Novocaine: À Prova de Dor

Foto: Divulgação
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Filme com astro de “The Boys”, estreia hoje nos cinemas brasileiros. Longa tem ação e suspense em uma trama com muita violência, mas sem dores

 

Hoje, 27 de março, chega aos cinemas brasileiros o aguardado “Novocaine: À Prova de Dor”, uma mistura de ação e suspense que promete prender a atenção do público. Dirigido por Dan Berk e Robert Olsen, o filme tem como protagonista Nathan Caine, interpretado por Jack Quaid (The Boys), um homem com uma condição rara e intrigante, a CIPA (Congênita Insensibilidade à Dor com Anidrose), que o impede de sentir dor física.

O longa acompanha Nathan, que, embora não sinta dor, é confrontado com o impacto emocional e psicológico de sua condição. Criado sob constante proteção, ele desenvolve estratégias para lidar com o dia a dia e evitar acidentes, como o uso de um cronômetro para lembrar de suas necessidades básicas. No entanto, sua rotina tranquila é abalada quando sua namorada Sherry (Amber Midthunder) é sequestrada e o coloca em uma espiral de tensão, violência e mistério.

O elenco ainda conta com Amber Midthunder e Ray Nicholson em uma história cheia de reviravoltas. Com 1h 50min de duração, Novocaine: À Prova de Dor é um prato cheio para os fãs de thrillers psicológicos e ação. O filme é uma adaptação do roteiro de Lars Jacobson e explora os limites da resistência humana e o impacto da ausência de dor no comportamento de uma pessoa.

Bilheteria e Produção

O filme, que já foi lançado no exterior no dia 14 de março deste ano, alcançou 83% de aprovação no Tomatômetro, com 167 avaliações, e 86% no Pipocômetro, com mais de 1.000 avaliações verificadas. o. O filme, que já foi lançado no exterior, alcançou 83% de aprovação no Tomatômetro, com 167 avaliações, e 86% no Pipocômetro, com mais de 1.000 avaliações verificadas. No entanto, a estreia internacional não foi tão promissora em termos de bilheteira.

A produção arrecadou apenas US$ 8,7 milhões em sua primeira semana de exibição, um valor abaixo dos US$ 10 milhões inicialmente projetados para o filme. Esse desempenho é uma das piores arrecadações de estreia a ficar no topo da bilheteira dos Estados Unidos desde o início da pandemia.

Em entrevista ao site de entretenimento espanhol XXX, a atriz Amber Midthunder, que interpreta o par romântico de Nathan, descreveu Novocaine como um filme feito com dedicação. “O grande diferencial deste filme é o quanto colocamos o nosso coração nele. Essa é realmente a essência da produção”, disse Amber. Ela destacou que a maioria de suas cenas com Nathan são intensamente emocionais, mas também marcadas por uma brutalidade devido à violência presente no enredo.

“Fomos desafiados desde a primeira semana, pois essas foram nossas primeiras cenas, e nos colocaram no fundo do poço logo de início”, completou, refletindo sobre a intensidade emocional e física exigida durante as gravações.

Para a “Screen Rant Plus”, Jack Quaid compartilhou como a química entre ele e Amber evoluiu rapidamente durante as gravações. O ator revelou que a conexão entre eles foi fortalecida depois de compartilharem playlists de músicas, o que ajudou a entrosar o casal tanto no aspecto romântico quanto nas cenas de ação. “Houve uma música muito importante para mim, ‘First Day Of My Life’, que realmente ajudou a construir o romance”, contou Quaid. Ele também se inspirou em filmes dos anos 80, que davam mais atenção às cenas de ação e romance, para sua performance.

Durante uma entrevista ao jornal Today, Quaid ainda comentou sobre a preparação física que envolveu aulas de luta para incorporar seu personagem. “Quando você está aprendendo cenas de luta, os professores usam punhos, braços, cotovelos, até madeiras que atravessam o seu rosto, e você precisa aprender a melhorar seus reflexos. E eu não posso gemer ou reclamar, porque meu personagem não sente dor”, explicou.

O ator revelou que utilizava muletas para se apoiar durante os treinos, já que seu personagem é imune à dor. “Foi um aprendizado fascinante, porque eu precisei desaprender tudo o que sabia sobre violência para não sentir dor”, concluiu, refletindo sobre o processo intenso de preparação.

Crítica Especializada

Com a estreia já realizada nos Estados Unidos, os críticos norte-americanos iniciaram suas análises, divididos entre elogios às atuações e críticas ao roteiro. Embora o filme seja elogiado por seu elenco, a opinião sobre o enredo é mais polarizada, com alguns considerando o roteiro divertido e outros apontando suas falhas.

Bilge Ebiri, crítico de cinema da New York Magazine e Vulture, foi um dos que criticou abertamente o filme, descrevendo-o como uma ideia “idiota, mas inteligente”. Segundo Ebiri, os diretores Dan Berk e Robert Olsen criaram um filme que abusa da violência e de um protagonista sem carisma. “Eles pegam essa ideia idiota e inteligente de filme científico falso e a desenvolvem o mais rápido e intensamente possível em uma única direção, usando a condição de Nate como desculpa para um caos puro e desenfreado”, afirmou o crítico.

Ebiri vai além, dizendo que Novocaine poderia ter sido escrito por uma criança de 12 anos, embora ele mesmo não tenha certeza se quer usar isso de forma pejorativa. Para ele, o filme é uma versão distorcida de histórias de super-heróis, com um toque de plausibilidade absurda.

O crítico ainda comenta que comédias de ação niilistas como Novocaine dependem da justaposição entre humor irreverente e carnificina catártica, algo que às vezes pode parecer forçado e artificial. No caso de Novocaine, ele acredita que essa combinação é menos chocante, já que a violência se alinha organicamente com a premissa do filme: “Como Nate não responde muito à dor, ele é espancado e mutilado ainda mais”, conclui.

John Nugent, crítico de cinema do site Empire, comparou Novocaine a Crank (2006), destacando a premissa bizarra do filme, que traz elementos insanos típicos do gênero, mas sem a ousadia de sua execução. Embora o filme não seja “ruinosamente ruim”, Nugent criticou a escolha de músicas previsíveis na trilha sonora e a falta de imaginação nas escolhas criativas. Para ele, apesar de uma premissa divertida e um slogan promissor, Novocaine acaba sendo apenas “ok”, quando poderia ter sido algo mais impactante. “Passe a anestesia”, concluiu, expressando sua decepção com o resultado.

O site de entretenimento Omelete, que teve acesso antecipado ao filme, destacou os aspectos positivos do filme, além da violência gráfica presente na trama. O jornalista Alexandre Almeida ressaltou como o longa usa fisicalidade, gore e a aflição com a dor não somente para intensificar a ação, mas também para gerar comédia.

“Os diretores Dan Berk e Robert Olsen deram tempo para o público conhecer o personagem e seu trauma com a CIPA, além de destacar o relacionamento com Sherry. A mistura de humor e dor é tratada com maestria, com momentos hilários seguidos de cenas intensas e desconfortáveis, como o protagonista sendo espancado ou tendo os dedos arrancados. A direção sabe equilibrar perfeitamente esses contrastes para manter o público envolvido”, escreve o jornalista em sua coluna.

Dividindo opiniões entre críticos e público, “Novocaine: À Prova de Dor” estreia hoje nos cinemas brasileiros, onde os espectadores podem acompanhar a saga do herói imune à dor, com sessões à tarde e à noite.

 

Amanda Ferreira

 

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