História da 14 de Julho é contada em livro que será lançado hoje

Foto: Divulgação/Raquel de Souza
Foto: Divulgação/Raquel de Souza

Obra relata desenvolvimento de uma das principais vias da Capital

Escrito por Magali Luzio, Maria Augusta de Castilho e Waldir Leonel, o livro “Rua 14 de Julho de Campo Grande – MS” fala sobre a rua 14 de Julho, uma das mais emblemáticas e conhecidas da Capital, e será lançado nesta quinta-feira (17), a partir das 19h30, na Galeria de Vidro, na Esplanada Ferroviária, em Campo Grande.

Apesar de não ter sido a primeira rua aberta em Campo Grande, a 14 de Julho teve, e ainda tem, papel importante no desenvolvimento e construção do município ao longo dos anos. Com isso, tornou-se a principal rua comercial da Capital.

Em 2018, depois de mais de 100 anos de sua origem, a via passou por um processo de revitalização, que terminou no fim de 2019, transformando e mudando de forma radical a “cara” da 14. Para contar toda essa história desde o início e falar sobre a importância da educação patrimonial, entre outros fatores e aspectos, os autores Magali Luzio, Maria Augusta de Castilho e Waldir Leonel se uniram e se debruçaram sobre a história da rua. Tudo teve início com o trabalho de doutorado de Magali, orientado pela professora Maria Augusta, como parte do Programa de Desenvolvimeto Local da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).

“Como a 14, nesse período de pesquisa, ia passar por um processo de revitalização, a professora Maria Augusta sugeriu que eu abordasse toda a história da via e como ia ficar, pois seria bem-vindo um novo olhar”, explica Magali. “A professora Maria Augusta e o professor Waldir Leonel deram imensa colaboração na escrita do livro, cada um na sua área, para que nós pudéssemos dar um retorno à população de Campo Grande”, completa.

A história da 14

Aberta no ano de 1914, a 14 de Julho “chegou” no início do desenvolvimento de Campo Grande, mas, em vez de rua, era apenas um beco que, com o passar do tempo, foi se convertendo em um importante corredor econômico. O “boom” aconteceu, principalmente, depois da inauguração da Estrada Noroeste do Brasil, que contribuiu para alavancar ainda mais a evolução.

Mas nem sempre a via teve o mesmo nome. De acordo com o livro, apesar de ser inicialmente batizada como 14 de Julho, a via passou a se chamar Aníbal de Toledo alguns anos. Depois, mais uma mudança: o nome foi alterado para João Pessoa. Até que, em 1945, o nome original voltou a ser adotado.

E de onde veio o nome? A data de 14 de julho é uma homenagem à Revolução Francesa e faz referência à queda da Bastilha, informação que consta no decreto municipal que oficializou a criação da rua.

A 14 hoje

O livro acompanhou o processo de revitalização e destaca o que ela trouxe de positivo para a via e também os desafios. “É uma rua comercial, mas que recebe também muitos turistas. Quase todo mundo que vem a Campo Grande passa pela 14. Essa revitalização fez surgir muitos detalhes da arquitetura da década de 1940 que, antes, passavam despercebidos”, detalha a professora Maria Augusta.

Leonel ressalta a memória afetiva coletiva com a via. “Vejo que as pessoas têm uma história afetiva com a rua, mesmo depois da revitalização. Tanto a população dos bairros quanto a do interior do Estado querem conhecer a nova rua 14 de Julho, mas ela não perdeu sua essência, pois os vestígios do passado ainda estão ali. Agora, com maior destaque”, completa o autor.

Segundo o filósofo Santo Agostinho, “só se ama aquilo que se conhece. Por isso Magali e Leonel, que trabalham na Semed (Secretaria Municipal de Educação), relatam também o trabalho que foi e está sendo desenvolvido para valorização do patrimônio dentro das escolas.

“O cidadão precisa preservar o trabalho que foi feito, e o primeiro passo é educar os nossos estudantes para preservação do patrimônio. Começa na escola, e compete a nós professores despertar nos alunos o gosto pelo patrimônio e o desenvolvimento da cidadania”, finaliza Maria Augusta.

Olhar no futuro

O lançamento do livro sobre a 14 de Julho tem, ainda, um aspecto relacionado ao futuro. Magali lembra que, depois da revitalização, praticamente não houve registros escritos sobre a via. “Com esta obra, queremos deixar registrado para a história este momento ímpar da rua 14. Mesmo com a revitalização, ela não perdeu os vestígios do passado, o que faz com que a lembrança, principalmente na parte da arquitetura, fique registrada para as crianças de hoje, futuros adultos”.

SERVIÇO: O lançamento do livro “Rua 14 de Julho de Campo Grande – MS” acontece na Galeria de Vidro da Esplanada Ferroviária, na avenida Calógeras, 3.015 (Esquina com a avenida Mato Grosso)

Texto: Méri Oliveiria

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