Homem Invisível traz refilmagem de clássico do terror

Entre 1925 e 1954 a Universal Studios produziu uma série de filmes de terror que ficaram conhecidos como “Os Monstros da Universal”. O “Fantasma da Ópera” (1925), “Drácula e Frankenstein” (1931), “A Múmia” (1932), “A Noiva de Frankenstein” (1935), “O Lobisomem” (1941) e “O Monstro da Lagoa Negra” (1954) apavoraram muita gente e continuam aterrorizando até hoje. A estreia da semana é “O Homem Invisível”, refilmagem do clássico de 1933. “O Homem Invisível” faz parte de uma série de clássicos de terror que os estúdios Universal decidiram refilmar no século 21. Essas refilmagens, aliás, estão por aí desde o “Lobisomem”, lançado em 2010, e o fracasso de “A Múmia”, de 2017.

Dirigido e roteirizado por Leigh Whannell (“Upgrade: Atualização”), “O Homem Invisível” é uma releitura do livro escrito por H. G. Wells. A história acompanha Cecilia Kass (Elisabeth Moss), uma mulher que, após fugir de um relacionamento abusivo, recebe a notícia do suicídio de seu ex-marido, Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen). Ela tenta reconstruir sua vida, no entanto seu senso de realidade é questionado quando ela começa a suspeitar de que seu falecido amante não está realmente morto. O filme ainda tem no elenco Storm Reid, Aldis Hodge, Harriet Dyer, Michael Dorman, Amali Golden, Benedict Hardie, Zara Michales, Anthony Brandon Wong, Bianca Pomponio, Dennis Kreusler, Randolph Fields, Sam Smith, Nick Kici, Vivienne Greer, Cleave Williams, Cardwell Lynch, Xavier Fernández, Nash Edgerton.

Robinson Samulak Alves, do site Cinema com Rapadura, elogiou a produção e pontuou que o filme traz uma mensagem, pois trata também de relacionamentos abusivos. “Depois de um começo fraco, a Universal mostrou que entendeu a importância de atualizar seus monstros para o século 21, e entrega um filme que concilia muito bem a essência da obra de H. G. Wells com o terror de relacionamentos abusivos. Saber que as consequências da violência doméstica são muito mais ameaçadoras do que um monstro é a prova de que Whannell entendeu como fazer uma boa atualização de um clássico da literatura. Sem abrir espaço para outro ponto de vista que não seja o da protagonista (e da vítima), o diretor conseguiu criar um filme que funciona pela tensão para o público geral, mas que pode ter um significado mais intenso para quem já passou por relacionamentos abusivos – vítimas de violência doméstica mais agressiva podem até se sentir desconfortáveis em algumas cenas. Em tempos de #MeToo, ‘O Homem Invisível’ é uma atualização cruel, embora real e necessária.”

Miguel Morales, que escreve para o site Arroba Nerd, elogiou a atuação da atriz Elisabeth Moss e aprovou a obra. “Elizabeth Moss mostra sua competência mais uma vez, e consegue fazer a transição da TV para o cinema de uma forma louvável. Em ‘O Homem Invisível’, a atriz acaba por ser realmente o grande destaque do filme, em que sua atuação acaba por eclipsar diversos outros pontos positivos (e negativos) que o longa possui. Com uma piscadela para a versão original de 1933, “O Homem Invisível” faz uma ótima atualização para os tempos modernos, e para os fãs do gênero o filme acaba por ser, finalmente, a entrada das produções de terror em 2020 com o pé esquerdo. Demorou, mas chegou, e aqui temos com ‘O Homem Invisível’ uma grande surpresa.”

Pablo Bazarello, do site Cinepop, também teceu elogios ao filme. “O Homem Invisível é o melhor dos dois mundos: consegue fazer gelar a espinha e inserir de forma exata todos os seus sustos (sem abusar deles) como os melhores filmes de ‘terror de shopping’, ao mesmo tempo em que entrega profundidade, análise comportamental e grandes personagens parecendo saídos diretamente dos chamados ‘terror de arte’. É seguro dizer que com o filme os envolvidos, sejam atores, diretores ou produtores, entregam um de seus melhores trabalhos nas telonas. E estão de parabéns. Agora, esperamos que a Universal siga no bom fluxo, e por que não criar tendência com os monstros? A de inserir uma mensagem forte, real e importante mesclada à diversão de seus personagens.”

(Texto: Marcelo Rezende/ publicação no site por Karine Alencar)

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