Projeto ‘Dia do Graffiti: Arte Urbana e Cultura’ seleciona artistas da Capital e interior

Foto: Assessoria
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Iniciativa visa transformar espaços urbanos e promover a inclusão social

 

Os seis artistas que participarão do projeto ‘Dia do Graffiti: Arte Urbana e Cultura’, idealizado pelo grafiteiro San Martinez, foram divulgados. O evento será realizado no próximo mês, no dia 9 de março, na ONG Núcleo Humanitário da Vila Nhanhá, em Campo Grande-MS. A iniciativa visa transformar espaços urbanos e promover a inclusão social através da arte do graffiti e elementos do Hip Hop.

Foram selecionados seis artistas de Mato Grosso do Sul: Thalya Ariadna Veron (Thapz), Gislene Brandão (La Bruxa/Dourados), Karoline de Souza (Krol), Carlos Henrique Higa (Pune), Felipe Martins (Mago do Pântano) e Denis Vitor de Souza (Lessarteiro/Três Lagoas). Os participantes possuem experiência com tinta látex e spray, sendo quatro de Campo Grande e dois do interior do Estado.

O idealizador do projeto, San Martinez, destaca a qualidade dos trabalhos apresentados e a grande expectativa para o evento. “Agradecemos a todos os inscritos. Estou feliz com o número de propostas e a qualidade dos portfólios apresentados”, disse.

O evento é organizado e promovido pelo coletivo ‘Campão Graffiti’, que se dedica a promover a arte de rua da Capital há mais de três anos. Conforme o graffiteiro e um dos organizadores do evento, San Martinez, o Dia do Graffiti não é apenas uma celebração da arte de rua, mas também um ato de cidadania. “Nós nos unimos a essa causa nobre para comemorar o dia em Campo Grande”, afirma. “Esta vertente do Hip Hop nasce da necessidade de transmitir uma mensagem, de colorir as ruas cinzentas e provocar um novo olhar na cidade”.

De acordo com San, o Campão Graffiti tem o compromisso de atuar em comunidades periféricas, levando dignidade e direito à cultura por meio do graffiti e do Hip Hop. “Acreditamos que ambientes transformados inspiram mudanças positivas nas pessoas, criando oportunidades e desfazendo imagens negativas. Desta vez, vamos colorir e levar à arte do grafitti ao Núcleo Humanitário da Vila Nhanhá, uma ONG que há três anos atende famílias da região. A ideia é melhorar o visual, do espaço, pensando no bem-estar das pessoas que frequentam o local”.

Dia do Grafitti

Nos dias 7 e 8 de março, o evento contará com oficinas ministradas pelo artista amazonense André Hulk, renomado grafiteiro com experiência nacional e internacional. As oficinas promoverão uma troca de saberes entre artistas e o público, incluindo estudantes da rede pública de ensino.

San Martinez também destaca a importância de aproximar os alunos do graffiti urbano e do grafismo indígena, especialmente nas comunidades próximas às aldeias Água Bonita e Darcy Ribeiro. O tema central desta edição será “Cidadania e Cultura”.

“Trazer os estudantes para essa vivência é essencial para ampliar e despertar a criatividade. O graffiti não é apenas arte; é uma ferramenta de educação e transformação, que ensina a ver o mundo de outra forma”, ressalta o artista.

Dentro do projeto, cada artista selecionado receberá um cachê de R$ 400, um kit de pintura, alimentação, além de brindes no dia do evento. Além da pintura, a programação incluirá apresentações de MCs, b.boys, b.girls, DJs e outros talentos locais que representam a força do Hip Hop sul-mato-grossense.

O evento será gratuito e acessível, com banheiros adaptados e a produção de um vídeo “live painting” com audiodescrição. A iniciativa busca garantir que todas as pessoas possam apreciar e participar do movimento cultural.

No ano passado, o Campão Graffiti realizou intervenção artística em muro no cruzamento das avenidas Costa e Silva e Fábio Zahran. O evento contou com 13 grafiteiros de Campo Grande, unidos a dois artistas convidados do Rio Grande do Sul, que criaram um mural de 120m² com o tema ‘Fauna, Flora e Letras’, em homenagem à diversidade natural e cultural que permeia o Mato Grosso do Sul e o movimento Hip-Hop.

Para Martinez, o graffiti é um meio de acesso das pessoas da comunidade a arte. “Quando pintamos atrairmos pessoas, tem troca de ideias. O graffiti cresceu na rua, de pessoas que demonstram sua crítica, seu estilo. O desenho é uma arma muito poderosa para destravar muita coisa psicológica nas crianças, de abuso, de violência, de descaso desses órgãos que dizem que nos defendem. Então, quando o movimento entra nesses lugares é como se estivéssemos encontrando família, temos essa identificação. E quando essa criança crescer, ela pode ser uma de nós”, finaliza.

O projeto conta com financiamento da LPG (Lei Paulo Gustavo), do MinC – Ministério da Cultura, do Governo Federal, via edital da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Setesc e Governo do Estado. Apoio coletivo TransCine – Cinema em Trânsito, Vitória Tintas, Montana Colors (MTN), Sherwin Willians, Águas Guariroba e Colorgin. Informações do projeto pelo Instagram @campaograffiti.

 

Por Carolina Rampi

 

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