A Vila Nhanhá se torna o ponto mais pulsante da cultura urbana de Campo Grande entre os dias 20 e 22 de novembro, quando o coletivo Campão Graffiti realiza a 4ª edição do Dia do Graffiti: Conhecimento e Movimento. O evento celebra o Hip Hop em sua essência, reunindo arte, formação, troca de saberes e ocupação criativa do território, destacando comunidade, resistência e transformação. A abertura oficial será na quinta-feira (20), às 18h, no Núcleo Comunitário da Vila Nhanhá, com entrada gratuita.
Artistas convidados de diferentes regiões do país reforçam a importância do encontro. Léo Papel, de Salvador (BA), é referência em caligrafia soteropolitana e pixo político; Tia Ireny, de Belém (PA), trabalha com arte visual e educação, destacando a força feminina e amazônica; e Auá Mendes, do Amazonas, artista indígena do povo Mura, atua como designer e ilustrador com trabalhos para marcas internacionais. Juntos, eles compartilham experiência e técnicas com a comunidade local, promovendo intercâmbio cultural.
Para o idealizador do projeto, San Martinez, o Dia do Graffiti é uma resposta construída pela própria periferia, que busca aproximar a cidade da potência criativa da Vila Nhanhá, combatendo estigmas e mostrando outra faceta da região. “O Dia do Graffiti não é só festa ou pintura em muro. É vivência, é resistência. Trazer artistas do Norte e Nordeste pra dentro da quebrada é abrir portas para troca, afeto e técnica”, afirma. Ele destaca que o evento fortalece vínculos sociais e transforma a paisagem urbana em uma galeria a céu aberto.
A programação do festival combina formação e prática artística. Na quinta-feira (20), haverá uma roda de conversa com os três artistas convidados, abordando processos criativos, trajetórias e experiências dentro da cultura de rua. Na sexta-feira (21), o encontro se torna prático: Auá Mendes ministra oficina de graffiti; Tia Ireny conduz oficina para crianças e adolescentes; e Léo Papel ensina tipografia e graffiti, apresentando a caligrafia urbana como linguagem estética e política.
O encerramento, no sábado (22), terá confraternização, exposição das artes produzidas, feira de economia criativa e apresentações de artistas selecionados em chamamento público: Rude (Corumbá), Grazi Romero, B.Girl Jeizzy, B.Girl Amanda Nara, grupo Vadios67 (Campo Grande) e DJ Gabis (Dourados). O festival oferece uma oportunidade para que a comunidade interaja com artistas que fazem da rua sua escola e seu palco, reforçando o caráter social e educativo do Hip Hop.
Os artistas reforçam a dimensão transformadora do evento. Léo Papel afirma que traz sua identidade e vivência de rua para o encontro, enquanto Tia Ireny destaca o Hip Hop como ferramenta de representatividade e ancestralidade, capaz de colocar crianças da periferia no centro da criação. San Martinez resume: “O Hip Hop constrói pontes. Aqui a arte pulsa e transforma”. O projeto é realizado em parceria com a ONG Núcleo Humanitário da Nhanhá e conta com apoio da PNAB, MinC, Governo do Estado e empresas privadas.
Serviço: O 4º Dia do Graffiti – Conhecimento e Movimento acontece de 20 a 22 de novembro na ONG Núcleo Humanitário da Vila Nhanhá, localizada na Rua do Comércio, nº 149, em Campo Grande. Mais informações podem ser encontradas no Instagram do evento, @campaograffiti.
Por redação
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