Hámor Livraria celebra 1 ano com o evento “Inferninho”

Foto: Bianca Resende
Foto: Bianca Resende

Programação especial reúne artistas locais e nacionais neste sábado (6)

A Hámor Livraria, um dos principais pontos culturais de Campo Grande, celebra seu primeiro aniversário de espaço físico, nesta sexta-feira, 6 de setembro, com uma programação especial que reúne arte, literatura e performances. O evento, com entrada gratuita, começa às 17h e promete atrair um público diverso para um dia de atividades que incluem lançamentos de livros, leituras coletivas e apresentações artísticas.

A programação do evento, batizada de “Inferninho”, terá a participação de nomes como a escritora Natasha Félix, autora do livro que dá nome à celebração, e os artistas Marcus Perez e Serena MC. Entre as atrações destacadas estão as leituras performáticas do livro “Inferninho” e da obra “Carga Lotada”, além de uma leitura especial de funk com Marcus Perez.

O evento também contará com pré-vendas de lançamentos literários, incluindo novos títulos de Bianca Resende e Febraro de Oliveira, além de uma ação promocional: quem comprar um livro no dia ganha um pôster exclusivo.

99 eventos

Para O Jornal O Estado, uma das proprietárias da livraria, Bianca Resende destaca que a data representa a concretização de um sonho de transformar o espaço físico em um ponto de encontro para a literatura e a arte. O planejamento para o evento, que inclui apresentações de artistas locais e nacionais, começou meses antes e envolveu uma seleção cuidadosa das atrações.

“Nós queríamos muito que essa comemoração fosse uma festa. É um desejo antigo que se materializa com o carinho de muita gente. Sabíamos que a Natasha Félix estaria em Campo Grande na data e então a convidamos para trazer sua performance ‘Inferninho’. Ela é uma artista que admiramos muito e será uma grande alegria tê-la conosco. Também queríamos que a festa tivesse uma forte presença local, por isso chamamos o Marcus Perez e a Serena MC, dois talentos da cidade”, afirma.

Bianca reflete sobre o marco do centésimo evento, que acontecerá no mesmo dia do aniversário de um ano da livraria. Para ela, o ritmo acelerado da trajetória da livraria tem sido uma mistura de emoção e aprendizado.

“Eu me sinto surpresa e feliz. Muita coisa que eu sempre quis está acontecendo, mas ao mesmo tempo, tenho pouco tempo para aproveitar os acontecimentos importantes.É tudo tão rápido e maluco, paro pra pensar um pouco e me dou conta de que vamos completar um ano de espaço físico e 100 eventos desde então. Isso significa muito para mim, que não sabia até pouco tempo atrás que era capaz de sonhar e fazer tudo simultaneamente”, conta emocionada.

O primeiro ano de Hámor foi repleto de aprendizados e desafios, especialmente no que diz respeito à conciliação entre seu papel como espaço comercial e cultural. Para a equipe, a principal dificuldade tem sido equilibrar o viés político e cultural do projeto com a necessidade de sustentabilidade financeira. Nesse cenário, a livraria acredita no poder das políticas públicas e editais voltados para a cultura como formas de garantir a sobrevivência do projeto, que vai além do comércio.

“A delícia de estar na linha de frente de um movimento como a Hámor é saber que estamos subvertendo uma lógica exclusivamente comercial e rasa, mas não é fácil. Não vislumbramos lucro por enquanto.O trabalho é guiado pela paixão pelo livro e pelas pessoas”, comenta Bianca.

Atrações

A performance do livro Inferninho, da poeta e performer Natasha Félix, será o ponto alto da celebração de um ano da Hámor. Para a reportagem, Febraro de Oliveira, livreiro, editor e sócio do espaço, a escolha de Natasha reafirma o compromisso da Hámor com a literatura como experiência viva, plural e atravessada por diferentes linguagens.

“Ela tensiona a tradição ao trazer a performance como forma de democratizar a poesia, deslocando-a do espaço da leitura silenciosa para o encontro coletivo e sensorial. Ela tensiona a tradição literária ao introduzir a performance como linguagem que democratiza o acesso à poesia, deslocando-a do espaço restrito da leitura silenciosa para o encontro partilhado, coletivo e sensorial”, destaca.

Inspirado por vivências entre Brasil e Angola, o livro convida o poema a dançar e se conectar com o corpo, a voz e o coletivo.Para Natasha, celebrar um ano da Hámor é “encontrar vida” e reconhecer a importância das livrarias de rua. “A literatura me mantém com os pés no mundo e me desorganiza ao mesmo tempo. É um terror, uma delícia, um alvoroço.Acredito com muita força que a arte é uma saúde.”, afirma a autora.

Febraro defende que a celebração de um ano da Hámor é um ato político e cultural, de quem resiste e sonha. “A celebração não se reduz à rememoração de um percurso já realizado, mas projeta-se como um exercício coletivo de imaginação de futuros possíveis, no qual literatura, música, performance e festa se articulam como práticas de insurgência e de reencantamento do comum”, finaliza o poeta.

Sobre a Hámor

A Hámor Livraria nasceu em 2022 como um sonho compartilhado entre Bianca Resende e Felipe Mafra, inicialmente sem sede física, levando livros a praças e feiras de Campo Grande para criar vínculos com leitores e amantes da arte. Com o tempo, o projeto cresceu e deu origem à Hámor Edições, editora independente que estreou com o livro Usamos tudo para poesia, de Alessandra Coelho. Em 2024, a editora retomou suas atividades e a livraria alcançou seu segundo espaço físico, que agora completa um ano como ponto de encontro cultural.

Serviço: A festa de 1 ano da Hámor Livraria acontece neste sábado, 6 de setembro, a partir das 17h, na Rua Amazonas, 1080, bairro Monte Castelo, em Campo Grande (MS). A programação inclui performances literárias com Natasha Félix, Serena MC e Marcus Perez, além de pré-vendas de livros e brindes. Para mais informações, confira o instagram da Hámor @hamorlivraria.

Por Amanda Ferreira

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