Os filmes Western são um dos gêneros mais clássicos do cinema desde sua criação e disseminação na Europa e Estado Unidos. Aqui no Brasil também é conhecido com filmes de “Bang Bang”, que resumem o enredo dessas obras. Sua violência marcada por uma história simplória mostra quase sempre um mocinho tentando resolver todos os problemas do mundo com as próprias mãos, seja nos clássicos ou nos mais ruins. Filmes de velho oeste nunca saem de moda, mas se tornaram lugares comuns há muito tempo.
Hoje em dia, temos ideias que divergem desse tipo de produção e até mesmo filmes que têm essa temática, mas tratam de uma maneira mais soft, como o “Cavaleiro Solitário – 2013”. Com a ausência de sangue e até mesmo uma falta de sintonia do protagonista com a trama, o filme é bem sem graça, encantado um total de zero pessoa. O que realmente faz sentido dentro dessa nova experimentação, dessa ideia, é modernizar a terra sem lei e dar objetivos mais coerentes, abusando da hiper realidade. Assim, é possível deixar o espectador boquiaberto com sangue e uma história envolvente do início ao fim. Essa clara atração pelo real e, principalmente, pela violência descabida é um reflexo de nosso tempo, e esses filmes que, hora ou outra, são baseados em livros e adaptados para as telonas. O gore é um elemento que chama muita atenção daqueles que apreciam cinema extremo. As obras de Quentin Tarantino bebem muito dessa fonte. Unidas, há um roteiro com boas saídas e diálogos estimulantes.
É claro que uma andorinha só não faz o verão. O fato do roteiro ser carregado no que tem de mais visceral na natureza humana não iria para frente se não fosse ambientações muito ricas que transformam esses clássicos em filmes fieis ao seu recorte no tempo. Até mesmo a série “WestWorld – 2016/presente” trata de um tema bem atípico, que é o desejo de matar sem consequência e também a criação de seres não naturais dentro de uma sociedade que se impõe como raça superior.
(Confira mais na página C2 da versão digital do jornal O Estado)