Gosta de ler? Academia Sul-Mato-Grossense de Letras lança ‘Clube de Leitura’

Academia Sul-Mato-Grossense de Letras - Foto: divulgação
Academia Sul-Mato-Grossense de Letras - Foto: divulgação

Projeto será coordenado por imortais da academia, com leituras de grandes autores

Quem é leitor, ou quer entrar para o mundo da literatura, muitas vezes vê em filmes a existência dos chamados ‘Clubes de Leitura’, um local onde pessoas se reúnem e compartilham opiniões, críticas e elogios a um determinado livro ou autor. Essa é a proposta do novo projeto da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, com início em 13 de março.

‘Leituras e Conversas na ASL’ trará Leminski, Trevisan, Villachá, Garcia Márquez, César Proença, Lispector, Mia Couto, Dora Ribeiro e Neruda são nomes conhecidos para quem gosta de literatura, e grandes referências na poesia, romance, contos e crônicas, para quem deseja se aprofundar. As imortais Lenilde Ramos, Maria Adélia Menegazzo e Sylvia Cesco estarão coordenando as leituras que passam a ser feitas mensalmente, sobre um autor, na ASL.

Segundo o presidente da ASL, Henrique Alberto de Medeiros, há muito a Academia estava sendo instigada a ter iniciativa dentro de uma linguagem de ‘clube de leitura’, com espaço aberto para reunir o público interessado em literatura dentro desse formato. “A ASL vai estar ainda mais aberta aos amantes da cultura, com outra atividade presencial tendo entrada franca, traçando os estilos de um grande autor da literatura regional, nacional ou estrangeira”.

Em um momento atual onde a leitura não é prioridade para muitos, ainda mais com a tecnologia que nos envolve, a expectativa do presidente é incentivar a leitura por meio de livros físicos. “Há um movimento acontecendo hoje em dia que está liderando a criação de limites para o uso de celulares nas escolas, com países ao redor do mundo adotando medidas que incentivam a leitura e a presença do livro físico na vida das crianças e estudantes”, destaca.

“A ideia é atrair um público que tem interesse em difundir essa proposta, em trabalhar cada vez mais essa conscientização, que compartilha esse resumo sobre a importância da leitura e o que ela pode representar. Queremos também destacar a diferença entre a leitura digital e a tradicional, já que a leitura eletrônica tem uma certa linearidade”, complementa. Segundo ele, a leitura tradicional, tem valor essencial para a mente humana.

“Então, essa é a ideia: reunir um público realmente interessado em divulgar a importância da leitura, aproveitar esse momento para trocar ideias e debater os diversos temas que ela nos fornece”.

Debates

O programa será organizado, pensado e realizado dentro do calendário de março a novembro cumprido pela ASL sempre pelas acadêmicas Lenilde Ramos, Maria Adélia Menegazzo e Sylvia Cesco, havendo a possibilidade da presença de convidados estudiosos dos autores durante as leituras. O evento terá interatividade com o público, e cada data de leitura será sobre obras de um autor específico ─ alternando poetas, romancistas, contistas ou cronistas, regionais, nacionais ou estrangeiros.

Para Maria Adélia Menegazzo, “o incentivo à leitura e a troca de experiências será extremamente positivo para aqueles que já possuem a prática da leitura literária, como para quem pretende nela se iniciar, uma vez que serão abordados aspectos específicos de cada linguagem”. Lenilde Ramos destacou que “os enfoques retratados nessas leituras são muito produtivos para os que se animam com as interpretações decorrentes dessas sessões”.

“As expectativas são muitas, porque um dos objetivos do projeto ‘Leituras e Conversas na ASL’ é o de incentivar e fomentar a leitura, principalmente entre os jovens. A seleção de escritores abordados é eclética e abrange diversos gêneros literários, para que a gente possa alcançar também um número significativo de pessoas”, disse a imortal Lenilde Ramos, ao jornal O Estado.

Conforme a acadêmica, vivemos em uma transição da literatura tradicional. “Ela precisa [leitura com livros físicos] precisa lutar para se manter no mercado e na vida das pessoas. Mas, também não podemos simplesmente nadar contra a corrente. A arte literária precisa aprender a transitar pelos novos tempos. A internet está aí para ser incorporada pelos escritores e se aproximar do público. De minha parte, prefiro ver a internet mais como uma aliada do que uma inimiga”, explica.

A acadêmica Sylvia Cesco tem grandes expectativas para o projeto de leitura da ASL, especialmente em um momento em que a leitura não é prioridade para muitos, impactados pela tecnologia. “Poder conversar, dialogar, ouvir sobre os escritores e poetas regionais, nacionais e estrangeiros previamente selecionados, em rodas de leitura integrada entre acadêmicos e nossa comunidade, é algo bastante interessante e motivador, pois garante uma tendência inovadora de popularização sem a perda da necessidade de se manter a tradição e os objetivos históricos de nossa ASL”, finaliza.

