Grupo Top Samba prepara retorno aos palcos

Grupo Top Samba
Foto: Divulgação

‘Qualé mané’ é a música fresquinha nos streamings

Com canção novinha nas plataformas de streaming e um milhão de acessos, o grupo Top Samba celebra 15 anos de carreira no dia 2 de outubro, com um show de retorno aos palcos na Estância das Flores. Foi um ano e seis meses longe do calor do público. Num batepapo descontraído, Vini Barreto, Lucas Bastos, Abdon Neto e Alex Jr. falaram sobre a carreira e sobre a alegria de fazer pagode.

O vocalista Vini Barreto relatou que o pagode sempre foi forte no Estado e caiu no gosto do público, fazendo com que o grupo Top Samba chegasse atuante aos 15 anos de existência. “A cena de pagode de Mato Grosso do Sul sempre foi forte. Eu me lembro de quando a gente começou a tocar em 2006, as festas davam 2000 pessoas, com o ‘Atitude’, ‘Só na Malandragem’, e antes deles, lá atrás tinha o ‘Grupo Zoeira’, ‘Só pra Descontrair’, e tinha também ‘Feitiço Moleque’, então sempre foi muito forte o pagode no nosso Estado, na cidade é que acabou que, até o ‘Atitude 67’, ninguém tinha estourado nacionalmente e ficava com aquela lenda de que pagode não faz sucesso”.

“Uma vez já falaram na minha cara: ‘O Vinícius, esquece isso, você vai tocar só por tocar, porque sucesso você não vai fazer não, vocês estão no Mato Grosso do Sul, vocês estão em Campo Grande, vocês nunca vão estourar’. Eu lembro que ele falou, eu estava dentro do Mazé, fazendo passagem de som aquele dia, eu nunca vou me esquecer disso. Só que a gente tem muita confiança de que vai chegar o nosso momento também. De ter notoriedade nacional. A gente já se considera uma banda de sucesso, por isso, acredito que o pagode se mantém”, relatou Vini.

 

Música no DNA

De uma família de artistas, Vini é filho de um integrante do grupo Acaba. Ele relata como o “sangue” influenciou diretamente seu gosto musical. “Eu sou filho do Vandir Barreto, do Grupo Acaba, e falar do regional sem falar do Grupo Acaba não dá. O Grupo Acaba, eu acho que é o grupo regional mais regional que tem no Estado, de falar sobre o Estado, de falar sobre o Pantanal, então desde cedo na minha casa foi presente, e se fez presente desde sempre e eu sempre fui influenciado por isso”.

“Sempre gostei muito de pop e MPB, sempre fui muito fã de Cássia Eller, foi minha primeira paixão na música de fato, de ter pôster no quarto, então ela é uma mulher que eu tenho a discografia dela inteira, é muito importante na minha história quanto músico. Filho dos Livres era uma banda que eu gostava demais quando criança, Olho de Gato, o próprio Bruninho e Davi tinham uma banda que chamava Banda Veja, também gostava muito de ouvir”.

Antes alheio ao pagode, hoje Vinícius não vive sem o estilo musical. “Eu nunca fui muito chegado a pagode, sempre fui muito mais nessa onda de pop, de rock, e aí me c h a m a r a m para cantar pagode, e eu acabei gostando. Na época nossas influências, quando começamos a cantar, eram o Grupo Atitude, aqui da cidade, Jeito Moleque e Inimigos da HP, então essas foram as grandes influências inicialmente falando. Depois veio, óbvio que você vai sendo influenciado, Exaltasamba, Sonho Maroto, Thiaguinho, etc”.

 

Só alegria

O músico Neto, que toca surdo no grupo, é só alegria ao falar do grande retorno aos palcos. “Dia 2 de outubro é a data da nossa festa, da nossa volta. É muito especial porque é o aniversário do grupo. O repertório vai relembrar vários momentos dessa história. No coração tem um misto de esperança e ansiedade. Após um ano e meio sem shows, sem contato com o público. Vamos voltar tomando os devidos cuidados com os protocolos de biossegurança, mas é um grande passo, estamos muito felizes com tudo isso”.

A música nova e o show de retomada aos palcos são o novo normal para Neto, que está ansioso pela apresentação. “‘Qualé mané’ é a nossa primeira música lançada com a previsão de volta de shows. Podemos dizer que é o primeiro passo do novo normal. O resultado final da música foi muito legal. Era uma música que já existia há algum tempo e tivemos a oportunidade de fazer uma nova versão dela. Agora tem um rap, que compus com o Vini e ficou muito especial, pelo formato acústico. Estamos ansiosos para tocar ela no show”.

Neto deu os primeiros passos na música ainda criança, imitando o cantor Alexandre Pires, e tem até a música gospel internacional em suas influências musicais. “Desde que me entendo por gente, a música está m u i t o p r e s e n t e na minha vida. Eu imitava o Alexandre Pires quando era criança. Já era uma influência pra mim. Por conta da influência da minha família ouvi muito sertanejo daqui de Campo Grande. Por volta de 2008, 2009 passei a curtir muito pagode. Curti rock também e toquei na igreja e ouvi muito gospel gringo. Desde a música regional até o gringo gospel são minhas influências”.

 

Voltando com tudo

Alex Jr., que toca o instrumento percussivo rebolo, avisou que o grupo volta com tudo e tem novidades para o ano de 2022. “Para a galera que acompanha a gente, nossos amigos, nossos fãs podem esperar muita alegria e muito trabalho. A gente tá voltando com tudo. Durante a pandemia a gente chegou a lançar três músicas autorais e podem esperar que este ano ainda tem novidades, a expectativa é de que o ano de 2022 seja muito produtivo, vem muita coisa boa por aí”.

Dois grupos de pagode foram decisivos para Alex dedicar-se com afinco ao pagode; ele também falou de suas influências. “Eu ouço de tudo, mas estou sempre atento aos lançamentos do pagode. Depois de um bom tempo começaram a surgir grupos novos. Também escuto Charlie Brown Jr., Marcelo D2 e um pouco de sertanejo. O que eu mais escuto é pagode. Me influenciaram muito os grupos Jeito Moleque e Inimigos da HP foi por intermédio dele que eu decidi tocar pagode, por volta dos 10 anos meu pai me deu um cavaquinho e passava as tardes ouvindo esses dois grupos e tocando cavaco”.

 

Tomando conta dos negócios

Fã de música nacional, Lucas Bastos, responsável pelo cavaco no grupo, conta que o planejamento do grupo Top Samba foi crucial durante os tempos de COVID-19. “A pandemia é um baque gigantesco para todos nós, principalmente quem trabalha com arte e com o público. Foi um período complicado, mas graças a Deus a gente tinha se programado e juntado recursos para executar nossos planos. Ano passado tudo correu dentro do nosso planejamento de lançamento, porém tiraram a coisa que a gente mais gostava, que era o show, que é o ápice do nosso trabalho, e foi tirado de nós, então isso abalou muito psicologicamente o grupo”.

“Financeiramente, graças a Deus a gente conseguiu se manter, se organizar dentro do que a gente já tinha se organizado, lógico, fazendo as adaptações necessárias, inclusive nós tivemos o maior alcance numérico de todos os tempos de Top Samba, nós chegamos a 1 milhão no streaming, então por seguir esse planejamento, e as pessoas estavam mais on-line, nós conseguimos chegar a esses números”, finaliza o orgulhoso Lucas. Para ficar por dentro do show do dia 2 de outubro é só ficar ligado no Instagram: www.instagram.com/ grupotopsamba/.

 

(Texto de Marcelo Rezende)

 

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