O produtor, ator e jornalista de Campo Grande, Diogo Pinto da Silva, 40 anos, herdou sua determinação da mãe Dona Luzia Pinto da Silva. Sozinha saiu de Miranda para tentar a vida em Campo Grande com cinco filhos. As meninas viraram babá e os meninos foram para todo tipo de serviço braçal. Quando nasceu, foi o único da família a ter a atenção voltada para educação. Fez faculdade e é chamado de índio branco pela comunidade indígena, mas se autodenomina índio urbano. Assumiu a sexualidade para mãe que saiu do momento inicial de decepção para o entender e dar todo o amor. A produção própria na qual também atua “Deconstructing Val” será lançada online na plataforma Filmocracy, no próximo dia 28 de março.
Somando tantas minorias. Diogo era discriminado sem perceber desde cedo. O bullying aumentou na escola, principalmente no Dia do Índio. Chegou o momento no qual se envergonhava de si mesmo e de suas origens. Foi só em São Paulo que conseguiu ser bem-vindo por conta da diversidade. Lá, exercitou seus roteiros, técnicas de filmagem e atuação, descobriu que era cinema seu caminho. Trabalhou numa locadora de vídeos muito famosa, referência em ótimos acervos e recebia muitos clientes de produtora de tv, cinema, diretores e escritores. Fez muitos amigos.
Identificou seus diretores favoritos, quase todos europeus. “Uma das minhas maiores inspirações nesse curta-metragem foi Pedro Almodóvar, sempre gostei muito das cores, figurino e direção de arte dos filmes dele. O pôster do filme que está sendo finalizado neste momento, é inspirado nas obras de Pedro Almodóvar e Pablo Picasso. O artista que está trabalhando no pôster é o Luís Eduardo, também imigrante indígena, da Guatemala, super talentoso, não vejo a hora de divulgar o trabalho dele”, pontua.
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https://oestadoonline.com.br/2021/03/10/cineasta-de-ms-busca-lugar-ao-sol-como-imigrante-nos-eua/