O calendário para 2025 do projeto de Leituras será realizado nas segundas quintas-feiras de cada mês, sempre às 19h30min, sobre os autores: 

Março, dia 13, poeta brasileiro: Paulo Leminski.
Abril, dia 10, romancista colombiano: Gabriel Garcia Márquez.
Maio, dia 08, cronista regional: Lino Villachá.
Junho, dia 12, poeta chileno: Pablo Neruda.
Julho, dia 10, romancista regional: Augusto César Proença.
Agosto, dia 14, contista brasileiro: Dalton Trevisan.
Setembro, dia 11, poeta regional: Dora Ribeiro.
Outubro, dia 09, romancista brasileira: Clarice Lispector.
Novembro, dia 13, contista moçambicano: Mia Couto.

As academicas

Lenilde Ramos é escritora, musicista/compositora e ativista cultural. Residente em Campo Grande, cidade onde nasceu em 1952, Lenilde Ramos é artista eclética e uma das mais legítimas representantes da cultura de Mato Grosso do Sul. É autora das seguintes obras literárias: “História sem nome – Lembranças de uma menina quase gêmea”, “Storia senza nome” (edição italiana), “Imagens e Palavras” e “Do Baú da Tia Lê – Crônicas”. Lenilde integra capítulo do livro “Vozes da Literatura” (FCMS, 2014), apresentando aspectos biográficos do saudoso escritor e historiador Paulo Coelho Machado.

Tomou posse na Cadeira 31 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras na noite de 9 de setembro/2019, sendo recepcionada – em nome da ASL – em saudação do acadêmico Valmir Batista Corrêa. A Cadeira 31 da ASL teve como patrono Henrique Cirilo Correia.

Sylvia Odinei Cesco da Silva é poeta, cronista e professora. É graduada em Letras Neolatinas e posteriormente em Pedagogia, ambas pela Fucmat (atual UCDB); tem pós-graduação pelo MEC-INEP/USP; especialização em Língua Portuguesa pela Universidade de Taubaté–SP; e Especialização em Roteiro para Rádio, TV e Vídeo pela ERTEL. Como escritora, além de cronista e poeta, é autora e diretora de peça de teatro, letrista de músicas e foi roteirista-auxiliar do filme “Nasce uma Estrela”, sobre Glauce Rocha.

Tradicional nome no ativismo cultural e literário do Estado, Sylvia é autora e diretora de peça de teatro, letrista de músicas e foi roteirista-auxiliar do filme “Nasce uma Estrela”, sobre Glauce Rocha. Além de vários livros, possui publicações em Revistas literárias deste e de outros Estados. Escreveu para o Jornal “Correio do Estado”, e atualmente escreve para o Jornal “O Estado de MS” e para o Blog: “Cultura é sobrevida de um povo”, de Alex Fraga. Sylvia ainda apresentou, prefaciou e posfaciou obras de vários escritores e poetas de MS. Tomou posse na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras em 22 de maio de 2024, saudada em nome da ASL, na ocasião, pela acadêmica Marisa Serrano.

Maria Adélia Menegazzo Nasceu em Apucarana–PR, em 13 de fevereiro de 1956. Reside em Campo Grande–MS, desde 1981, quando assumiu aulas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. É Licenciada em Letras – Português-Francês, pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Unesp, Campus de Araraquara. Fez Mestrado na Universidade Federal de Goiás, onde defendeu, em 1988, a dissertação Alquimia do verbo e das tintas nas poéticas de vanguarda, orientada pelo Prof. Dr. José Fernandes. Este trabalho foi premiado como melhor ensaio teórico-literário inédito pelo Instituto Nacional do Livro, em 1989. Em 1996, defendeu a tese de doutorado O olhar pós-moderno e a poética do recorte, sob a orientação da Profª Drª Silvia Maria Azevedo, no Programa de Pós-graduação em Letras, na Faculdade de Ciências e Letras de Assis, da Unesp.

Foi professora de História da Arte no Curso de Educação Artística da UFMS de 1981 a 2000; de Teoria da Literatura no Curso de Letras da UFMS de 1988 a 2010; de Estética e História das Artes no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMS, de 2004 a 2010; de Teorias da narrativa no Curso de Mestrado em Letras da UFMS, Campus de Três Lagoas, de 1999 a 2003; de Teorias da Narrativa e Poéticas contemporâneas – relação interartes, no Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens da UFMS, desde 2006. Foi coordenadora do projeto de criação do Programa de Mestrado em Estudos de Linguagens da UFMS e coordenadora na fase de implantação, de 2006 a 2008.

Tomou posse na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras na noite de 08 de dezembro de 2010, sendo saudada na ocasião pela acadêmica Maria da Glória Sá Rosa.

Os eventos terão entrada franca, serão presenciais e traje esporte.

Por Carolina Rampi 

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