Mundo dos livros e palavras é destaque durante ‘Arapuca Literária’ do Sesc MS

Trupe teatro de brincar -Foto: Reprodução
Trupe teatro de brincar -Foto: Reprodução

Começa nesta quarta-feira (23), mais uma edição da ‘Arapuca Literária – Semana Sesc de Literatura’, com uma programaçaõ que celebra a força da palavra e suas múltiplas formas de expressão. Transitando entre encontros com autores, leitura integral de obras, teatro e cinema, o evento convida o público a mergulhar no universo da literaturacomo experiência sensível, crítica e imaginativa. O evento segue até o sábado (26), no Sesc Teatro Prosa, com ingressos disponiveis no Sympla.

A programação começa nesta quarta-feira (23), às 19h, com bate-papo entre a escritora, psicóloga e ativista indígena guarani Geni Nuñez. Atualmente, Geni é pesquisadora de Pós-doutorado no Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP). É autora dos livros Jaxy Jatere, o Saci guarani (2023, Harper Kids), Descolonizando Afetos: experimentações sobre outras formas de amar (2023, Planeta) e Felizes por enquanto: escritos sobre outros mundos possíveis (2024, Planeta); e com João Veras, músico, compositor, poeta e escritor acreano. A mediação será feita por Febraro de Oliveira, escritor e professor de poesia.

Já na quinta-feira (24), a partir das 19h, o projeto MIOLO entra em sua segunda edição, com o circuito de leituras integrais, por meio de uma leitura-performance da obra ‘A viagem inútil: trans/escrita’, da escritora argentina Camila Sosa Villada, que atravessa memória, corpo, escrita e resistência.

Performance “O Mesmo Amor” – Foto: Reprodução

Lido integralmente por Emy Santos e Marcus Pérez, o ensaio autobiográfico de Sosa Villada articula infância, literatura, pobreza e dissidência em uma escrita de sobrevivência. Entre feridas íntimas e consciência coletiva, a autora constrói um gesto de recusa ao silenciamento: “primeiro a escrita, depois a tristeza”.

Durante a leitura, a artista Alice Yura apresenta a performance “O Mesmo Amor”, costurando com linhas

vermelhas — sem arremates — uma mancha sobre seu próprio peito. Sentada à mesa, vestida de branco, ela borda uma dor sem nome, mas compartilhável. Pontas soltas, novelos espalhados, um corpo em estado de atenção: a escrita se faz gesto, o gesto se faz carne.

Alice Yura nasceu em Aparecida do Taboado (MS), é artista trans de origem nipo-caipira e pensa a arte como abrigo, afeto e insurgência. Em sua presença e em sua performance, tudo é matéria: política, identidade, caos, tempo, desejo e o amor — entre a ordem e a desordem do mundo.

Espetáculo “Egbé Periférico” – Foto: Manu Komiyama/Divulgação

Espetáculo e crianças

A Semana Sesc de Literatura também trará a apresentação de poesia ‘Egbé Periférico – vozes que refletem orixás’ com Slam Camélias. Slam Camélias une o passado e o presente de forma visceral e coletiva, onde cada poeta traz à tona realidades e a identidade que pulsa na experiência negra e indígena. Ao som dos atabaques, as/os poetas exploram as narrativas dos orixás não como figuras distantes, mas como reflexos vivos de uma luta contínua e de um pertencimento, uma união que fortalece e afirma a história de um povo.

Encerrando a programação, no sábado (26), é a vez das crianças entrarem no mundo da literatura, a partir das 16h. no espetáculo ‘No baú tem histórias’, com a Trupe Teatro de Brincar. Em um palco repleto de cores, sons e imaginação, “No baú tem histórias” convida crianças de todas as idades a mergulharem no universo mágico da cultura popular brasileira e da literatura infantil. A peça traz o cantador de histórias Edu Brincante, acompanhado pela sua trupe que, com músicas, bonecos e muita brincadeira, transforma histórias em momentos de pura alegria, descobertas e afeto.

Serviço: O Sesc Teatro Prosa está localizado na Rua Anhanduí, 200. Informações pelo telefone (67) 3311-4300 ou pelo WhatsApp (67) 3311-4417. Acompanhe as ações do Sesc Cultura no Instagram @sescculturams, Facebook/sescculturams e no aplicativo “Encontre no Sesc”.

 

Por Carolina Rampi

 

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