“Men – As Faces do Medo” explora a masculinidade tóxica em terror

Filme
Foto: Divulgação

Filme é comandado pelo diretor e roteirista Alex Garland de “Ex Machina” e “Aniquilação”

E vem mais terror na estreia da semana. Dirigido e roteirizado por Alex Garland, de “A Praia” (2000) e “Ex Machina” (2014), o longa “Men – Faces do Medo” chega aos cinemas hoje com boa avaliação da crítica. Atuam no filme Jessie Buckley, Rory Kinnear e Paapa Essiedu. 

A trama 

Buscando refúgio e consolo após uma tragédia pessoal, Harper (Jessie Buckley), traumatizada, decide fugir de Londres e ir sozinha para um retiro no meio de um belo campo inglês, se escondendo em uma mansão isolada do interior. Mas a cura, como a mudança, leva tempo. E, assombrada por memórias dolorosas e culpa insuportável, Harper anseia por redenção. 

No entanto, uma breve exploração das exuberantes paisagens locais revela acontecimentos estranhos, à medida que encontros desconfortáveis frustram os planos ambiciosos de Harper de se recuperar. Como resultado, a dor irremediável se transforma em uma sinistra corrente de mal-estar e, logo, o medo toma conta. 

Agora não há onde se esconder, algo ou alguém se encontra à espreita na floresta ao redor, e parece estar perseguindo-a. O que começa como apenas uma ansiedade inicial, se torna um pesadelo, habitado por suas memórias e medos mais sombrios.

Crítica especializada 

No site norte-americano, agregador de críticas Rotten Tomatoes, “Men – Faces do Medo” pontuou com 69% de aprovação dos críticos de cinema, recebendo a nota 6,60 de 10, com 255 avaliações até o fechamento deste caderno. 

Miguel Morales, do site arroba Nerd, avaliou o longa como bom “‘Men – Faces do Medo’ se apoia em simbolismos gigantes, seja a árvore com as maçãs que remetem ao Paraíso, Harper sendo a personificação da própria Eva, e as pirações que acontecem para o fim do filme sendo um demônio em pessoa que anda pela casa e tem ‘filhos’ ao longo de uma grande metamorfose que pode significar também que Harper está expurgando sua culpa, seus próprios demônios, etc. A personificação de Kinnear para todos esses personagens navega pela linha tênue em que todos os homens são ruins, mas fica claro que em ‘Men – Faces do Medo’ a jornada é de Harper que busca enfrentar seus próprios medos, seja lá qual face esse medo resolva se materializar para ela.” 

Marcela Gelinsk, que escreve para o site Coisas de Cinéfilo, apontou que o filme fala de machismo estrutural e deu quatro estrelas para a produção. 

“E é neste ballet de horror que Alex Garland traz para o público mais uma produção impactante. O machismo estrutural escancarado de uma forma que jamais foi mostrada antes. É essa capacidade de criar imagens aterradoras e um texto limpo que fazem de ‘Men – Faces do Medo’ um destaque em meio às novas produções do gênero. Além, é claro, de se tornar mais um exemplo de qualidade em que mostra ao espectador que o horror pode ser uma metáfora perfeita para descrever – seja fantasiosamente ou não – os temores, as dores e os medos da humanidade.” 

Amanda Bonfim, do Portal Pop 3, também comentou sobre o machismo presente no enredo. 

“Garland inova em trazer uma elegância ao gênero e utiliza o silêncio como fator principal de construção do medo. Algo que a protagonista procurava a atormentou e, além do fato de uma mulher, sofrer assédio de um homem traz uma realidade muito concreta para o filme, sendo que com a metáfora bíblica do fruto proibido, temos vários fatores que evoca o patriarcado; Harper, sozinha, luta contra ele. Para os amantes de filmes de terror, é bastante diferente da forma que ‘Midsommar’ (2019) cria tensão em terror à luz do dia. Aqui se cria um terror em algo que todos conhecem: a possibilidade do assédio. É um filme que vale a pena assistir e para conferir todo o desenrolar da história.” 

“Men – Faces do Medo” estreia hoje nos cinemas do país e a classificação indicativa é de 16 anos.

Por Marcelo Rezende – Jornal O Estado

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