Indiana Jones e a Relíquia do Destino estreia nesta quinta (29), nos cinemas
É num pequeno apartamento, em meio à louça suja e diante de uma televisão ligada, aparentemente por horas, que o público vai reencontrar um dos grandes heróis de Hollywood nesta semana. Indiana Jones já não é mais o mesmo, a cena deixa claro, mas tampouco perdeu a essência.
Envelhecido, de samba-canção e com a barba por fazer, Harrison Ford emerge de uma grande poltrona nos primeiros minutos de “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”. Anticlimática, a cena sucede uma abertura nostálgica e veloz, com perseguições, combates e tudo aquilo que tornou os primeiros três filmes da franquia sinônimos de cinema de ação de qualidade.
Mas aquela sequência está na memória do protagonista, que acorda assustado conforme a câmera adentra o apartamento como um velho amigo que, sorrateiramente, reaparece depois de anos. Há cheiro de melancolia em todo canto, atestando a passagem do tempo para Indiana e também para os fãs.
Ford falou com a imprensa janelas acima de um enorme cartaz de “A Relíquia do Destino” que a Disney instalou na avenida Croisette, luxuoso corredor de estrelas e de hotéis, no último Festival de Cannes. A conversa aconteceu horas depois de o americano se emocionar ao receber uma Palma de Ouro honorária, honraria reservada a poucos.
“Não se volta para um personagem como esses sem um motivo muito bom, e o Indiana precisava que seu ciclo fosse fechado. A franquia começou com esse personagem muito físico, cheio das paixões da juventude, e foi assim que ele permaneceu na memória das pessoas por 40 anos. Tivemos que ajustar a história para acomodar a idade, mas sem timidez, usando isso a nosso favor.”
No filme, Indiana se veste e vai, uma última vez, para a faculdade onde leciona aulas de arqueologia para turmas entediadas -não pelos seus métodos, mas pelo furor tecnológico que contamina o país às vésperas da chegada do homem à Lua, naquele ano de 1969. O futuro, ali tão perto, faz murchar o interesse por um passado distante.
Indiana também se sente assim no começo da trama, como uma peça de museu deixada para empoeirar -deprimido, saudosista. Mas não demora muito para ele vestir o chapéu e empunhar o chicote novamente. É na própria faculdade onde a ação começa, numa festa de aposentadoria que logo vira um enterro.
Capangas de um oficial nazista invadem a homenagem ao protagonista e atiram em quem está no caminho. Eles querem a tal relíquia do título, uma tecnologia antiga e com segredos que levaram um velho amigo de Indiana à loucura. A filha do estudioso, igualmente obcecada, entra em cena para tentar desvendar o objeto, mas não sem atrair uma parada de vilões. Acesse também: Aumenta número de pessoas que estudam e trabalham em MS
Com informações da Folhapress, por LEONARDO SANCHEZ
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