Neiva Guedes é homenageada com traços de Mauricio de Sousa

É celebrado hoje, o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência e, da nossa terra, quem recebeu uma homenagem pelas mãos do grupo Mauricio de Sousa Produções foi a pesquisadora, bióloga, professora e presidente do Instituto Arara-Azul, Neiva Guedes, no Donas da Rua da Ciência, um espaço criado para resgatar a trajetória de pesquisadoras e cientistas que marcaram a humanidade com suas ações. Neiva une-se a Marie Curie, Ada Lovelace, Bertha Lutz, Katherine Johnson e Katie Bouman, como algumas das cientistas homeageadas pelo projeto.

“É gratificante receber uma homenagem de reconhecimento por seu trabalho do Mauricio de Sousa, que trabalha com crianças, que um de nossos focos de trabalho é divulgar os resultados para crianças, que são a futura geração. Então é bem interessante e acredito que não é um resultado só para mim, Neiva Guedes, e sim para todo nosso grupo de trabalho, do instituto como um todo. É um reconhecimento aos resultados que a gente vem obtendo durante essas três décadas”, revela Neiva Guedes em entrevista ao caderno Artes&Lazer do jornal O Estado.

Foto: Divulgação

Neiva é responsável por tirar as araras-azuis da lista de animais em extinção. Em decorrência do dia, sendo uma mulher na ciência, comenta que: “É legal incentivar outras mulheres a fazer ciência. Acho que nosso país tem um potencial muito grande e infelizmente não se investe em pesquisa e ciência. Mesmo nós, que trabalhamos há muitos anos, temos a dificuldade de captação de recursos, do reconhecimento. Tem de se incentivar o jovem assim como incentiva para o esporte, para um festival, também na área de ciências”.

“Na minha época não me lembro. Me lembro disso só na universidade, por exemplo: um grande inspiradora que foi Jane Goodall, que trabalha com gorilas das montanhas; ela, sim, virou referência, pois dedicou a vida à preservação desses mamíferos, e é uma referência mundial. Procura na memória brasileira que grande mulher cientista que você tem. A gente tem publicações delas, mas não tem divulgação, o envolvimento da sociedade”, complementa ainda a bióloga e pesquisadora.

Conservacionista, Neiva estudou a vida dessas aves, testando e produzindo ninhos artificiais, manejando ovos e filhotes e, acima de tudo, envolvendo a população e divulgando a importância de manter as araras livres na natureza. Dessa forma, esses animais voltaram a ser comuns e abundantes em várias regiões do Pantanal e no Estado de Mato Grosso do Sul. “Primeiro eu acho importante esse crescimento em interesse e envolvimento dos jovens e adolescentes para a ciência, para pesquisa, não só para área do meio ambiente, mas também química, física, matemática. Temos talento e gente boa, o que falta às vezes é oportunidade. Quando começa a divulgar, você começa a despertar para esse lado”, diz Neiva.

“Pra gente é um reconhecimento bacana, porque temos a oportunidade de divulgar para mais pessoas. Terem criado esse dia eu acho legal, porque faz esse start, esse barulho. Porém, com relação ao nosso trabalho, volto a falar o que eu sempre reafirmo, eu não faço nada sozinha. Esse reconhecimento é ao trabalho de um conjunto de pessoas presas às instituições. Eu faço, mas tenho gente fazendo comigo”, finaliza Neiva Guedes.

*Confira mais na edição de 12 de fevereiro no jornal O Estado MS

(Texto: Leo Ribeiro/ Publicação de Lyanny Yrigoyen)

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