estão em alta, então optamos por essa modalidade, por ser mais acessível, por chegar num público maior. Acredita que o KombCast é importante nesse sentido, que ele vem para começar a preencher uma lacuna de falta de material mesmo, sobre o que se produz de circo aqui em Campo Grande e no estado do Mato Grosso do Sul”, finalizou.

Mais informações sobre o projeto podem ser acessadas no Instagram oficial @kombiedite, e os episódios serão lançados no YouTube e plataformas de áudio.

 

Por Carolina Rampi

 

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