Live de Luan Santana deverá ser o primeiro conteúdo de artistas brasileiros na plataforma Disney+
Amanhã (22) o ícone regional sertanejo Luan Santana usa sua voz, ampliada pela rede National Geographic na corrente #OPantanalChama, para dar visibilidade à situação atual do bioma que, por mais um ano, sentiu em sua fauna e flora a destruição causada pelas queimadas. Dentro de uma chalana ancorada no Rio Paraguai, o gurizinho de Jaraguari, que desde pequeno conhece aquelas águas, transmitirá a live por meio do canal National Geographic e no YouTube do cantor.
Com a recém-chegada do serviço de streaming Disney+, que possui em seu catálogo o conteúdo do National Geographic, José Hilário, que é responsável pelo departamento digital do cantor Luan Santana, afirmou que a live do Luan Santana será publicada na plataforma, on-demand, após a realização do show. “Está na fase de assinatura do contrato para ser veiculado lá. Vai ser um dos primeiros artistas brasileiros a ter conteúdo próprio na plataforma.”
Durante a semana toda a equipe dedicou esforços para a realização do show, com a chegada de carretas a Corumbá; com Luan ensaiando diariamente para essa apresentação. Segundo informações da organização, a transmissão está garantida por uma estrutura de sinal de satélite, e que testes foram feitos há mais de uma semana, assegurando que não haverá queda de sinal. Cayamã, primeiro barco, que trazia a equipe técnica e de montagem, viajou quinta-feira, por 24h, e a embarcação-hotel Lord levará hoje (21) a equipe de sonorização e a banda até o local. “Além de toda a área devastada, animais mortos, o clima fica assim… fica sombrio”, disse o cantor.
Luan não pediu cenário e disse que a atual situação ilustrará o show. Com a pior seca registrada em 47 anos, este ano, mais de 4,3 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas, 29% do bioma, causando a morte de milhares de animais, destruição de propriedades familiares e diversas comunidades ficaram em situação de vulnerabilidade.
Em entrevista ao National Geographic o cantor comentou o desespero de ver o Pantanal na atual forma, dizendo que a vontade é de transbordar em água e ir lá apagar. “Fiquei impactado em me deparar com aquele paraíso assim, todo cinza, como uma cena de filme de guerra”, disse Luan após sua última visita à região.
Para ele, não apenas por ser sul-mato-grossense, o fato de ser brasileiro faz com que o cantor se sinta na obrigação de defender e cuidar desse nosso bioma. Entre as ações em defesa, neste mês houve o lançamento da faixa e do clipe “Um Grito entre as Cinzas”, e acontecerá amanhã a live #OPantanalChama. Como parte da ação de arrecadação, Luan realizará um leilão de um de seus figurinos mais marcantes, usado em seu recente DVD, “Viva”, e a verba será destinada para a Instituição Arara-Azul, apadrinhada há seis anos pelo cantor.
“Essa música vem como um pedido de socorro e a importância de preservar a biodiversidade da região, suas comunidades tradicionais e suas atividades econômicas – a pecuária e o turismo –, e fala exatamente como me sinto: ‘Queria ser chuva, mas estou em chamas, não tem flor em meu quintal. Deus Salve o Pantanal’. Fiz em parceria com o Matheus Marcolino”, disse Luan.
Dados do projeto Arara-Azul publicados esta semana apontam que, um mês após o fogo, em um território comumente tido como foco dos estudos da bióloga Neiva Guedes, e onde antes havia 600 aves, ao voltarem ao trabalho entre 23 e 30 de setembro, no primeiro dia apenas 68 aves foram avistadas, mas três dias depois, um grupo de mais ou menos umas 532 araras foi encontrado pela equipe da bióloga.
(Confira a matéria completa na página C1 da versão digital do Jornal O Estado)