Mais novo live action da Disney traz para as telas uma das animações mais adoradas dos anos 2000
“Ohana quer dizer família. Família quer dizer nunca mais abandonar ou esquecer”. A icônica frase é da animação ‘Lilo & Stitch’, da Disney, lançado em 2002, agora ganha sua versão live action, com estreia nesta quinta-feira (22). Após o fracasso de ‘Branca de Neve’, último lançamento da marca neste formato, a gigante da indústria joga todas as suas cartas em ‘Lilo & Stitch’, um dos desenhos mais amados, que ultrapassa gerações.
Para quem viver em uma pedra e ainda não sabe: a história gira em torno da amizade entre uma criança humana e um alienígena fugitivo. Stitch, ou o experimento 626, é um extraterrestre que acaba sendo adotado como animal de estimação por Lilo, uma rebelde menina havaiana. O jeito sapeca da menina combina com a energia caótica de Stitch, que além de estar em outro planeta, também está sendo caçado por agentes da Federação Galáctica Unida.

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A amizade improvável de duas espécies tão diferentes provoca uma série de confusões e problemas até mesmo com a assistência social, que está de olho em Nani, irmã mais velha de Lilo e sua tutora legal. Mesmo com as travessuras, os três redescobrem o significado de família, que vai muito além dos laços sanguíneos.
Toda a história se passa no Havaí, com as características mais marcantes do lugar, como a Hula, dança típica da região, os cenários paradisíacos e música. O longa traz os mesmos elementos novamente para a tela, ressaltando a cultura do local.
A direção do longa é de Dean Fleisher Camp. Mesmo não possuindo uma longa lista de trabalhos em Hollywood, Camp é responsável pelo filme ‘Marcel the Shell with Shoes On’, aclamado pela crítica, recebeu diversos prêmios e indicações, como ao 80º Globo de Ouro ao BAFTA 2023 e ao Oscar 2023, todos nas categorias de Melhor Animação.
Maia Kealoha dá vida a Lilo. Além dela, Sydney Agudong, Courtney B. Vance, Zach Galifianakis, Billy Magnussen, Kaipot Dudoit e Hannah Waddingham estão no elenco de Lilo & Stitch.

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Retorno
Chris Sanders, o diretor da animação, retorna ao papel de Stitch, que também já tinha dublado na primeira versão. A volta ao papel acontece após seu sucesso como diretor da franquia ‘Como Treinar o seu Dragão’, da DreamWorks, e ‘Robô Selvagem’, que concorreu a última edição do Oscar. Vale lembrar que a DreamWorks foi fundada por Steven Spielberg, David Geffen e Jeffrey Katzenberg, ex-diretor da Walt Disney.
Já Maia Kealoha é um refresco para os olhos. Escolhida entre centenas para dar vida à Lilo Pelekai, a crítica só tem elogios a pequena. Com atuais nove anos, ela tinha apenas 6 quando gravou o filme, mesma idade da personagem. Também do Havaí, ela é engraçada, carismática e dança Hula como Lilo, o que foi um dos diferenciais para que o diretor a escolhesse. Maia participou de 15 fases da audição até ser Lilo.
“[Audicionei] quinze vezes! Eles olharam para mim e perguntaram ‘Maia, você gostaria de ser a nossa Lilo?’ Eu fiquei sem palavras e chorei muito!”, relembrou Keloha em entrevista à Entertainment Weekly.
Mudanças
Quem assistiu ao desenho está com grandes expectativas para não haver mudanças na história, personagens ou aparências. Pelo trailer, vemos que muitas coisas estão semelhantes, até mesmo nas músicas, mas, de acordo com jornalistas e expectadores que assistiram exibições antecipadas, os nostálgicos sentirão falta de alguns elementos.
O personagem Pleakley, alienígena que vem a terra com o cientista Jumbo em busca de Stitch, assume uma identidade humana, ao contrário da sua forma de ET, que montava disfarces cômicos, com vestidos, perucas e maquiagens – o que acaba perdendo a piada.
Outro personagem que não está no live action é o Capitão Gantu. Ele é o principal antagonista da versão de 2002, sendo responsável por mandar Jumba e Pleakley ao Havai, em busca do Experimento 626. Não se sabe se haverá um novo vilão ou um ajuste na história.

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Tem Bruninho!
O cantor Bruno Mars, 39, era um nome que muitos queriam que estivesse envolvido no projeto, seja nas telas ou em uma palinha musical, já que o cantor é natural de Honolulu, Havaí. E a participação veio aí, mesmo sem ser da forma que alguns imaginavam.
Ele é responsável pela produção da canção ‘Burning Love’, de Elvis Presley, cantada pelos irmãos Nyjah Music e Zyah Rhythm, sobrinhos do músico. “Foi uma experiência maravilhosa”, disse Nyjah Rhythm na festa de lançamento do filme em Los Angeles, nos EUA, no último sábado.
Crítica
Bruna Nóbrega, do portal Omelete, acredita que o longa é um raro acerto da Disney em live-actions. “O live-action realmente ganha vida quando vai além e se aprofunda no que já conhecemos, começando pela própria relação entre as irmãs”. Ela destaca a personagem Nani, que no desenho só conhecemos sua batalha para ficar com a guarda da irmã após a morte dos pais.
“A personagem ganha novos contornos quando descobrimos que precisou abrir mão do sonho de estudar biologia marinha e a paixão pelo surfe para não abandonar a irmã. No live-action, as meninas também lidam com outra assistente social, a Sra. Kekoa (Tia Carrere, a voz original da Nani), que não é uma vilã sem coração e, sim, tem empatia de sobra em relação ao caso, tornando as coisas ainda mais reais e trágicas”.

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A jornalista Allana Aristides revela que, como fã da animação, estava apreensiva com a nova versão, mas que diversão e emoção serão garantidos para quem for assistir. “Apesar de não ser uma adaptação perfeita, me diverti bastante assistindo ao filme, com direito até as lágrimas durante uma cena específica”.
Bem como Nóbrega, a trajetória de Nani também é um destaque na obra. “Assistir a esse longa me fez entender melhor a posição difícil em que a Nani estava ao assumir o papel de ‘mãe’ da Lilo, mesmo sendo uma jovem trabalhadora e com planos para o futuro”, diz.
Frank Scheck, do The Hollywood Reporter ressalta a dualidade que funciona. “A versão live-action de Lilo & Stitch é fiel o suficiente ao original para agradar aos tradicionalistas e modificada o suficiente para parecer um pouco original”.
“Lilo & Stitch é engraçado e emocionante na medida certa, honrando a animação original e entregando um visual chamativo e adorável, sendo facilmente uma das melhores adaptações em formato live-action da atual fase da Disney, podendo ser o pontapé para trazer de volta a confiança do público em remakes feitos pelo estúdio”, finaliza Aristides.
Por Carolina Rampi
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