Estilistas da moda criativa e autoral sul-mato-grossense comentam sobre o Carnaval 2024

Foto: Nair Gavilan
Foto: Nair Gavilan

Estilistas sul-mato-grossenses de moda criativa e autoral estão a pleno vapor, produzindo vestimentas mais que únicas e especiais para os foliões arrasarem nos blocos de carnaval. Confira aqui algumas destas produções e depoimentos de estilistas da nossa terra.

A produtora de moda Karla Velasco, que produziu a área de moda dos Festivais em Mato Grosso do Sul desde 2022, e participou do Brasil Eco Fashion Week em 2023, afirma que quando a moda se une ao carnaval, traz todas as narrativas afetivas de brilhos, cores e fantasias.

“Fantasias que foram se transformando durante o passar dos anos e que sempre trazem uma forte história de brasilidade. Celebrando assim, cultura e arte. A moda tem o importante papel de dar a cara e a imagem do carnaval. Tudo que é visual dentro dessa grande festa, tem a participação da moda”, avalia.

“Durante essa época, os estilistas de moda autoral do MS têm a missão de vestir com originalidade os foliões interessados em arrasar os bloquinhos. São peças exclusivas e feitas uma a uma. O trabalho é intenso. Desde a produção dos looks à venda das roupas. Todos já estão na produção de editoriais nas redes para chamar a atenção. Fazem contatos e alguns trabalham diretamente com as escolas de samba, produzindo toda a vestimenta depois de pesquisar, desenhar, modelar e criar toda a imagem que vão acompanhar o enredo da escola”, conclui.

A Why Not by Gugliatto, criada e desenvolvida por Luis Carlos Gugliatto, estilista e produtor de moda há mais de 30 anos no mercado sul-matogrossense, é uma marca que utiliza um método sustentável a fim de reduzir o desperdício de materiais já existentes. O reuso do jeans e outros materiais são fundamentais para transformar o produto usado em uma peça nova, assim criando um conceito único com relevância para a marca.

Foto: Nair Gavilan

Luiz Gugliatto está produzindo peças para o carnaval baseado no básico, mesmo, no que está se usando, “que são as hot pants, os tops, os croppeds, os corselets, e tudo feito com retalhos, só que inteiriços. Comprei retalhos laminados, malhas de brilhos, e estou fazendo, shortinhos para meninos, estou fazendo a campanha do Governo que eu gravo na próxima quinta e estou produzindo todo o figurino”.

Para o estilista, o carnaval é um movimento que ajuda muito na moda criativa no Brasil inteiro. “É a época em que as pessoas ganham um certo dinheiro extra e tanto é fato que até as grandes lojas de departamento começaram a fazer fantasias, fantasias básicas você encontra em lojas de departamento. Até muito pouco tempo isso era feito em ateliês mesmo.”

Ateliê Nair Gavilan foi inaugurado em maio de 2015, em Campo Grande, com a proposta de ser um espaço acolhedor e intimista que aproxima consumidoras de peças sustentáveis com a produção artesanal de roupas femininas.

Desde que foi aberto, o ateliê já produziu três importantes coleções e todas elas foram elaboradas no formato slow fashion, ou seja, peças únicas, exclusivas e de poucas quantidades, de forma sustentável e tendo como prioridade máxima o menor impacto possível ao meio ambiente.

Nair Gavilan é pesquisadora de moda sustentável, formada em Design de Moda, atua no mercado de moda há dez anos e começou a criar e costurar suas roupas desde criança. É mãe de duas meninas, trabalha com corte e costura há 13 anos e faz moda feminina o ano todo.

Nair Gavilan trabalha com sustentabilidade na moda. ”Eu tenho uma marca de moda praia e todas as peças que eu crio no ateliê são a partir de sobras de resíduos têxteis, com retalhos. Para mim é importante trabalhar com isso no carnaval porque é uma forma de gerar renda numa época que é bastante parada para o comércio e é uma forma de mostrar o meu trabalho, a minha arte nas ruas, de vestir vários tipos de corpos e também é importante porque o carnaval é uma festa folclórica, popular e está muito ligada à arte, vestir as pessoas para o carnaval é muito legal”.

Foto: Nair Gavilan

“Fizemos uma produção de carnaval, um ensaio temático num barzinho. Com peças feitas por 2 estilistas, eu e o Luiz Gugliato. O meu trabalho coincide muito com o trabalho do Gugliatto porque ele trabalha com reuso de jeans,, com reuso de tecidos que já foram peças, que já fizeram peças do vestuário. E aí ele fez uma coleção com retalhos de figurinos que ele faz, ele é figurinista, sobrou muito tecido pequeno de figurinos antigos, e aí ele fez várias peças para o carnaval também. Então nós juntamos nossas duas produções de carnaval para fazer o ensaio, nós convidamos duas modelos para fazer este ensaio de fotos num barzinho da cidade”.

Para Nair, a moda é extremamente importante durante o carnaval, como em todas as outras épocas. “A moda é muito cíclica, ela está envolvida direta e indiretamente em todas as estações, e no carnaval mais ainda porque é através da vestimenta que as tribos expressam suas vontades, suas regalias, suas alegrias, e a moda está inserida praticamente 100% no hábito do folião de carnaval. Não só na vestimenta, como nos acessórios, nos figurinos, nos estandartes dos blocos, nos abadás, e tudo o mais”.

FM é a marca do designer Fabio Mauricio desde 2004. São roupas exclusivas, únicas que seguem o conceito upcycling maioritariamente feminina com inspiração de décadas passadas como anos 70 e 80 e na cultura popular brasileira.

As roupas são feitas com tecidos vintages garimpados em brechós de diferentes lugares do Brasil e do mundo. Cada roupa é desenhada e confeccionada pelo próprio designer que também tem como identidade da marca os bordados rebuscados feitos com mix de materiais: lantejoulas, miçangas, pérolas, sementes, rendas, entre outros materiais.

Fabio Mauricio participou desde 2004 de diferentes feiras, eventos, desfiles e editais de moda e cultura em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Rondônia.

Com informações FCMS

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