Jovens ativistas ambientais lutam pela sobrevivência em filme slasher brutal

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“Tudo aqui nesse lugar foi manchado com o sangue dos animais da Amazônia”. Essa é a frase inicial do trailer oficial do filme ‘Hora do Massacre’ (Wake Up), que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas brasileiros. Como o próprio nome sugere, a obra é um terror puxado para o slasher, subgênero que em sua maioria envolve assassinos psicopatas que matam aleatoriamente.

A direção do longa fica por conta de Anouk Whissel, François Simard e Yoann-Karl Whissell, conhecidos como RKSS, conhecidos pela franquia ‘Turbo Kid’ (2024), ‘Zona de Perigo’ (2019) e ‘We are Zombies’, do mesmo ano. O roteiro é assinado pelo italiano Alberto Marini, que foi responsável por outros filmes de terror como ‘A primeira comunhão’ (2022), ‘Acampamento do Terror’ (2015), a franquia [Rec] e o longa de ação ‘A Chamada’ (2023).

Sinopse

Um grupo de jovens ativistas ambientais resolve invadir uma loja de móveis após o encerramento do expediente. O plano estava dando certo até o momento em que um dos elementos do grupo, quando surpreendido, acaba por matar um vigia. Quando seu parceiro descobre o ocorrido, fica tomado pelo ódio e dá início a uma caçada sem trégua. O problema para suas presas é que ele conhece o território como ninguém e o que ele sente é o mais puro desejo de vingança. Agora, os jovens rebeldes precisarão lutar pela sobrevivência durante uma verdadeira noite de terror.

Trabalhador empenhado

Foto: divulgação

No elenco, como acontece em diversos filmes de terror, os nomes não são os mais conhecidos da indústria: Benny O. Arthur, Alessia Yoko Fontana, Jacqueline More, Kyle Scudder, Thomas Gould, Charlotte Stoiber, Gary Anthony Stennette, como a gangue de ativistas, Aidan O’Hare como o guarda que motiva a vingança, e Turlough Convery, o caçador dos jovens – ou seria apenas um trabalhador muito dedicado a evitar o vandalismo no seu local de trabalho? O homem é o típico esteriótipo masculino, dotado de grande conhecimento de armadilhas e técnicas de assassinato, com um certo prazer em fazer dos jovens a sua ‘caça’.

Foto: divulgação

É aqui que vemos uma das propostas do filme, acerca da moralidade: de um lado vemos jovens vândalos, que se trancam em uma loja e gravam tudo, para assim viralizar nas redes e chamar a atenção do seu público para as causas ambientais, muito semelhante ao que vemos atualmente nos jornais, com ativistas jogando tintas em grandes obras de arte como Monalisa, de Leonardo da Vinci e os Girassóis, de Van Gogh.

Foto: divulgação

No outro ponto de vista, temos um homem que veste a carapuça dos extremistas de masculinidade frágil, onde sua maior característica é a obsessão pela caça, que está disposto a literalmente tudo para vingar a morte do colega “a necessidade de manter o emprego, a precariedade e o desespero para reverter o estrago causado pelos protagonistas… bom, nada disso é monstruoso, na verdade”, apontou Caio Colette em sua crítica para a Omelete. Será que os fins justificam os meios, tanto para os ativistas quanto para o caçador?

Foto: divulgação

A premissa de ‘Hora do Massacre’ é, na visão do próprio trio de diretores, ‘um slasher na IKEA’, como referenciaram em entrevista ao portal brasileiro Omelete. A loja IKEA é uma famosa franquia focada em produtos e móveis de preços acessíveis nos Estados Unidos, semelhante à nossa Tok&Stok.

Outro destaque apontado pelo diretor François Simard a Omelete, é que as vítimas seriam as responsáveis pelo uso de máscaras, uma virada de chave se pensarmos em filmes de terror tradicionais, onde o serial killer é aquele que se esconde.

Fotos: divulgação

Além disso, o filme é uma produção independente, e já passou por alguns festivais cinematográficos menores. Segundo o diretor, o set de filmagens era limitado e um dos desafios foi transformar um pequeno espaço em uma loja grande, ainda deixando um efeito claustrofóbico para as vítimas e para quem assiste.

Recepção

Ainda com pouquíssimas críticas na Rotten Tomatoes, maior ranqueador de filmes, a opinião geral é um elogio a brutalidade da produção, que traz um slasher eficiente.

‘Hora do Massacre’ tem sido destaque em diversos festivais de cinema, incluindo o Festival de Cinema de Sitges, o Fantastic Fest no Texas e o Festival de Cinema Fantástico de Paris. A crítica internacional elogiou a direção ousada, as atuações convincentes e a capacidade do filme de manter a tensão elevada. O reconhecimento em tais festivais reforça a qualidade e a originalidade do trabalho dos diretores.

Entretanto, para o jornalista Marcelo Müller, do portal Papo de Cinema, o filme é mal desenvolvido, principalmente em seus personagens. “Hora do Massacre não toma uma posição diante dos ativistas. Às vezes parece enxergá-los como jovens mimados em busca de algo que sacuda as suas existências enfadonhas à procura de likes na internet. Logo depois, parece genuína a preocupação deles com as florestas amazônicas. Ao desenhar o instável Kevin, o principal dos algozes, o trio de cineastas ora o percebe como um lunático primitivista que têm hobbys bizarros (neste caso, confeccionar armas precárias para caçar como os humanos que viviam em sociedades pré-industriais), ora como alguém cuja fragilidade mental e agressividade inspiram cuidados”.

Serviço

‘Hora do Massacre’ está disponível nos cinemas nessa quinta-feira, com classificação indicativa acima dos 16 anos.

 

Por Por Carolina Rampi

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